Capitulo 8

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Já haviam se passado dois dias desde que voltamos e confesso que não estava sendo tão ruim quanto pensava. Matew tentava se aproximar de mim cada vez mais, porém ele andava um pouco atarefado com assuntos da alcateia, mas com o tempo que lhe sobrava ele tentava dedica-lo para me conhecer cada vez mais.

O tempo estava demorando a passar e mesmo que meu orgulho estivesse em jogo confesso que sentia falta da companhia daquele belo homem que jurava odiar.

Para passar o tempo resolvo mergulhar em um lago próximo ao acampamento. Creio que não causaria problemas.

Ao perceber que não havia ninguém por perto começo a me despir me sentindo livre ao me livrar de todos aqueles panos que pesavam sobre o meu corpo.

O dia estava quente, portanto a água estava na temperatura adequada para que pudesse me refrescar, mergulho molhando meus longos cabelos castanhos, estava relaxada flutuando pela água, esse momento era só meu que sequer percebi que estava sendo observada.

— Parece relaxada. - ele diz soltando uma risadinha ao ver minha cara de espanto.

— O que você está fazendo aqui? - me encolho dentro do lago para que ele não pudesse ver meu corpo.

— Seu cheiro ficou fraco então fiquei preocupado e vim atrás de você. - ele diz se levantando da pedra que estava sentado. — O dia está tão quente, imagino que a água esteja magnífica. - meu rosto cora ao ver ele retirando suas vestes.

— O... o que você pensa que está fazendo? - gaguejo e logo percebo que ele está a gostar da situação.

— Ora, o mesmo que você. - ele entra no rio e conforme ia chegando mais perto, mais eu me afastava.

— Não precisa ficar envergonhada, não pretendo olhar para nenhum outro lugar que não sejam estes belos olhos. - paro de me afastar e ele chega até mim.

— Isso é tão inapropriado, o que vão pensar da minha pessoa?! - digo com vergonha, mas confesso que estava gostando de tê-lo junto a mim.

— Vão pensar que você é uma jovem moça que estava com calor e por tal motivo veio se refrescar, mas então teve uma grande cãibra e eu como um bom rapaz entrei para lhe salvar. - ele diz rindo. — De novo.

— Olha só que homem gentil. - digo rindo e me esquecendo de que estava nua.

— Para quem me enxergava como um ogro, está é uma grande evolução. - ele consegue tirar uma risada de mim. — Seu sorriso é maravilhoso. - ele diz me deixando corada.

— Obrigada, o seu não é tão ruim assim. - na verdade o sorriso dele era o mais belo que já tinha visto em toda minha vida.

— Eu sei que perde o ar quando vê meu sorriso. - ele começa a rir.

— Você está equivocado. - faço um bico, o que motiva mais sua gargalhada.

— Eu me lembro do que disse naquela noite. - ele se aproxima cada vez mais me deixando corada.

— Do que está falando? - pergunto mesmo sabendo do que se tratava. Esperava que ele não se lembrasse, mas pelo visto eu estava errada.

— Você disse "eu te amo". - em seu rosto brota um grande sorriso enquanto penso em uma maneira de me livrar daquela situação.

— Você está totalmente equivocado, eu quis dizer que amava sua atitude de vir me ajudar, apenas isso, não confunda as coisas. - meu rosto ainda estava corado e ele mostrava estar se divertindo com a situação.

— Tudo bem, você ainda irá admitir. - ele se aproxima chegando bem perto dos meus lábios. — E eu faço questão de que seja o mais rápido possível. - neste momento ele junta seus lábios aos meus.

Estava assustada, nunca havia beijado um homem em toda minha vida, mas estava a gostar da situação, seus lábios eram macios e minha boca se mexia de uma forma desajeitada, porém isso não foi motivo para que nosso primeiro beijo tenha sido ruim.

Logo nossos lábios se separaram e nossos olhos finalmente se encontraram gerando um momento único e especial.

Após alguns segundos volto a realidade da qual havia fugido e imediatamente meu rosto cora.

— Estou com frio. - digo me direcionando até a beira do rio, só quando saio que percebo que estava nua. — Ah, meu Deus! Feche seus olhos! - digo no mesmo momento pegando minhas roupas.

— Fique tranquila, já estou de costas. - ele diz se virando.

Logo nos dois já estávamos vestidos e ao me lembrar do beijo fico um tanto envergonhada.

— Me desculpe mas antes que me virasse notei algo, você tem uma marca da lua nas costas. - ele estava falando da minha marca de nascença.

— Mamãe dizia que essa marca me tornava especial. - sorrio ao pensar nela. — Também disse que meu pai tinha uma igual e no mesmo lugar.

— E você já chegou a ver esta marca em seu pai? - ele se mostrava muito interessado no assunto.

— Nunca cheguei a ver as costas de meu pai nua, porém nem minhas irmãs tinham tal marca o que me fez crer que isso era algo só meu e dele.

— Entendo, isso é realmente muito interessante, agora precisamos voltar. Devem estar sentindo nossa falta. - ele pega em minha mão e caminhamos de volta ao acampamento.

— Onde estavam? - Isabel aparece ofegante, parecia preocupada.

— Estávamos dando um pequeno passeio. - digo com um pequeno sorriso.

— Vejo que estão se dando bem. - ela olha para nossas mãos entrelaçadas, o que faz com que eu puxe a mesma rapidamente.

— Você nem sabe o quanto, Isabel. - Matew se pronuncia tirando uma pequena risada de Isabel e me deixando totalmente sem graça.

— Se me dão licença. - saio correndo em direção a cabana, minha vergonha não me permitia que ficasse sequer mais um segundo ali.

Admito que adorei a nossa aproximação e que meu coração disparava sempre que sorria e Matew tinha consciência disso, não me importava mais em tentar esconder, eu estava completamente apaixonada por Matew Hendeston.

{...}
       Matew

Mariah se apressou até a cabana. Estava evidente que estava envergonhada por tal situação, a mesma que me tirou um grande sorriso, porém ainda precisa esclarecer algumas coisas.

— Isabel, preciso lhe fazer uma pergunto. - ela logo se vira dando atenção para mim.

— Sim?

— O lorde Eymor possuía uma marca de lua nas costas? - pergunto e vejo seus olhos se arregalarem.

— Veja só que pergunta, o senhor acha que já vi as costas de meu lorde nua? - ela tenta mudar o rumo da conversa, mass sabia que ela estava escondendo algo.

— Tudo bem, Isabel, se não deseja contar a verdade descobrirei sozinho. Não se preocupe. - digo me afastando, porém ela se pronuncia.

— Me desculpe, mas eu fiz uma promessa. - agora era ela que se afastava e ia em direção a cabana.

O que eu estava a pensar sobre tal marca era algo quase impossível de ser verdade, por tal motivo isso me determinava mais a descobrir o quanto antes.

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