Capítulo 28

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Hannah

- Aonde estamos? - Perguntei ao ver ele estacionar seu carro em frente a um lugar abandonado - Não é perigoso aqui?

O lugar só tinha mato e uma subida enorme mais para frente.

Eu já estava achando que ele iria me matar e esquartejar meu corpo.

- Não, relaxa. - Riu - Vamos. - Trancou seu carro e o segui.

Caminhamos um pouco e eu já estava cansada, a enorme subida parecia ter chegado ao fim e quando olhei para baixo estavamos em meio que em um jardim.

Felipe andou mais um pouco e se sentou, o acompanhei e me sentei ao seu lado. Olhei para frente e vi uma vista simplesmente maravilhosa, a praia de copacabana com o mar calmo e mais para trás vários prédios, olhei para baixo e estávamos em cima de um penhasco.

- Uou, isso daqui é...

- Lindo. - Ele completou - Eu sei.

- Eu iria falar incrível mas tudo bem. - Sorri.

- Incrível também.

- Mas por que você me trouxe aqui?

- Sei lá. - Deu de ombros - Somos amigos não é?

- Sim, somos.

- Então, amigos fazem coisas legais uns pelos outros. - Me olhou.

- Gostei! - Sorri e voltei a encarar a vista maravilhosa a minha frente — Eu amei aqui, obrigada... - Encostei minha cabeça em seu ombro, ele ficou sem reação com meu gesto mais logo relaxou seu corpo.

****

— Que bom que chegaram, sentem-se. - Apontou para o sofá e se sentou logo em seguida.

— Obrigada. - Me sentei e Felipe se sentou ao meu lado — Cadê a Rebeca?

— Foi dormir na casa de uma amiga.

— Entendi.

— Bom vamos direto ao assunto. - Tomou sua postura — Vocês vão ao hospital levar os brinquedos sexta as 13:00, os brinquedos já foram todos encomendados e chegará aqui em casa amanhã ou quarta.

— Ahm, okay. - Felipe permanecia quieto desde que chegamos, ele só deu um boa a noite para seu pai e não falou mais nada.

— Está tudo bem para você Felipe? - Perguntou Sérgio.

— Sim.

— Bom continuando... Como todo final de ano, na empresa tem um baile de encerramento, e pretendo acrescentar no baile desse ano uma arrecadação para o hospital.

— Ótima ideia!

— Que bom que gostou. - Sorriu — No baile de primavera esse ano, arrecadamos dinheiro para um orfanato que estava em extrema necessidade aqui no Rio.

— Uma atitude e tanto. - Sorri.

— Você sabe que vai ter que ir no baile né? - Felipe me cotucou.

— Vou?

— Sim! - Se intrometeu Ramalho — Você agora é a "Namorada". - Fez aspas com o dedo — Do meu filho.

— Ahm...

— Não se preocupa que seus amigos vão. - Riu — Eles vão todos os anos.

— Ah menos mal né. - Ri sem graça — Quando vai ser esse baile?

— Antes do ano novo, o convite vai ser entregue no apartamento de vocês com a data certa.

— Bom, tudo bem.

— Vocês querem comer alguma coisa? - Perguntou.

— Não pai, obrigada. Hoje nosso dia foi cansativo né Hannah?

— Sim.

— Bom melhor irmos. - Caminhou até o hall e abriu a porta — Boa noite pai!

— Boa noite Sérgio. - Passei pela porta e ele apenas acenou para nós.

Caminhamos até o portão da casa e o mesmo foi aberto, passamos por ele e Felipe destrancou o carro e entrou.

Entrei logo em seguida e o olhei.

— Felipe? - Ele para e me encara — Eu gostei de hoje...

— É, eu também. - Permaneceu me encarando.

— Ahm... Legal né? - Ri de nervoso.

— Sim. - Ele continuava a me encarar.

Estar perto de Felipe me causava sensações estranhas, as quais eu só senti umas duas vezes na vida, eu gostava quando ele me olhava fixamente, parecia que só existia nós dois no mundo.

Um sentimento estava se formando dentro de mim e isso me assustava um pouco.

Ele estava mexendo comigo...

Não existia barulhos de carros, pessoas conversando o único barulho que podíamos se ouvir era nossas respirações e nossos corações batendo.

Ele estava perto.

Muito perto.

Nossos rostos estavam a sentimetros de distância, ele iria me beijar...

Ele iria me beijar.

Mas isso não podia acontecer, nós acabamos de criar uma amizade eu não iria estragar ela assim.

— É melhor irmos embora. - Virei o rosto.

Aposto que estava vermelha igual um pimentão.

— Tem razão. - Tomou sua postura novamente e ligou o rádio — Desculpe-me.

— Foi só o momento... Vamos fingir que isso não aconteceu.

— Tudo bem. - Falou baixo e ligou o carro.

****

Assim que chegamos em casa vi ela toda decorada por corações e bexigas, Amanda estava deitada no sofá com meu irmão.

É, eles estavam namorando.

Amanda agora é minha cunhada.

Felipe virou meu amigo.

Isso tudo aconteceu em duas semanas que eu estou no Rio de Janeiro.

A campainha do apartamento toca e eu vou atende-la, abro a porta e vejo Sofia de braços cruzados.

— Cadê o Felipe? - Perguntou e Felipe logo aparece atrás de mim — Amorzinho. - O deu um selinho.

— O que você quer? - Respondeu ignorante.

— Nossa pra que isso. - Passou as mãos pelo seu peito — Você está precisando relaxar. - O olhou maliciosa.

— Tem razão. - Me olhou rapidamente — Vamos?

— Claro! - Sorriu — Até mais garota que eu não sei o nome! - Me mandou beijo e saiu com Felipe.

Presenciar a cena que acabou de acontecer me causou um certo incomodo, nós quase nos beijamos no carro e agora ele foi transar com outra?

Homem não presta mesmo.

Eu tenho que controlar meus sentimentos por Felipe se não eu vou me ferrar.

Dei meia volta e voltei para meu quarto.

No Mesmo Quarto [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora