A sós

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Rascunho

Tyler saiu da mesma forma que entrou, quieto e totalmente tranquilo, aquele filha da puta sequer olhou no meu rosto, apenas deixou minhas malas no quarto vago e saiu de cabeça baixa. Tentei ao máximo ficar tranquila, controlar meus impulsos que me pediam para se jogar da janela antes de infelizmente ficar a sós com o satã, de manter a maldita paz, mas todo o falso controle havia saído pela porta junto com meu melhor amigo assim que Callum a fechou e se virou na minha direção.

. - Pensei que preferiria ficar num albergue, tem um a alguns quilômetros daqui. Sua voz era mais grossa do que me lembrava, seus olhos me analisavam como um caçador, como da primeira vez que pôs aqueles malditos olhos amêndoas em mim, um sorriso sinico saiu de seus lábios ao completar. - Posso te levar até lá se preferir.

. - Aposto que adoraria, não é?.

Callum ergueu as sobrancelhas surpreso.

. - Você não faz ideia do que eu adoraria Angel, mas pode ter certeza, nenhuma delas é te ter afastada, não mais. Negou com a cabeça mantendo seus olhos negros fixos em mim de uma fora assustadora, por meses imaginei aqueles olhos, de como seriam caso o brilho de antes voltasse, mas não havia, não havia nada além de uma escuridão assustadora.

. - Uma bela declaração de amor, devo vomitar agora ou depois que acabar com sua atuação de homem ferido?.

Perguntei cruzando os braços com força, não confiava em minhas ações caso ele se aproximasse ainda mais, fazia anos que não sentia o calor de sua pele na ponta dos meus dedos.

Dois anos Catarina, dois anos resistindo a tudo isso, você consegue passar por seis meses, apenas se mantenha.... distante.

. - depois... agora temos assuntos a tratar, sabe, você me machucou profundamente. Afirmou levando a palma da mão ao peito fechando os olhos de forma teatral, um sorriso brotou de seus lábios e então seus olhos estavam novamente abertos. - literalmente falando já que passei duas semanas com as bolas no gelo. Desceu a mão apalpando seu coleguinha sem vergonha alguma, me dando seu melhor olhar de gozação, com seu famoso sorriso sinico e sobrancelhas erguidas.

A janela, pula da janela, minha mente gritava.

. - não vou me desculpar por isso, você mereceu, na verdade deveria me agradecer, era isso ou creme de depilação no seu maldito shampoo.

Callum sorriu, passou os dedos entre suas mechas macias e se afastou caminhando em direção à cozinha me dando as costas.

. - Sempre soube que era uma vadia vingativa. Respondeu, e eu apostava que com um sorriso nos lábios.

. - Eu sei, sua mãe me ensinou muito bem, até a agradeceria se ela não tivesse gerado o próprio anti-cristo.

Sua gargalhada forçada tomou contato do ambiente.

. - Diz garota que gemia enquanto sentava no meu pau.

Revirei meus olhos com sua resposta.

. - Sabe, não deveria se vangloriar tanto de uma coisa tão pequena.

Callum abriu a geladeira me ignorando totalmente tirando uma garrafa de leite de lá, a virando diretamente pelo gargalo, podia ver seu pombo de adão se mover a cada gole grosseiro e a forma que algumas gotas caiam em seu queixo.

. - Sabe. Falou assim que finalmente terminou sua tarefa devolvendo a garrafa de volta a geladeira e limpando a boca com a parte de trás da manga do moletom vermelho que usava. - Pensei que teria respostas melhores, foram tantos anos, poderia ter elaborando melhor seu vocabulário chulo.

. - O mundo não gira em torno do seu pau Satã, tinha coisas mais interessantes que ficar bolando respostas para o seu prazer. Também sentia aquele prazer, odiar Callum havia sido a fonte da maioria das minhas ações irresponsáveis, odiar Callum me movia e incentivava a ser algo a mais que a caloura virgem que ele conheceu, algo melhor.

. - Há sim, é uma delas foi tranzar com meu segundo melhor amigo. Respondeu calmo se movendo em direção ao balcão. - Herpes não é algo pra se brincar doce Angel.

. - Me surpreende o fato de ainda não ter contraído, com o soma total das coitadas que traça por noite pensei já ter contraído algo pior, ou passado.

Callum sorriu, seu famosos lábio inclinado para o lado expondo sua convinha esquerda, mas uma de suas expressões que não combinavam nem um pouco com seu caráter, o deixando belo de uma forma angelical, como se o diabo também não fosse um anjo.

. -  Você está bem?. Perguntou observando meu punho direito, onde havia manchas roxas pelos nos dos dedos, levantando o olhar até o corte em meu supercilho esquerdo onde um corte deixava minha pálpebra inchada, aquele ferimento havia deixado Tyler maluco, me obrigando a dar o nome do babaca responsável. - Espero que tenha deixado o outro bem pior que isso.

Sorri orgulhosa por poder dar uma boa resposta.

. - seis pontos na cabeça e com toda certeza o saco por meses no gelo. Ergui as sobrancelhas sentindo o ardor que vinha delas o que não me impedia de se sentir orgulhosa com minha ação, eu estava orgulhosa pra cacete.

. - Você é sua obsessão em chutar bolas, deveria tentar entrar numa liga de futebol.

. - Talvez. Dei de ombros o deixando na cozinha sozinho e caminhando em direção ao corredor, mas algo me fez parar, eu devia um agradecimento ao babaca, travei no meio do caminho e me virei, Callum me observava com seu sorriso angelical e braços cruzados, ele sabia o que viria a seguir e estava saboreando o momento. - Obrigada, pelas aulas e por...

. - Não precisa Angel, sabemos que conseguiria se defender mesmo sem elas, talvez o dano fosse menor e depois em devesse dar uma lição mais pesada no babaca, mas se saiu perfeitamente bem.

. - Então não vai bancar o ex namorado maluco?. Perguntei porque soube por Tyler que Callum havia exigido o nome do jogador, era isso ou ele socaria todos do time principal até achar o responsável.

. - Meu Deus Angel, é isso que pensa fez mim?. Saiu da cozinha caminhando em direção ao corredor que dava aos quartos, não deixando de esbarrar em mim pelo caminho, assim que parou em sua porta ele se virou, sorriu e completou sua frase. - E claro que vou, seis pontos?, consigo um belo nariz quebrado e provavelmente um braço engessado, por dois meses.

. - Não preciso que me proteja. Respondi o encarando com certo afinco, queria provar ser forte o suficiente, ser independente, mesmo que a cada chute dado nas bolas daquele babaca em pensasse em como Callum se sentiria orgulhoso, a cada chute via seu sorriso de aprovação como o que ele me dava nesse exato momento.

. - Sei que não, mas sou orgulhoso demais pra deixar passar. Admitiu entrando em seu quarto e fechando a porta.

Sao apenas seis meses, não há com o que se preocupar.

O babaca do meu Ex namorado ( EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora