PLUS SIZE (CONCLUÍDA)

TESSA

Chegamos à boate às 22h30. Se fosse qualquer outro dia, eu ia preferir minha cama e minha gatinha, mas precisava comemorar.

Miguel já estava esperando. Meu irmão e Miguel se dão muito bem. Isso é novidade, já que Alex sempre foi extremamente exigente quando o assunto é relacionamento. Conhecer alguém que preencha a lista enorme de exigências chega a ser até mesmo intimidante.

Nós três fomos para a pista de dança. A casa noturna está cheia, mas não lotada e isso é bom, torna o ambiente espaçoso e menos sufocante.

Eu amo dançar. Isso não significa que eu sei o que estou fazendo. Mas essa é a verdadeira graça. Apenas me mover.

— Quer uma água? — Alex me pergunta, apontando para o bar.

— Quero mais cerveja! — levanto o copo que já está quase na metade.

— Agora você está falando minha língua, maninha!

— Vou ao banheiro e encontro vocês na mesa.

Ele me dá um beijo leve na bochecha e sai. Começo a fazer meu caminho para a área dos banheiros, que fica em um corredor um pouco escuro. Consigo encontrá-lo, faço xixi e depois retoco a maquiagem.

É estranho me olhar no espelho. Eu me acho bonita, me sinto bonita, mas sei que estou longe de ser uma mulher dentro dos padrões.

Já estou fechando a porta do banheiro quando bato em um paredão de músculos. O impacto é tão grande que quase caio de bunda no chão.

Felizmente, o dono de todo esse peitoral me segura a tempo. Minha cerveja não teve a mesma sorte e se espatifou no chão.

Arrumo minha blusa, morta de vergonha de encarar o rapaz, mas tenho que pedir desculpas e agradecer por não me deixar cair.

— Me desculpe, não tive a intenção.

— Você é desastrada mesmo, não é? Está tudo bem?

Aquela voz.

Há um sorriso naquela voz.

— Estou sim. Eu só... me desculpa mesmo.

— Não se desculpe por tão pouco.

Ele cheira a perfume caro, com notas amadeiradas, que entra pelo nariz e desperta os sentidos. É gostoso e desconcertante.

— A revista saiu hoje. Vim comemorar. Pensei em te telefonar pra agradecer, Taylor.

— Gostou do resultado? — ele está sorrindo e, meu Deus, que homem lindo.

— Muito lindo.

Merda, pensei alto...

— Ah, que bom que... achou lindo. A modelo é que é linda. — sorrio em resposta, não é uma cantada e eu sei disso, mas a forma tão sincera como ele fala me deixa encantada. Ele passa a mão pelo cabelo loiro e aperta os olhos. Parece um pouco nervoso ao perguntar: — Você veio sozinha?

Ai, meu Deus eu sou uma mulher madura, lido com todo tipo de gente. Jamais fico ruborizada feito uma donzela dos tempos de outrora. A verdade é que estou meio sem jeito, perdi a espontaneidade ao me dar conta do quanto me sinto atraída por ele.

— Não... eu... estão me esperando na mesa.

Percebo que a expressão no rosto de Taylor fica mais séria quando olha na direção que eu aponto. O sorriso bonito vai embora e ele se apressa em escapar.

— Também estão me esperando... foi um prazer te reencontrar, senhorita Grey. Aproveite a comemoração. Com licença.

Ele não me dá nem tempo de me despedir direito, sai por entre as pessoas, como se estivesse atrasado para um compromisso inadiável.