Capítulo 01

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Hoje o dia amanheceu mais nublado do que o normal... um dia como todos os outros, mas que especialmente hoje a falta dela se fez presente de forma arrebatadora, destruindo todas minhas muralhas e toda a guarda que criei para amenizar meu sofrimento.

Na rádio ouço uma música que me faz pensar tanto em nós duas, e que aflorou toda a saudade, toda a dor de seguir sem ela aqui comigo. Sempre que ouço Cry Baby, meus pensamentos se focam somente nela, e sinto meus olhos marejados ao lembrar de cada segundo que passei ao seu lado, lembrar seu perfume, o doce toque de suas mãos percorrendo meu corpo enquanto ela sussurrava palavras em meu ouvido ao som dessa mesma canção.

"Tudo o que eu sempre quis era alguém para me amar tão bem assim"

Estar ao lado dela era como mergulhar no desconhecido, um emaranhado de sentimentos e sensações, ela me tinha de uma forma como ninguém me teve. Eu não sabia como agir ou o que esperar, cada segundo uma nova sensação. Eu estava perdida. Sim, perdida, mas para falar a verdade, sentia que finamente havia me encontrado. Me encontrei ali, naquelas lindas mexas loiras, naquele lindo corpo escultural, no delicioso cheiro que ela possuía. Me encontrei em cada uma das pintinhas espalhadas em suas costas, ali encontrei a perfeita constelação que era, é e sempre será a minha preferida.

Ela é luz, é o verdadeiro anjo que caiu do céu para iluminar a minha vida. Eu a conheci em 2011 quando começamos as gravações de Once Upon a Time. Era uma manhã ensolarada, com brisa leve, turma reunida para as gravações, foi quando avistei aquela mulher, tão linda, igual a um anjo, loira dos olhos verdes, eu me perdia naquele belo par de olhos sempre que o meu cruzava o dela. Ela é tão doce, com um ar de mistério, e eu queria desvendar cada mistério que ela tinha.

Quando a vi nunca imaginei que ela seria a pessoa responsável por me causar tantas sensações únicas, coisas eu nunca senti ou imaginei sentir por outro alguém. Como pode alguém te causar tantos sentimentos maravilhosos? Ela é o lado bom, a coisa boa que me aconteceu, aliás, boa não, maravilhosa que me aconteceu no meio de tantas outras que me deixaram perdida.

Jennifer! Jennifer Morrison o nome dela. Nome esse que deixa minhas pernas trêmulas apenas ao pronuncia-lo.

Muitas coisas mudaram, já não tenho mais convívio com a minha Jen; era assim que eu a chamava. Nós não soubemos lidar com a paixão avassaladora que invadiu a nós duas, principalmente eu. Tive medo, medo bobo, o mesmo que fez com que tudo chegasse ao fim. Medo de assumir para o mundo que a dona do meu coração é ela. Sim! Continua sendo ela. Acho que a Jen não sabe, mas até hoje meu coração bate por ela, sofre de saudade de um gesto de carinho, de um olhar dela para mim, esse olhar que me deixava totalmente refém dela e que aos poucos ela já evitava seu olhar cruzar o meu... Como eu queria mudar tudo isso e trazer essa mulher para perto de mim outra vez, pois aqui dentro hoje são só destroços que restaram de um furacão que passou na minha vida, chamado Jennifer Morrison.

Jen, Jen... combinávamos tão bem em tudo, assim como goiabada com queijo, Romeu e Julieta. Por quê te deixei ir embora?

"Você e eu...

Nos damos bem, como trovão e chuva.

Você me faz sentir tudo"

Lembro-me dos momentos que passávamos no set, nos nossos trailers e fora do ambiente de Once Upon a Time. Momentos de quando ríamos das coisas mais bobas até a barriga doer, comendo besteirinhas e fazendo palhaçadas uma pra outra. Enquanto Jen fazia suas brincadeiras, eu por algumas vezes ficava sentada no puff a observando, e por diversas vezes me deparava comigo em transe, em outro mundo, apenas admirando aquela mulher na minha frente e pensando o quanto eu a amo.

Jen quando percebia que eu estava ali maravilhada com a beleza e a presença dela, ficava um pouco vermelha, isso a deixava mais linda ainda e eu adorava ouvir: "Lana você parece boba, não me olha assim..." seguido de um beijo selando nossos lábios. E ela dava um sorriso de canto de boca. Eu sempre respondia a ela que era uma das coisas que eu mais amava fazer, olhá-la. Ver a Jen que poucos conheciam, de um jeito totalmente diferente do ambiente de trabalho. Era a minha Jennifer. Minha menina mulher.

Ver seu sorriso e ouvir sua gargalhada, iluminava a minha alma. Saudades das várias brincadeiras que terminavam em beijo, saudades das nossas intimidades, coisas que entendíamos apenas no olhar, saudades das tardes de domingo que por diversas vezes compartilhamos momentos únicos e tão nossos, dos nossos corpos que se encaixavam tão perfeitamente que pareciam feitos um para o outro, dos olhares enigmáticos que ela me lançava.

Eu me perdia no olhar dela, aquelas esmeraldas despiam meu ser e minha alma sem pedir licença, e confesso que eu adorava. Ela me olhava como ninguém, era o meu porto seguro.

Devido ao medo que mencionei anteriormente, acabei dando brecha para conhecer outras pessoas, e foi então que conheci Alfredo. Me deixei levar por esse romance na tentativa de esquecê-la, e quando me dei conta já estava me casando com ele. Meu envolvimento com Alfredo, mais conhecido como Fred Di Blasio, causou profunda decepção à Jennifer, eu a machuquei terrivelmente. Tanto ela quanto eu, tentamos nos esquecer, mas no meu caso deixei as coisas irem além, já a Jen não conseguiu, resultou sempre em relacionamentos curtos sem muito futuro.

Eu não queria perde-la, mas foi inevitável. O tempo passou, Jen cada vez mais distante, quase não nos víamos além do contato profissional, já não existiam mais brincadeiras, sorrisos, olhares, as tardes de domingo já não eram mais as mesmas.... Eu e ela nos perdemos e dói saber que houve falta de sabedoria na época para enfrentar tudo o que sentíamos e encarar de frente.

Hoje eu já não estou mais casada, não pude mais sustentar um relacionamento que sempre ao olhar para ele, eu desejava ela, era os toques dela que eu desejava, o cheiro da pele dela, os beijos dela, a pele dela na minha.

Com certeza Jen já sabe que não existe mais casamento. Ela se mantém distante, no entanto, a vontade de procurar por ela é tão grande, de declarar todo o meu sentimento, o mesmo que nunca teve fim, que vive em mim todos esses anos e que sempre a única dona foi ela, confesso que sou covarde comigo, pois não tenho coragem de declarar meu amor para a mulher da minha vida.

Meus fãs me conhecem bem e sabem que sou louca por ela até hoje e quando checo meus tweets e vejo diversas mensagens referentes a nós duas, tanto da época em que gravamos juntas e dos momentos fora do studio, dói profundamente e por várias vezes seguro para não chorar, meus olhos rapidamente se inundam e as lágrimas insistem em cair, sou devastada por um turbilhão de lembranças nossas.

Jen sempre vai ser a minha menina mulher, a luz da minha vida e a responsável por me arrancar suspiros, sejam eles de saudades, arrependimento ou de amor. Se eu a procurasse, qual seria a reação dela? Será que ela me daria alguma chance de me desculpar e reaproximar? Eu faria tudo para reconquistá-la, e embora eu não saiba o que enfrentaríamos, eu estaria disposta a tudo para tê-la novamente em meus braços.

Como já falei uma vez: "Amá-la é como brincar de pega-pega no escuro. "

A falta que ela me faz...Onde histórias criam vida. Descubra agora