Eu já não aguentava mais ter que conviver com a dor e a incerteza de saber se ainda tenho o amor dela por mim e para mim. Já estava além de uma tortura diária, era eu torturando a minha alma sem tomar uma atitude. Todos os dias os mesmos questionamentos e arrependimentos.
Jennifer você sente a minha falta? Porque todos os dias sinto um pedaço de mim morrer aos poucos com a falta que você me faz, com o seu silêncio, com a sua aparente indiferença.
Por diversas vezes faço menção em pegar meu celular e mandar uma mensagem para saber se tenho retorno, ensaio discar o número, porém todas as tentativas eu falho, nunca chego a concluir a ação. Talvez por falta de coragem, medo, insegurança, vergonha....
Penso em lhe escrever uma carta, pego a caneta, o papel e me coloco frente à minha mesa de cabeceira, escrevo-lhe mil palavras, tento lhe descrever tudo que habita minha mente e meu coração, às vezes falta-me palavras. Olho para o papel, para aquelas palavras, meus olhos marejados, lágrimas que insistem em cair sobre o papel enquanto as palavras se embaçam à minha frente. O que eu estou pensando? Uma carta? E mais uma vez me acovardo ao rasgar o papel e lançá-lo ao lixo.
Cada dia consigo disfarçar menos a falta que ela me faz, a dor que é não estar com a minha Jen, não ter seus beijos e carinhos. Seguir dia após dia imaginando o que essa loira faz, se ainda tenho espaço no seu coração e nos seus pensamentos.
Os dias se arrastam, as horas parecem nunca passar, mil pensamentos e todos eles voltados à dona do mais belo par de olhos, detentora do cheiro mais suave e o sorriso mais encantador, aquele sorriso, ah aquele lindo sorriso! Aqueles dentinhos levemente tortos que a deixam ainda mais encantadora e me fazem ficar hipnotizado por horas.
~ Passaram-se alguns dias ~
Hoje pela manhã acordei bem decidida, vou procurar por ela! Não sei como vou fazer isso, mas sei de duas coisas: uma é que de hoje não passa e a outra é que não aguento mais passar meus dias assim. Se ainda existe amor, vai voltar a existir nós!
O relógio já marca 3:00 p.m., pego meu celular e começo a redigir uma pequena mensagem para a Srtª Morrisson, com a intenção de conversar e marcar algo, mesmo que seja um café no Starbucks.
Sinceramente, acho que estou sendo muito otimista em achar que ela vai me responder, logo ela, tão forte e decidida. Já prevejo a reação dela ao ver seu celular notificar uma mensagem minha, vai simplesmente ignorar!
" Okay Lana, você precisa enfrentar isso, se é o que você quer, reúna suas forças e crie coragem, é tudo ou nada! " . Tento me acalmar e começo a andar de um lado para o outro impacientemente na minha sala, pensando de que maneira vou chegar até a Jen. Entrelaço meus dedos nos meus cabelos, respiro fundo e me dirijo à mesa de canto com as bebidas e sirvo um copo com whisky 12 anos na tentativa de tranquilizar as emoções que estão à flor da pele e criar coragem de falar com ela.
São 4:00 p.m., estou mais relaxada e depois de dois copos de whisky cowboy, vesti a capa da coragem e volto a pegar meu celular; está decidido! Vou ligar para a Jennifer Morrison.
Disco o número dela sem nem precisar procurar na agenda, sei seu número de cor. A cada número que digito na tela sinto um frio na barriga cada vez maior, e então resolvo discar. Chamou uma, duas, três... e cada vez que chama sinto que meu coração vai sair pela boca; na quarta vez alguém atende o telefone e ouço uma voz doce e suave dizendo "Oi", é ela! Sua voz é inconfundível! Senti minhas pernas enfraquecerem e respondi "Oi".
Como pode ser.... depois de todo esse tempo meu corpo reagir da mesma forma ao ouvir a voz dela, sinto cada parte da minha pele se arrepiar ao ouvir o timbre da voz da mulher que fazia e faz meu corpo experimentar mil sensações de uma só vez.
