Capítulo 4

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22 de novembro 2016 — terça-feira

Para muitos hoje seria apenas um dia comum de trabalho ou lazer, mas somente para muitos, pois para alguns como eu, seria um dia de emoções. Claro que nada parecido ao fato de ser pedida em casamento ou até mesmo estar dando à luz ao seu filho, o dia seria diferente, pois, veria outra vez o homem que rondou as noites e os dias em minha cabeça.

Não tenho nem que mencionar que, após domingo, o dinheiro se encontrava na minha conta. Descobri quando passei no banco para pegar o resto do dinheiro e pagar o lar onde minha avó ficava. Consegui pagar metade da dívida com Madalena e outra metade com Rodrigo. Tive que fazer assim, pois, podiam desconfiar de algo.

Fiquei com vontade de agradecê-lo por e-mail mais quantas das cinquentas mulheres não fizeram isso? Já eu, podia agradecer pessoalmente, já que iria vê-lo. Confesso que estava nervosa e me repreendi por estar assim. Até parecia que estava indo para um encontro. Além do mais, isso começou por causa do dinheiro. Dinheiro esse, que já tenho e não posso me dar ao luxo de relaxar. Ainda tenho que ir atrás de um emprego.

Emprego! Não nego que rezei a noite para que a proposta que ele mencionou seja um emprego. Na verdade, estou rezando até agora, parada em frente ao prédio de Jamie.

Caminhando para dentro da empresa, relembrei o domingo. Não consegui comparar em qual dia estava mais nervosa. O mesmo homem do outro dia me abordou e me colocou no elevador como da outra vez, só que agora eu não estava sozinha. Esqueci de mencionar que assim que entrei na empresa, pessoas perambulavam pelo local e no elevador, eu dividia o espaço com três homens.

Homens nada discretos.

Ousei me olhar no espelho atrás de algo fora do lugar, mas tudo que vi foram meus olhos ansiosos, lábios secos, no qual umedeci com a língua, tomando cuidado para não tirar o batom na cor rosa antigo, os cabelos dessa vez soltos com o ondulado natural, tudo em sintonia com o vestido azul fechado, colado ao corpo, indo um pouco acima do joelho e uma bolsa tiracolo. Eu tinha pego um pouco do dinheiro para mim e sim, eu havia caprichado.

O elevador parou umas duas vezes antes de me deixar no décimo primeiro andar. Uma ruiva atrás de uma mesa com um sorriso simpático veio ao meu encontro.

— Senhorita Daith?

— Sim?

— Senhor West está terminado uma reunião, mas pediu que a senhorita esperasse dentro de sua sala.

— Tudo bem... Gisele. — Leio seu crachá e sorrio. — Obrigada.

Dessa vez não bati à porta, certa de que não haveria ninguém no escritório. Engano meu! A reunião estava acontecendo aqui e minha entrada triunfal fez os dois rapazes olharem para mim. Um deles com sorriso nos lábios, escondido pelos dedos da mão que descansava no queixo. Como era possível ele estar mais bonito?

Meus olhos voaram para o senhor a frente de Jamie com os olhos surpresos. Ele não estava de terno e parecia que havia vindo, após algumas compras em supermercado.

Me desculpe senhores, eu não imaginei que a reunião fosse aqui. Teria batido antes se a Gisele tivesse avisado, mas ela não tem culpa afinal, foi você Jamie, que disse que eu podia entrar. — Percebo uma sobrancelha de Jamie levantar ao escutar eu falar seu nome. — Desculpe. Senhor West. Talvez eu devesse ficar lá fora, enquanto terminam... Ou talvez eu devesse calar minha boca de uma vez... Tenham um bom dia, senhores!

Dou as costas parecendo que mal sai da porta e giro a maçaneta.

— Senhorita Daith? — Esqueço da porta e giro em direção a voz divertida e calma.

A Conselheira de Jamie West - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora