PLUS SIZE (CONCLUÍDA)

TAYLOR

— Caralho, Taylor. A gordinha é sexy mesmo.

Arrependimento.

Essa é a palavra que define o que eu sinto por ter contado pro meu irmão caçula o que vivenciei com Tessa no dia da sessão de fotos.

— Cala a boca, Zac.

Ele abaixa a revista e abre um sorriso enorme. Sei que está se divertindo as minhas custas.

— Qual é? Você sabe que eu estava curioso para ver a mulher que fez você ficar aí, suspirando pelos cantos, feito um completo idiota.

Eu sempre fui tímido, me conheço bem o suficiente pra saber que minhas bochechas estão queimando num vermelho vivo. Nem tento disfarçar, porque Zac me conhece também.

— Por isso mesmo, prefiro que não fale dela desse jeito.

— Cara, juro que não consigo te entender. Com tanta modelo gata, foi ficar com os quatro pneus arriados justo pela plus size.

Meu irmão sempre gostou de mulheres magras, dentro do padrão. Eu gosto de carne. De ter onde apertar enquanto gozo. Eu gosto de apertar. De morder. De verdade, nunca tinha achado uma mulher tão linda e gostosa assim.

— Zac, eu tento ser paciente com você, mas na maior parte do tempo o que eu quero mesmo é que você arrume algo de útil pra fazer e me deixe em paz. E deixa essa revista aqui. Para de ficar babando em cima da mulher dos outros.

— Como você é convencido. Nem foi atrás dela e já acha que vai ser sua assim, fácil.

— Não, babaca. Não estou falando de mim... Ela... ela tem namorado. Não fui atrás dela, porque vi o namorado lá, no dia da sessão. Se não fosse por isso, pode acreditar que eu teria ido mesmo. Não é sempre que me sinto assim perto de uma mulher.

— A verdade é que você nunca fica assim! Nunca, Taylor! E você sabe disso. Se a mamãe soubesse que você finalmente se apaixonou por alguém, ela mesma ia pedir a menina em namoro pra você.

Eu amo meu irmão mais novo, mas não vejo a hora das férias dele acabarem pra que ele possa se mandar do meu apartamento e parar de falar tanta merda.

— Zac, me faz um favor e vaza daqui, preciso trabalhar. Tenho fotos pra entregar hoje.

— Com uma condição, Tay.

Lá vem...

— Tenho até medo de perguntar qual.

— Você vai sair comigo hoje e eu vou escolher o lugar.

— Não mesmo.

— Ah, qual é? São meus últimos dias aqui.

— Ok, Zac, se essa for a condição pra você me deixar trabalhar, eu vou.

Ainda tirando sarro da minha situação, ele finalmente me deixa sozinho.

Eu sempre fui profissional.

A vida inteira rodeado pelas mulheres consideradas as mais lindas e gostosas do planeta e, mesmo assim, me mantive profissional.

Mas quando coloquei os olhos naquela mulher...

Era um trabalho diferente, eles me disseram, mas não esperava por alguém como ela. Tão real quanto ela.

E quando a vi caminhando pelo saguão do hotel... Porra, foi como se subitamente a cliente que chegaria em poucos minutos não importasse porque aquele belo par de pernas estava vindo bem na minha direção.

Só que conforme ela foi se aproximando eu comecei a entrar em pânico. Cada passo que ela dava em minha direção eu implorava aos céus para que não fosse a modelo. E, como não sou lá muito religioso, o universo ignorou meu pedido e ela parou exatamente na minha frente.