No Mesmo Quarto [Concluído]

Capítulo 67

Hannah

A cortina do meu quarto é aberta fazendo a claridade do sol vir toda em direção ao meu rosto. Abro meus olhos já os sentindo arder por ter chorado a noite inteira.

Olho para a pessoa que abriu as cortinas e observo Bryan me encarando  sério.

Reviro os olhos e cubro meu rosto com o lençol.

- O que você quer Bryan?

- Você pode me explicar isso?! - Pergunta e eu tiro o lençol do meu rosto para encara-lo.

- Isso o que?

Ele revira os olhos e se senta aos meus pés na cama.

- Por que o Felipe não dormiu aqui hoje? - Ele pergunta e até eu estranho.

- Ele não dormiu aqui hoje?

- Você ta vendo ele aqui?

- Eu pensei que ele tava na sala, dormiu lá ou até no quarto dos meninos.

- Não. - Ele fala e um milhão de paranóias rodeiam a minha mente.

Sofia.

Ele só pode estar com ela.

Engulo em seco e tento afastar o choro, só de imaginar os dois juntos.. Para Hannah, vida que segue! Até amanhã você já vai embora desse inferno.

- Que cara de choro é essa Hannah?

Respiro fundo e tento disfarçar.

- Você não me engana, fala logo. - Ele me pressiona.

- Nós terminamos Bryan!

Ele me olha surpreso e meio confuso.

- Que? Por quê?

- Bryan eu vou voltar amanhã para os Estados Unidos.

- Que? Você não vai ficar?

Eu rio e nego.

- Bryan eu nunca vim para ficar.

- Mas eu achei que ia depois que começou a namorar o Felipe.

- Não.

- Certeza que você quer isso?

Olho em volta do quarto e vejo todas minhas mala prontas.

- Sim... - Apontei para minhas coisas no canto do quarto - A decisão já está tomada.

Ele se aproxima e me abraça, ele sabia que eu não estava bem.

Aquele abraço ele me dava antes, um abraço que me confortava.

- Você vai voltar quando meu filho nascer né? - Ele me solta e olha em meus olhos.

- Claro. - Tento dar meu melhor sorriso - Você não sabe se é menino seu bobão.

- Em breve a gente confirma o sexo. - Ele se levanta - Já percebi que você não está bem. - Ele segura meu braço e me levanta - Não sei se você sabe que horas são, mas já está tarde, então vai tomar café. - Saiu me puxando para fora do quarto.

- Calma, vou escovar meus dentes. - Me solto dele.

- Não demora. - Ele diz e eu assinto.

Felipe

Acordo com meu corpo queimando, o sol estava bem em mim. Nem parecia que choveu a noite passada, eu simplesmente apaguei e depois disso não lembro de mais nada.

Tento me sentar com dificuldades mas minha cabeça latejava. Acho que não foi uma boa ideia ter bebido muito na noite passada.

Minhas roupas estavam meio humidas, tento procurar meu celular no bolso mas ele não estava. Devo ter o deixado no carro.

Levanto sentindo meu corpo doer e observo o estrago que eu fiz aqui ontem, estava uma sujeira.

Foda-se.

Ando cambaleando até meu carro, o mesmo estava aberto, pego meu celular e vejo as horas. Iriam dar 14h00.

Eu não estava em condições de dirigir, mesmo querendo morrer, isso ainda não é uma opção.

Disco o número do Guilherme e o chamo, ele seria o que ia menos me julgar nesse meu estado.

Enquanto ele não chegava, esperei ele dentro do carro com minha mente a mil, mesmo depois de tudo o que eu fiz para esquecer ela, não conseguia.

Ela conseguiu se acomodar em meus pensamentos e agora não saia de lá para nada...