Capítulo 6

11.6K 830 146
                                    

Os meus olhos encheram-se de lágrimas, “Tu fazes isto muitas vezes- entregar raparigas ao Will?”

O Harry olhou-me de soslaio, não tirando toda a sua atenção da estrada. “Tu normalmente fazes tantas perguntas?”

Fúria ferveu dentro de mim. Ainda agora conheci este homem e ele já tem uma opinião sobre mim. Tal como a minha mãe uma vez me disse para fazer, eu não ajo quando estou zangada, olhei apenas lá para fora, pela janela e permaneci em silêncio.

Minutos passaram e o cenário começou a mudar. Agora estamos na cidade, a conduzir ao lado de outros carros, a conduzir ao lado de outros carros de Extincts, o que faz o meu estômago dar voltas desconfortáveis. O Will contactou todos os Extincts locai, ou só alguns? Será que o Extinct que está a passar por nós sabe sobre mim, ou é apenas tão desconhecedor como eu costumava ser?

Todas as vezes que passamos por um Extinct, eu afasto o olhar, sem querer correr o risco de ser reconhecida. O que é inútil para mim, eu já fui apanhada.

O Harry parece ter-se apercebido do que eu estava a fazer. “Tu não precisas de ter medo de todos os Extincts pelos quais passamos. Tenho a certeza que já sabes que a maioria dos homens aqui são Extincts. Menos de um quarto deles, na realidade, tem poder. Portanto, o Will não lhes contou sobre ti. Provavelmente, eles pensam que és apenas uma prostituta a vir para casa comigo.”

Cerrei o meu punho direito com raiva. “Eu não sou uma prostituta.”

“A sério?” O Harry perguntou sarcasticamente. “Não fazia a menor ideia.”

Recostei-me no banco e questionei-me se o homem de cabelos encaracolados poderia estar ou não mais frustrado. Enquanto pensava, apercebi-me que deixei a minha mala na casa do Luke. Isto só me irrita mais, apesar de não conseguir pensar em mais nada a não ser as roupas na mala.

Cerrei o maxilar e foquei-me na estrada à minha frente, tentando o meu melhor para não chorar com tanta frustração. Era apenas uma mala, mas é como se perdesse outra parte de mim antes de ir para casa.

Já estamos no carro há quase uma eternidade. Já devemos estar a chegar ao Will. O meu estômago dá voltas e eu sinto-me excessivamente fraca.

“Já estamos quase a chegar?” A minha voz vacila, perdi toda a minha coragem e confiança.

O Harry franze as sobrancelhas, mas não olha para mim enquanto responde com um simples, “Sim.”

Eu não respondo, porque sei que se tentasse falar, a minha voz iria desaparecer e as minhas lágrimas iriam soltar-se. A última memória que o Harry teria de mim, não seria eu a chorar.

O carro vira para a direita, virando-se para uma pequena rua com ninguém, exceto eu e o Harry a tentar passar ali. Assumo que esta rua nos leve diretamente para a casa do Will.

A rua está rodeada de enormes carvalhos, quase que nem há o espaço de um metro entre eles, fazendo com que a rua pareça assustadora, mesmo em plena luz do dia.

Passámos por uma grande placa verde com letras brancas que dizia. “Sede dos Extincts.” Eu franzi as sobrancelhas, o Will não me iria violar ali, pois não?

Não tive a oportunidade de           questionar o Harry sobre isto. Antes que eu pudesse formar uma frase, já estávamos estacionados ao lado de um pequeno edifício. É tão pequeno, que consiste numa janela e num Extinct parado no tal edifício.

“Nome?” O velho homem pergunta com uma voz irritante. É este o seu trabalho, perguntar o nome das pessoas que aqui entram? Percebo o porquê de ele estará aborrecido com isso.

Extinction {H.S} PTOnde histórias criam vida. Descubra agora