Jennifer após ouvir minha voz se calou do outro lado da linha e então continuei a falar, porém desenfreadamente.
— Tudo bem? Jennifer, talvez você não esteja entendendo o fato de eu te ligar a essa hora, mas eu não suportava mais viver a dúvida de saber se me atenderia ou não, preciso conversar com você! Preciso que você me ouça!
— Lana... tudo bem! Aconteceu alguma coisa? — Jennifer falou com a voz um pouco confusa.
— Sim, aconteceu! Aconteceu que eu não estou sabendo lidar com..... Na verdade, precisamos conversar pessoalmente, sei que soa estranho depois tanto tempo eu aparecer sem mais nem menos na sua vida, talvez você esteja prestes a desligar essa chamada, mas... — Falei com medo da reação dela, afinal, eu apareci de repente e ainda falando tão rápido e desesperada.
~ Fui interrompida por aquela voz tão firme e ao mesmo tempo macia ~
— Não vou desligar, apenas me assustei com sua ligação repentina.... Há tanto tempo não ouço sua voz e me parece nervosa. — Jennifer me respondeu.
— Podemos nos encontrar para conversar? — Sugeri.
O silêncio se instalou entre nós, ela com certeza não esperava que eu falasse isso. Acho que a Jen não vai aceitar, pois ela me evitou de todas as maneiras depois de toda a avalanche de acontecimentos que houveram lá atrás.... Ficamos quase um minuto em silêncio, eu esperando uma resposta e ela espantada, confusa e pensativa.
Jen soltou um longo e pesado suspiro e me perguntou com a voz trêmula o porquê tínhamos que nos encontrar para conversarmos.
— Por que nos encontrarmos para ter uma conversa se podemos resolver por meio dessa ligação? — Ela quebrou o silêncio com a voz levemente embargada.
— Não, não podemos. Tudo bem, me desculpe, não devia ter te incomodado. Errei em te procurar. Eu só pensei que... — Respondi em seguida. Talvez tenha sido uma bobeira ter a convidado, mas parte de mim gritava por alguns minutos com ela.
— Não! Tudo bem! Senti falta de ouvir sua voz. — Ela disse dando um leve suspiro — Onde você prefere que nos encontremos? — Completou.
— Onde fica melhor para você? Eu tinha pensado no Starbucks, lembro que você adora o café de lá, além de ter sido o local onde tivemos nosso primeiro contato mais íntimo, sabe, entre cafés e rosquinhas doces, o nosso primeiro beijo.... Enfim, sugiro isso para hoje ainda, por volta de 6:30 p.m, porém se....
~ Mais uma vez fui interrompida por Jen~
— Faz assim, compra a bebida no Starbucks, eu asso umas roscas doces e te espero aqui em casa, o endereço é o mesmo! Aqui temos mais privacidade para conversar.
— Então okay, por volta de 6:30 p.m. estou aí na sua casa. — Respondi com empolgação.
— Até daqui a pouco. — Ela disse e eu pude sentir um misto de animação e apreensão em sua voz.
— Até.... — Me despedi em seguida.
Após minha resposta claramente entusiasmada, ela encerrou a ligação. Olhei à minha volta e confesso não estar acreditando que em mais ou menos duas horas vou vê-la. Ela realmente havia aceitado conversar comigo? Ou eu estava sonhando? Aquilo estava realmente acontecendo?
Meus pensamentos a mil por hora. Minha vontade agora era ligar para Bex e relatar o que acabará de acontecer, mas terei que me conter, vou esperar um pouco, esperar voltar desse encontro, se é que posso chamar de encontro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A falta que ela me faz...
FanfictionComo pode alguém te causar tantos sentimentos maravilhosos e que nem mesmo o tempo é capaz de apagar cada sensação e cada lembrança? Escrevo essa história juntamente com minha amiga Bruna Cristina @brubsol .