Capítulo 10

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*Este capítulo dá um salto para a parte da casa do Luke – e não a da viagem de carro para lá chegar :)*

 

“O que vos aconteceu?” A pergunta do Luke era atrasada e esperada. Ele foi paciente comigo e com o Harry, tratou as minhas feridas enquanto tentava convencer o que Harry que precisava de tratar as dele também. Ele merecia algumas respostas, a este ponto.

O Harry estava tudo menos bem-humorado – não que eu o tenha visto alguma vez bem-humorado – e parece completamente um miserável no seu assento ao meu lado, no sofá. Ele recusou todos os tipos de ajuda do seu pai, portanto o seu olho ainda está inchado, os seus lábios ainda estão rachados no meio, e o seu uniforme ainda está coberto de sangue. Ainda não tenho a certeza se é o seu ou o meu pai. A expressão desconfortável do Harry é a minha principal razão para não responder. Vou deixá-lo dizer ao Luke aquilo que ele quer saber.

“Como se não fosse suficientemente óbvio,” a voz do Harry falha e volta a abrir o seu lábio, “Eu decidi não entregar a Violet ao seu pai. E o Will consegue bater como uma cabra.”

O Luke franze as sobrancelhas e desvia o olhar do seu filho para mim. A sua expressão disse-me, tu também podes falar.

“O Harry ajudou-me,” eu olhei para o Harry, os seus olhos visíveis olham de volta assustadoramente, eu desvio o olhar, “o meu pai não ficou muito contente com isso. Mas nós fugimos, o Harry ficou com o pior, a sério.”

O Luke assente confortavelmente enquanto morde o lábio. “Tens algum plano, Harry?”

O cabelo escuro do Harry está em nós longos, tapando o seu olho roxo. “Não,” ele respondeu sem emoções, apenas um ligeiro toque de irritação, “Estava à espera que tivesses um.”

O Luke pasma para o seu filho com um olhar que faz o meu coração doer. Ele ama tanto o Harry, ele iria sacrificar tudo por ele e é tão doloroso pensar nas maneiras em como o Harry o está a magoar.

“Eu dizia-te para ficar aqui, mas o Will não é idiota; ele iria pensar em vir aqui conferir…” O Luke parece tão perdido tal como eu me sinto. Eu só quero ir para casa, para a minha família. Pergunto-me como a minha mãe se está a aguentar sem a minha ajuda.

Um pensamento doentio faz o seu caminho até à minha mente. “Achas que o Will vai… magoar a minha família?”

Eu consigo ouvir o gole do Luke, e o Harry afasta-se de mim. O meu coração cai partido e quase entorpecido. Eu não deveria ser afetada por coisas como esta. Deveria ter sabido que os 16 seriam o fim da minha paz e conforto.

“Agora precisamos de nos preocupar contigo,” o Luke tenta confortar-me, “Prometo que farei tudo o que puder para prevenir que a tua família seja magoada-“

“O Will quer-te, ele só estava a ameaçar-te – a tentar assustar-te – até ele te encontrar, a tua família não tem uso para ele.” O Harry, chocantemente, conforta-me.

“Bem, então não podemos ser apanhados. Não quero sequer pensar nele a tocar na minha mãe… “ Arrepios percorrem a minha pálida expressão, “tens algum amigo que nos possa ajudar?”

A minha pergunta era dirigida ao Luke, mas o Harry respondeu.

“Não, não vamos envolver mais ninguém nisto. Confiar nas pessoas é muito arriscado agora.” A voz do Harry é tão profunda e, apesar de tudo o que se está a passar, eu anseio por ele. É tão estranho sentir atração – eu fui separada das pessoas por tanto tempo que não consigo controlar o meu corpo.

“Então, o que tens em mente?” Ver o Luke a interagir com o Harry é tão estranho e unilateral. O Luke está disposto a fazer tudo pelo seu filho, sempre a segurar as suas palavras, enquanto o Harry sacode o amor do seu pai.

Extinction {H.S} PTOnde histórias criam vida. Descubra agora