Capítulo 1 - 40 dias

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Ayla acordou feliz. O dia estava mais quente que o resto da semana, havia um tímido Sol despontando entre as nuvens. Os pássaros faziam uma bela algazarra do lado de fora. Ela havia tido um sonho bom. Se moveu na cama, aconchegando a cabeça no braço esquerdo. Fechou os olhos e tentou lembrar do sonho e, mais do que isso, da sensação que o sonho trazia. Quase conseguia sentir o cheiro das flores selvagens. No sonho, ela passeava por um campo com uma cesta de vime no braço. Dentro do cesto haviam pães e flores. E uma maçã. Ayla pegava a maçã e mordia, de repente tudo fazia sentido em sua vida. E ela acordou sem lembrar exatamente do quê fazia sentido.

Sentou na cama jogando a coberta de lado. Hoje era Domingo, dia do casamento do seu irmão mais velho. Ayla levantou e lavou o rosto. Seu irmão e toda a sua família passaram as últimas semanas construindo a residência que os recém casados morariam. Sham era comerciante de tecidos, assim como o pai. E chocou um pouco a sociedade quando decidiu se casar com a filha do ferreiro.

Ayla desceu as escadas e foi para a sala de jantar. A mesa estava posta com o desjejum e sua mãe tentava alimentar seu irmão mais novo.

- Bom dia – disse Ayla tentando não soar eufórica.

- Bom dia – resmungou sua mãe, enquanto retirava o pedaço de queijo da mão do caçula, e lhe entregava o garfo.

- Kizar está dando trabalho? – Ayla disse, puxando assunto. No que sua mãe respondeu sem muita paciência:

- Ele ainda não entendeu que precisa ter modos à mesa.

O garoto de 3 anos sorriu para a irmã, que piscou um olho. Ainda estava se decidindo entre dois pães quando sua irmã entrou na sala e pegou um, deixando o outro. Ayla revirou os olhos e deu uma mordida no que sobrara, e observou sua irmã. Tali era muito bonita, com os cabelos escuros caindo ondulados pelos seus ombros. Era um pouco mais velha que a irmã, e também estava na idade de procurar marido. Ayla achava que seria fácil para Tali arrumar um bom partido. Ela tinha uma personalidade única. Sabia ler, fazer contas e era prendada. E tinha uma esperteza nos seus olhos que eram fascinantes.

- Tudo certo para hoje, mãe? – Tali perguntou enquanto se servia de suco.

- Sim, você sabe que eu tenho me preparado tem uma semana – respondeu a mãe, um tanto ríspida – Ayla, preciso que você dê banho no seu irmão. Tali concordou em arrumar seu cabelo e preciso que vocês me ajudem mantendo Kizar longe de sujeira.

As meninas concordaram com um aceno de cabeça enquanto a mãe continuou falando:

- Mal posso esperar para seu irmão estar casado. Terei pelo menos uma filha aqui para me ajudar com as coisas depois que vocês duas forem embora.

- Ah, mãe – disse Tali enquanto sorria – Se a senhora não quer que a gente vá embora, pra quê tanta insistência que a gente case?

Ayla deu um tapa no braço da irmã e respondeu:

LatenteWhere stories live. Discover now