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Jeon Jungkook

24 horas depois...

Sou acordado por uma voz doce. Jimin. Ele sorri enquanto acena com a mão e tenta inutilmente levantar da cama.

— Hey, você ainda não pode levantar. — Digo e caminho até ele.

— Você estava dormindo feito uma pedra, e eu estou com fome. — Rimos. Sua voz dessa vez estava mais forte o que particularmente me assustou. — Você gostou? Digo, gostou da minha voz?

— Claro. Ela é tão doce. — Eu sorri bobo. Realmente era uma voz gostosa de se ouvir. — Mas, falta só...

— Eu te amo! — Eu sorri. Ele havia se lembrado de quando eu a comuniquei sobre a cirurgia, e aleguei que queria ouvi-lá dizer que me ama. — Não diga nada. Por favor! — Rimos. — Agora vai buscar minha comida.

Eu fiz cara de ofendido mas fui. Eu procurei Jisoo e pedi a comida, caminhei para a sala de espera e Yeri mordia os dedos lá.

— Ele acordou. — Disse simples. Yeri me olhou e sorriu. — Eu ouvi mãe! — Ela me abraçou mesmo sem saber o que é, e eu soltei algumas lágrimas. — Ele falou! Ele falou que me ama! — Falei abafado.

— Com licença. — Jisoo sorriu para nós. Aquela mulher era maravilhosa! Só perdia para Jimin, mesmo ele sendo um garoto, que por incrível que pareça não gosta quando eu digo isso. — Eu não pude deixar de escutar, que o Senhor Park falou. Foi a primeira vez, ou já acontecia antes dele chegar aqui?

— Jimin já falava sim. Mas ele não conseguia gritar, e nem aumentar o tom de voz. — Disse limpando o rosto com o dorso da mão.

— Um dos principais problemas do Senhor Park, quando chegou, foi a respiração. Todos sabemos que um dos principais órgãos que compõe o sistema respiratório é a boca. E com a garganta machucada, o processo de troca dos gases de Jimin acabou danificando sua respiração. E a fala apenas piorou tudo.

— Então, ele nunca deveria ter falado? — Ciências ou biologia, não importa o que falasse de anatomia não era comigo.

— Foi o que eu tentei explicar.

— Mas falou com muitas palavras chatas, eu teria que pesquisar muito para conseguir decifrar o que você queria dizer. — Minha mãe revirou os olhos.

— Bom, não importa o que aconteceu, Jimin não tem muito tempo, depois da cirurgia ele parou de usar o cilindro de oxigênio. — Jisoo falou e avistou o doutor Jeonhyun do outro lado da sala. — Desculpe-me eu preciso ir.  A comida de Jimin já está lá.

Assenti. Conversei com a minha mãe mais um tempo, e depois voltei para o quarto. Jimin comia a comida com tanta vontade que até parecia ser boa.

— Está gostosa? — Ele negou.

— A gente ainda tem que falar sobre a Lalisa. Eu não esqueci. — Ele falou limpando o canto da boca.

— Eu não quero falar sobre ela. Por favor. — Falei e me sentei na poltrona. Jimin cruzou os braços e bufou.

— Eu não quero morrer sem discutir sobre isso. — Dessa vez eu cruzei os braços.

— Para de pensar que vai morrer! — Ele deu de ombros.

Nós conversamos e fizemos palhaçadas como pessoas normais fariam. Ele ria a todo instante, e eu achava graça de sua risada. Ele tinha a voz muito doce, arrisco dizer que sua voz era como uma melodia.

[...]

Algumas horas depois...

Era de madrugada, eu acariciava os cabelos de Jimin enquanto encarava o quarto perdido nos meus devaneios. Mas a máquina que media os batimentos de Jimin, me chamou atenção. Os barulhos começaram a aumentar desesperadamente e eu comecei a ficar desesperado. Eu gritei por um enfermeiro e logo os vi entrar.

read my lips > 𝗷𝗶𝗸𝗼𝗼𝗸Onde histórias criam vida. Descubra agora