Prólogo - Jimin, o solitário

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Jimin

Mesmo hoje, tantos anos depois, eu ainda me lembro do primeiro emprego que perdi, felizmente não fui mandado embora por incompetência ou algum erro cometido, o que aconteceu foi que a empresa passou por uma grande crise financeira, e não estava mais conseguindo cobrir os salários de tantos funcionários, sendo assim acabei fazendo parte da leva de pessoas que foram para a rua.

O que eu fazia lá dentro não era grande coisa, fui apenas um ajudando no almoxarifado por cerca de dois anos, não ganhava muito, mas era aquele pouco dinheiro que me ajudava a cobrir minhas necessidades, como o aluguel, comida, contas da casa e as parcelas da faculdade.

Naquele tempo eu dividia um pequeno apartamento com mais cinco colegas de curso, ou seja, as contas e o aluguel eram sempre divididos entre a gente, então minha parte não saia caro, dava para pagar isso e a faculdade, que ainda sobraria um dinheiro, mesmo que não fosse muito.

Porém quando perdi o emprego, foi desesperador, logo tentei arrumar outro o mais rápido possível, entretanto isso não estava sendo fácil, tanto que dois meses se passaram, e eu continuava desempregado e com colegas de quarto me cobrando minha parcela nas contas da casa. 

E eu não tinha com quem contar, saí de casa com dezoito anos e minha relação com meus pais não era das melhores, meu pai não aceitava de forma alguma que eu queria ser um artista, para ele isso não era profissão para um alfa, meu pai desejava que eu fosse um homem dos negócios como ele, mas eu preferia bem mais ter minhas roupas sujas de tinta e um pincel entre meus dedos.

Eu sabia que aquela área não era popularizada por alfas, tanto que quando entrei no curso, acabei sendo o centro das atenções por ser um dos poucos alfas que entravam naquela matéria porque realmente tinha algum talento e desejava ser um artista, e não um daqueles que apenas fingia interesse para poder estar perto de vários ômegas e betas.

Mas voltando a minha família: eu sabia que minha mãe também não me apoiava nessa escolha de profissão, mesmo que ela nunca falasse com todas as palavras, apenas vinha com a frase: "você tem certeza, Jimin?", e já sabia que ela esperava que eu dissesse que havia mudado de ideia.

Porém o problema com minha mãe não era minha escolha de carreira, e sim com minha falta de interesse em lhe dar netos.

Acho que o sonho dela era me ver entrando pela porta da sala com um ômega, dizendo que estávamos próximos de nos casar, mas isso não aconteceria, pelo simples motivo que eu tinha toda uma vida para resolver antes de pensar em me envolver seriamente com alguém, e minha mãe não entendia isso.

Sendo um filho único, a cobrança era grande sobre mim, e tudo isso acabou me afastando deles, eu não tinha como ir pedir ajuda financeira dos meus pais após quatro anos mal falando com eles ou os visitando.

Eu estava sem saídas, nem uma das entrevistas que eu tinha feito para concorrer a vagas de emprego deram resultados, meus colegas de quarto estavam praticamente querendo me expulsar e as parcelas da faculdade estavam se enchendo de juros, eu não sabia mais o que fazer.

Havia entregando currículos para todo estabelecimento e empresa que surgia na minha frente, porém a minha falta de experiência não ajudava muito, os contratantes não queriam ensinar alguém, ansiavam somente por empregados já preparados, algo que complicava minha situação.

Foi quando meu amigo Youngjae veio até mim dizendo que havia visto uma placa em frente a uma clínica de fertilização perto de nossa universidade, afirmando que estavam contratando, mais especificamente para a recepção. Eu nunca tinha trabalhado com o público antes, mas era uma chance de sair do vermelho, sem contar que segundo Youngjae, não estavam pedindo experiência na área para a contratação.

In Search Of My Descendants ||ji•kook||Onde histórias criam vida. Descubra agora