Em um território desolado pela guerra e pela fome, humanos pagam o preço pegos em meio as animosidades entre clãs de vampiros. Nesse contexto, um vampiro Jungkook, senhor de um grande território encontra uma humana, Samira, quase morta após sua alde...
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Eu relutei muito para fazê-la minha, mas eu não estava aguentando mais. O cheiro dela era irresistível e se aguentei tanto tempo foi porque pensei que talvez pudesse salvá-la dessa existência estranha nossa. Nem mortos, nem vivos, sempre em guerra. Não era o que queria para ela.
Não posso negar que no momento em que ela surgiu toda vestida de branco no banquete da vitória à quase um mês atrás, eu tive a certeza de que a queria. Eu nunca compreendi quando Tirsa me dizia que eu saberia quando encontrasse minha parceira. E que seria tão forte que não teria como fugir, mas naquele momento, quando Samira apareceu eu entendi o que minha irmã havia me dito.
E quando eu fiz dela minha mulher eu tive ainda mais certeza de que mais cedo ou mais tarde aquilo aconteceria. Eu não teria forças para resistir a ela por muito mais tempo. Ela não fazia ideia, mas dormir sentindo seu corpo junto ao meu me dava uma paz e uma tranquilidade que eu não pensava que existissem até eu ter sentido o aconchego de seus braços.
Queria que ela soubesse o que significa para mim. Eu era um guerreiro. Cresci em meio a sangue e campos de batalha. Vendo clãs nascerem e se desfazerem e tive que assumir meu próprio clã muito jovem, eu não sabia como expressar o quanto ela importava. O quanto eu tinha medo de perdê-la, mas ao mesmo tempo tinha medo de machucá-la prendendo-a a mim pela eternidade.
Depois de tê-la resgatado de seu antigo vilarejo eu voltei lá inúmeras vezes na esperança de que houvesse restado alguém... um primo, um amigo. alguém para quem ela pudesse voltar e ter uma vida normal e feliz. Mas infelizmente não havia restado ninguém e quando ela me disse que eu era o único que ela tinha, eu sabia que era verdade. Para mim, uma verdade boa, porém dolorosa.
Ligá-la a mim era doloroso. Não porque eu não a amasse, mas justamente pelo contrário. Por amá-la tanto, que mesmo que não existisse mais um coração pulsante em mim, ainda assim ele doía por condená-la de certa forma ao sofrimento eterno que uma vida ao meu lado representava.
Tomei-a em meus braços e cobri seu corpo nu com o lençol branco e salpicado de sangue que estava por baixo de nós na cama. Eu queria que seu despertar, embora doloroso fosse em um lugar maravilhoso e que a sua primeira visão como vampira fosse inesquecível.
Após colocar minhas calças de algodão branco, abri a janela e tomando impulso com ela nos braços flutuei até a ponta da torre mais alta. A tarde já tinha findado e a lua incrivelmente azulada e redonda despontava detrás das colinas verdejantes que cercavam o castelo, destoando da paisagem árida e sofrida que ela um dia conhecera.
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