VII - septem

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O fim se aproxima

Estou triste demais para fazer rima

Por favor, não me leve a mal

Mas tudo chega ao seu final

A súplica da autora


Alina estava lutando consigo mesma para continuar de pé, ela realmente não esperava que ele fosse beijá-la e as pernas novas não a ajudavam a ficar estabilizada. Como os seres humanos conseguem usar pernas sem reclamar delas?

-Isso foi um tanto inesperado. - ela falou e a expressão no rosto do menino era de decepção, não era isso que ela queria que ele pensasse - Um inesperado bom, como uma surpresa boa, Zach.

O que ela menos queria no momento era que o garoto retomasse a conversa do ''Você deu um SEIS pro meu beijo'', eles estavam na porta de um castelo e provavelmente a vida dos dois mudaria depois que eles entrassem. A chance dos dois saírem de lá vivo, eram mínimas, a maldição já tinha provado ser verdadeira quando Zachary pulou no mar devido a música que ela cantou.

-Eu estava pensando em você durante as horas que eu fiquei parado aqui. - ele começou a falar olhando para o chão - E eu acho que estou começando a gostar de você.

Ela deu passos involuntários para trás, caindo nos degraus do pátio frontal onde estavam. Suas pernas doíam e estava adquirindo um leve tom de vermelho em alguns pontos. Zach se apressou a dar sua mão para ela se levantar.

-Eu não quero parecer apressado, Lina. - ele falou ainda abaixado olhando nos olhos dela - Mas eu acho que você merecia saber o que eu estou sentindo.

-Zach, eu não sei o que dizer. - ela disse colocando ambas mãos em volta do rosto dele. Ele era bonito, o beijo havia sido bom, mas eles não podiam começar algo sabendo que não ia ter futuro porque um dos dois iria morrer nas próximas horas. - Obrigada por gostar de mim, significa muito para mim.

-De nada, eu acho. - ele falou sem graça ajudando ela a ficar de pé - Cuidado por onde anda, pernas são mais complicadas do que parece.

Alina percebeu que ele havia mudado de assunto porque tinha magoado ele. Mas ela não podia admitir pro menino que também se sentia daquela forma: que ela estava começando a gostar de Zachary, o menino que atormentou ela com perguntas irritantes dois dias inteiros. Se ela falasse isso com ele, ia ser ainda pior para ele se ela morresse nas próximas horas. Ser racional estava sendo difícil e doloroso para os dois.

Eles pararam na frente da grande porta encarando-a. A porta devia ter uns 4 metros de altura e era impotente na fachada do castelo. Na esquerda tinha uma torre alta e do lado direito parecia ter uma réplica da torre, mas essa estava quebrada. Havia trepadeiras de todos os lados e nenhum sinal de vida além dos dois adolescentes parados ali.

-Será que a gente tem que bater na porta? - Zach perguntou se aproximando do castelo.

-Vale a pena tentar. 

O menino bateu três vezes com o punho fechado na porta. As batidas ecoaram até onde Alina estava parada, foram o único barulho no meio daquele silêncio constrangedor que durou minutos. Zachary bateu na porta mais uma vez, mas sem resultado tentou empurrar a porta lançando uma careta para o lado da menina.

-Uma ajuda cairia bem, Alina. - ele falou entredentes colocando força nos braços.

A ex sereia se aproximou da porta e tentou empurrá-la, mas seus esforços não pareciam ter resultado.

IN TOO DEEP [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora