A Conselheira de Jamie West - Livro 1

Capítulo 2

19 de novembro 2016 — sábado

Sophia abriu a porta do meu quarto com os olhos assustados, e em questão de segundos me jogou no armário me cobrindo com roupas.

A porta fechou em seguida.

Passos apressados e pesados chegaram ao meu cômodo.

Quis perguntar o que estava acontecendo mais um barulho estrondoso ecoou pelo meu quarto.

Isso fez doer meus ouvidos.

Outro estrondo veio em seguida e mais outro e outro...

Sentei rápido na cama olhando ao redor, reconhecendo o lugar.

Estava segura.

Passei a mão na testa enxugando o suor acumulado e olhei para o relógio que indicava seis horas da manhã. Suspirei fechando os olhos e caindo na cama. Esse poderia ser um dia de descanso, mas tenho que achar um emprego, senão as coisas só piorarão.

Não! Não! Não!

Foi tudo que ouvi pela manhã. Não consigo entender porque as pessoas não me aceitam, tenho até uma aparência boa. Paro em uma vitrine de televisões vendo o meu reflexo. Não tão boa assim... Os olhos estão profundos de uma noite mal dormida e o corpo está mais magro que o normal.

Ponho a mão em minha barriga sentido ela doer. Não comi nada hoje. Poderia ir visitar minha avó outra vez, e tomar café da manhã com ela. Sim!

Não... Minha expressão cai. Isabel perceberia algo errado e Rodrigo também. Vasculho minha bolsa atrás de algumas moedas e sorriu ao ver algumas.

Pelo menos terei um café!

As ruas de Nova Iorque costumam ser bastante movimentadas, principalmente aos fins de semana, onde as pessoas tendem a sair com amigos e família, no entanto, notei as ruas pouco vazias e quase sem mulheres. Relembrei todas as datas comemorativas e nada se encaixava no contexto. Olhei para o rapaz que me deu o café e cerrei os olhos, ele tem cara de saber das coisas.

— Dia tranquilo, não? — Iniciei fazendo-o me olhar.

— Também notou? — indagou e balancei a cabeça diante do que ele disse.

— Hoje é alguma data comemorativa?

— Não. Esse silêncio se deve ao Jamie West.

A menção do nome me fez aproximar-se do homem.

— Por quê?

— Por quê? É hoje que ele escolhe as cinquenta mulheres. Se receber um e-mail de volta é porque foi escolhida, se não é porque ficou de fora. Por isso está calmo assim. A maioria está esperando o e-mail, e provavelmente fiquem até á noite assim.

— Não pensei que a resposta viesse tão rápido.

— Também enviou um e-mail, moça? Melhor correr e ver se foi selecionada. — Implicou o homem e sorri.

— Mandei sim, mas tenho certeza que não terei um e-mail me esperando.

— Por que acha isso? — ele perguntou confuso.

— Porque... só acho. Pessoas como eu não tem sorte na vida.

— Não seja tão negativa, você é uma mulher bonita. Está um pouco magra, com todo respeito, mas é linda. Tem sim grandes chances de ser aceita. Mas se estiver nisso só pelo dinheiro, vou logo avisando que não terá amor.

Sorri sem jeito por causa de suas palavras e levantei o copo em minhas mãos.

— Obrigada pelo café.