Cap. 8
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....Ficamos ali olhando um para o outro,sem nos mover e sem dizer uma só palavra.
Queria saber a sua história,queria entender essa angústia do passado. Se eu ficaria nessa casa que não me pertencia,pelo menos queria fazer algo por aquelas pessoas tão vazias de si.
- Quer me contar? - Sem esperar mais indaguei.
- Quer mesmo ouvi?
- Com toda certeza,detalhe por detalhe,sou toda ouvidos. - Naquela situação dei meu primeiro sorriso,para lhe mostrar confiança.
Entramos novamente na biblioteca,não sabia o certo à se fazer,mas eu queria ajudar. Esse lado eu puxei do meu pai, mesmo com dificuldades ele sempre ajudava alguém que precisava tanto quanto ele. Ele sempre me dizia após à ajuda:
" Minha filha,Mesmo você sem condições e sem o que fazer,e se seu próximo esteje necessitando de sua ajuda,coloca suas tempestades no bolso e vá ajudar, talvez a ajuda volte para você."
Na verdade sempre quando ele dizia essa mesma frase,eu nunca entendia. Mas hoje eu estou passando pela metade da experiência que meu pai tivera. Talvez eu estivesse crescendo...
- Em que está pensando? - Meus pensamentos são interrompidos.
- Hãm? - Olho para ele que pela primeira vez o vi sorrindo,mas pela minha 'lerdice'. - É..sobre como nesse momento estou parecida com o meu pai.
- O que aconteceu? - Me olha sério,porém com curiosidade.
- Ben, agora estou aqui pra te ajudar.
- Gosto quando me chama de Ben.
Sorrio.
- Que bom,Ben - Digo fazendo ênfase em "Ben".
Gargalhamos,porém,alto de mais. A porta se abre revelando o rosto cansado e cheio de olheiras do mordomo mais humurado do mundo,só que não.
- Senhores,olhem a hora,já deviam estar no décimo sono! - Na hora que íamos responder ele caiu na cadeira com rodas em sua frente.
- Deve ser o efeito do remédio que ele sempre toma. - Disse Ben, Rimos. Levantamos e fomos aonde o mordomo Klaus estava,enquanto o mesmo roncava.
- Senhor Klaus? Acorda,acorda senhor Klaus ... - Olhei para o Ben e ele fez negatividade com a cabeça. - O melhor jeito é levarmos ele até o seu quarto. Vamos!
Empurramos ele com dificuldade,o que nos facilitava mais foi o fato de a cadeira ter rodas. Pois o pior foi o Ben dizer que o quarto dele ser no andar de baixo.
- E agora? - Digo tentando arrumar um jeito para desce a cadeira na escada.
- O jeito é descer devagar.
- Ok.
- 1..2..3..4..5- Contamos os degraus. - Falta pouco...- Momento inapropriado de falar,a cadeira praticamente desceu sozinha pela escada.
- Lasqueira! - Digo.
- Lá vem bronca.- Ben.
Já lá em baixo Klaus pulou em um solavanco.
- Senhores? O que houve? - Parou por um momento e depois a cara de bravo voltou...- Já para os seus quartos! - Olhamos um para o outro e rimos. Quando eu ia me virando em direção à porta do Jardim,sinto Ben segurando em meu braço,o olhei.
- Nos vemos amanhã. - Disse em um sussurro.
Sorriu e ele subiu as escadas.
No caminho em meu quarto,estava pensando...
Nem deu tempo de ajudá-lo,talvez não seja a hora, e nem o momento certo ainda!...
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Rompendo em Fé
SpiritualEsthefony Bonier cristã, um pouco diferente que as outras. Só ela e sua mãe,depois de perder o pai e a casa onde morou desde que nasceu, se mudam para a cidade vizinha procurando um bom emprego e uma nova vida, passando a morar nos fundos de uma das...