Ela se divertia com meu desespero, parecia apreciar o perigo com certa demasia.
Com o certo tempo eu comecei a rir também e a atirar contra ela. Estávamos destruindo as paredes, brincando com a vida.
No final, ela me olhou e colocou a mão na cintura, e com a outra ela secou o suor na testa.
-Você é boa, guria.
Sorri e coloquei a arma na mesa.
-E agora? Qual o próximo desafio?
-Vamos descansar um pouco, quero treinar sua mente também.
Agora seu tom de voz estava diferente. Menos superior, mais compreensivo.
Tomamos água e respiramos um pouco. Depois, Sana me chamou para o andar de cima, e me levou para uma das diversas salas que tinham lá.
-Senta aí!
Estávamos frente a frente, enquanto ela me observava.
-Se você fosse negociar, como começaria?- ela juntou as mãos em cima da mesa.
-Negociar?- fiz o mesmo que ela.
Ela revirou os olhos e suspirou.
-Sim, negociar. Suponhamos que você vá vender nosso produto, como você iniciaria a negociação?
-Por produto, você quer dizer drogas?
-Por produto, eu quero dizer tudo. Pensei que Jungkook havia te explicado.
-Aparentemente, não me explicou.
Ela me olhou por alguns segundos, e depois se levantou.
-O Jungkook não gosta de brincar, ele põe a mão onde deseja. Roubamos quadros valiosos, jóias, dinheiro, negociamos os negócios da cidade, cargas, e matamos, se necessário. Nós atraímos quem desejamos para nossa teia, e sair dela não é tão fácil.
Encostei os cotovelos na mesa e apoiei meu rosto nas mãos. Ouvi ela se sentar novamente, e chamar minha atenção.
-Vamos, me mostre. Quero ver se tem lábia.
A olhei, e me arrumei na cadeira.
-Boa noite...
-Não, jamais comece desse jeito. Não demonstre gentileza, jamais. Você não está negociando pães com a irmã da igreja, você está negociando milhões com colarinhos de diversos níveis, tem que transmitir poder, confiança e em primeiro lugar, conhecimento.
Ela colocou os pés na mesa e arrumou os cabelos.
-Tudo bem, vamos encenar. Eu tentarei fazer negócios com você.
-Tudo bem, comece.
Sana se colocou de pé, e me encarou.
-Você sabe porque está aqui, portanto, sem conversa, sem preliminares, vamos direto ao assunto.
-Mas e se a pessoa não souber?
-Nós nunca marcamos reuniões sem dizer do que se trata antes, isso é regra.
Queria entrar no jogo, então iniciei com um olhar firme.
-Quero avaliar o produto!
Ela sorriu e mordeu o lábio inferior.
-Agora sim, começou a entrar na onda. O que você vai fazer quando te pedirem para ver a mercadoria?
-Eu mostro?
-Não, de primeira não. Antes, você precisa persuadir quem quer que esteja a sua frente. Tente parecer convencida de que não há nenhuma irregularidade no produto. Tente mantê-los presos a você, sempre.
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Soul Criminal: Red- Vol. I [CONCLUÍDA]
FanfictionLalisa Manoban é uma jornalista ambiciosa, de vinte e três anos que volta para Atlanta, o lugar onde nasceu, para cobrir de perto investigações de uma série de roubos e crimes peculiares que andam acontecendo. Com o passar do tempo, ela começa a se...