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Park Jimin

Eu não estava com cabeça para continuar ali. Eu sei que disse para Jungkook que iria ficar, porém o que o pai do mesmo falou para mim, me machucou o bastante para que meu corpo todo começasse a doer.

Jungkook estava do meu lado, e apertava minha mão conforme as pessoas me olhavam estranhamente. Ele sabia que estavam comentando sobre o meu problema.

Eu não podia culpá-los, o que um garoto mudo estava fazendo com um rapaz bonito? Ele pode ter qualquer pessoa, e escolheu uma muda!

“Eu já volto, ok?”

— Tudo bem! Vou estar aqui. — Levantei puxando o cilindro, e indo para o banheiro.

Esperei que Jungkook parasse de me olhar, e quando percebi isso, caminhei calmamente para a porta principal.

Meus pés se moveram para a rua e ali eu me permiti caminhar sem rumo. Eu sei que estava decepcionando uma pessoa de ouro, mas ele deve entender, eu não posso continuar com ele.

Assim até parece que nós somos namorados!

Ele nunca namoraria um garoto mudo. E eu nunca poderia o fazer feliz. Embora, ele me fizesse bem, nós nunca formaríamos um casal bonito.

Me sentei na praça e olhei em volta. Estava vazia. De um lado, algumas pessoas conversavam enquanto bebiam cervejas. Do outro lado uma garota passeava com seu cachorrinho. Estava um pouco frio, por estarmos na entrada do inverno, o que me fez encolher os ombros.

Coreanos passavam a todo instante, e alguns americanos sempre os acompanhando. Estudantes pareciam procurar pessoas para suas pesquisas de faculdade. Um deles sorriu ao me ver.

Minha respiração acelerada mostrava o quanto eu estava nervoso. Por mais que eu quisesse eu não poderia responder as suas questões.

— Olá, — Ele sorriu. Duas garotas acompanhavam o mesmo. Eu sorri não querendo soar rude. — Me chamo Jeongin, sou da universidade de Seul e eu gostaria de fazer uma pesquisa rápida com o senhor, tudo bem?

Os três sorriam simpáticos enquanto mantinham suas canetas firmes no papel.

Eu estava nervoso, eu realmente não podia responde-los, a lousa havia ficado com Jungkook e quase ninguém poderia me emprestar um papel e uma caneta. Até porque eu não poderia pedir.

— Você fala nossa língua? — Assenti.

Então eu suspirei e apontei para a minha garganta e neguei.

— Ele é mudinho! — Uma das garotas zombou.

— Parem as duas! — O garoto repreendeu. — Tudo bem, desculpe incomodar! Tenha uma boa noite! Cuidado com a brisa fria de Seul!

Sorri e acenei. Os três saíram e de longe eu observei as garotas rirem entre si. Abaixei a cabeça e passei as mãos pelo meu rosto. Senti uma silhueta sentar ao meu lado, mas ignorei de primeira, até sentir uma mão encostar na minha perna. Olhei para a mão grande sabendo ser de um homem.

Meus instintos falharam, eu não podia gritar, eu não tinha força nem sequer para me mover dali.

Os dedos continuaram a apertar minha perna, acariciando o local. Olhei para cima vendo uma pessoa conhecida.

Era ele.

O pai de Jungkook estava me assediando.

Tudo estava passando tão depressa. Em um piscar de olhos parecia que o filme da minha vida estava sendo reproduzido. Tudo!

— Que bom que está gostando! — Ele sobe mais um pouco as mãos. — Se não estiver pode me dizer, tudo bem?

Em uma ação rápida, me levantei puxando o cilindro. Ele se levantou logo em seguida me olhando nos olhos. Se ele pensa que vai me intimidar, ele está muito enganado.

read my lips > 𝗷𝗶𝗸𝗼𝗼𝗸Onde histórias criam vida. Descubra agora