Capítulo 82

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Hannah

Abrir meus olhos e perceber que eu não estava naquele galpão era ótimo, mas abrir meus olhos e escutar o Felipe falando aquelas palavras para mim era melhor ainda.

Sua expressão estava igual, eu esperava alguma reação dele.

- Prometo. - Ele entrelaça sua mão na minha - Vai ser apenas nós dois.

Depois de muitos dias de tortura e dor psicológica quanto física, esse estava sendo um dos melhores momentos para mim, mesmo estando nesta cama de hospital, a gente tem que aprender a valorizar os pequenos e bons momentos, porque para acontecer algo ruim é em um piscar de olhos.

****

Três dias se passaram, era o terceiro dia aqui na minha recuperação no hospital. Estava sendo meio doloroso? Sim. Mas era para o meu bem.

Hoje eu já conseguia sentar sem sentir dor e creio que daqui a alguns dias eu já posso estar em casa totalmente recuperada.

- Olha Miguel está bem, fica tranquila. - Amanda falava enquanto folheava uma revista.

- Ele só veio me ver uma vez, tenho certeza que ele está bravo porque eu coloquei o melhor amigo dele na prisão. - Encaro o teto branco e sem graça do quarto.

- Se ele estiver bravo isso não é problema seu! - Ela deixa a revista de lado e me olha - Você não tem culpa do melhor amigo dele ser um psicopata. - Ela diz e eu rio.

- Ele era seu amigo Amanda.

- Como você mesmo disse. Era. Não é mais porque eu o odeio. - Volta a folhear a revista com roupinhas de bebê.

- Você não cansa de ver isso não? - Pergunto entediada.

- Olha eu já gostava de ver roupas para mim e gosto mais ainda de ver para a minha filha. - Ela gargalha e eu rio com sua risada, era tão bom vê-lá assim. Feliz - Então a resposta é: Não!

A porta do quarto é aberta e meu irmão entra pela mesma com um sorriso nos lábios.

- O que foi? - Pergunto estranhando seu semblante.

- Eu tenho uma surpresa pra você.

- Boa ou ruim?

Ele revira os olhos e eu rio.

- Desde quando surpresa é ruim?

- Olha... Depois de tudo o que eu passei... Surpresa não é uma das melhores coisas agora.

- Tudo bem. - Ele suspira - Boa.

- Ótimo. - Sorrio.

- Podem entrar. - Ele diz e eu estranho. Encaro a porta do quarto e meu queixo quase cai.

Não era possível.

As pessoas a quais eu mais amava no mundo. A mulher que me deu a luz ao mundo e o homem que me ensinou a dar meus primeiros passos... Eles estavam na minha frente. Depois de meses sem os vê-los era como se eu reencontrassem depois de anos.

No Mesmo Quarto [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora