he is like fire

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[desconhecido]
Busan: Coréia do sul.
13 de fevereiro de 1797.
13 e 44 da tarde.

Abro meus olhos lentamente, me acostumando com a claridade do local, sentindo-me levemente tonto.

— Até que enfim você acordou. — disse o homem baixinho com um largo sorriso em seu rosto marcado pelo tempo.

— Onde... Onde é que eu tô? — pergunto me sentando na cama, coçando os olhos ainda um pouco desnorteado.

— No templo do norte. Você dormiu por quase nove anos. Eu te vi crescer em cima dessa cama. — disse em tom calmo, se sentando ao meu lado e acariciando meu cabelo. — Fico feliz em, finalmente, te ver acordado.

Automaticamente eu direciono meu olhar para minhas mãos. Eu não era mais uma criança? Por que meus dedos cresceram tanto?

Olho para o homem sentado ao meu lado, perguntando silenciosamente o que havia acontecido comigo. E o homem por sua vez apenas deu-me um sorriso confortante.

— Qual é o seu nome? — indago ao lembrar-me que ainda não sabia o nome do homem ao meu lado.

— Nós monges não temos nomes, mas pode me chamar do que quiser. Não tenho preferências quanto a isso. — sorriu gentilmente mais uma vez.

— ah, okay. Muito prazer senhor monge. Eu me chamo... Err... Eu não lembro como eu me chamo. — forço minha mente, tentando me lembrar, mas as únicas coisas que vinham em meus pensamentos eram o rosto de um homem pálido e a imagem de um casal morto no chão.

Eu não me lembrava quem era o casal muito menos o homem pálido, porém as imagens em minha mente me traziam uma enorme dor em meu coração. O que está acontecendo comigo?

Sem perceber lágrimas escorriam de meus olhos. Eu nem sabia o porquê de eu estar chorando. Quem eram aquelas pessoas?

— Você se lembra de algo meu jovem? — perguntou o monge, acariciando minhas costas por cima do fino tecido da blusa que eu vestia.

— Um homem... Tem um homem e um casal. O casal estava morto e o homem, ele me encarava... — digo ainda um pouco confuso com as imagens que insistiam em ficar na minha mente, lembrando-me  de mais uma coisa. — Tinha também uma mulher! Ela estava perto, perto de mais! Eu sinto... Sua respiração... Sinto a respiração da mulher em meu pescoço! — exclamo, passando a mão no local onde sentia o respirar frio da mulher, sentindo duas pequenas marcas no mesmo.

O monge olhou-me com certa pena e sorriu tristonho.

— Você foi amaldiçoado meu jovem. Eu sinto muito...

{•••}

Kim Taehyung.
Busan: Coréia do sul.
22 de abril de 2018.
01 e 07 da madrugada.

— Chefe de investigação Kim! — chamou o delegado. — Veja! Mais um assassinato. — disse me entregando uma pasta com diversas fotos da vítima e do local do crime.

A vítima era Park Sae-jin, uma garota que beirava seus vinte anos, tinha uma ótima vida social e estudava advocacia por escolha de seus pais.

Ainda consigo me lembrar do doce gosto de seu sangue. Confesso que tenho um certo fetiche por pessoas que tem o tipo sanguíneo A.

— Acharam algo a mais do que o de sempre? — indago já sabendo a resposta, apenas esperando a afirmação do delegado.

— Sim! No corpo da vítima haviam mais de uma marca e graças a biópsia feita por Seokjin, foram achadas digitais no corpo da mesma. Estamos perto de mais, porém longe de mais. — disse o delegado, suspirando logo em seguida. O cansaço estava estampado no rosto do Kim e as olheiras embaixo de seus olhos só comprovavam que o mesmo não dormia a um bom tempo.

— Deixe comigo e com o Jeon, delegado. Vá descansar um pouco. Excesso de cafeína e falta de repouso fazem mal a saúde. — disse esboçando um sorriso mínimo.

— Obrigada, Taehyung! Eu realmente estou precisando de um pouco de descanso. Eu não tenho uma boa noite de sono desde o primeiro assassinato. — riu sem ânimo. — Bem, vou indo. Acha mesmo que consegue dar conta?

— Pode ter certeza, delegado!

{•••}

— Olá detetive. Olá Seokjin — disse ao entrar na sala sendo seguido pelo policial Park. — Park, peço que vá chamar o policial Jung. Ele é o único que consegue tirar informações do Min. E Seokjin, veja de quem são as digitais encontradas no corpo da vítima. Eu preciso do máximo de informações o mais rápido possível! — dito isso, o policial Park e Seokjin saíram do local, deixando o Jeon e eu sozinhos.

— Você fica muito sexy quando está mandando nas pessoas. — disse Jungkook se aproximando em passos lentos.

— Estamos trabalhando Jeon! Aqui não é lugar para gracinhas! — digo em tom sério. Por mais que eu queira me divertir um pouco com o Jeon eu ainda tenho que manter a postura. Ninguém pode saber o que eu sou!

— Só estou comentando, detetive Kim. — diz se fazendo de desentendido e sorrindo cínico logo após.

Jungkook se aproximava cada vez mais, seus olhos focados em meu corpo transbordavam desejo e a tensão que pairava sobre nós aumentava cada vez que nossos olhares se encontravam. Jungkook era um pecado em forma de gente! Isso é fato!

— Ahh, Taehyung! O que você está fazendo comigo? — sussurrou ao pé do ouvido, mordendo o lóbulo da minha orelha, enquanto apertava minha cintura com suas mãos e aproximava mais o seu corpo ao meu, quase nos tornando um só. Não contive um gemido com o ato do humano.

Jeon Jungkook estava me levando a loucura, tanto que eu acordei gemendo seu nome. Eu não fazia ideia de quando havia adormecido.

Me levanto coçando os olhos e caminho em direção a um dos banheiros da delegacia. Eu estou morrendo de sono!

— Taehyung? A quanto tempo eu não te vejo, cara! — exclamou Chanyeol.

— Ah, oi Chanmie. — digo sem muito ânimo — O que faz aqui?

— Eu é quem pergunto, chefe de investigação Kim — ironizou, fazendo-me revirar os olhos. — Qual foi a merda que tu fez, hu?

— Nenhuma! Estou trabalhando como uma pessoa comum! — digo dando de ombros.

— Taehyung, você não é comum, muito menos uma pessoa! Vai, diz! Qual é a treta da vez? — indagou cruzando os braços na altura de seu peito e arqueando as sombrancelhas.

— Apenas uma palavra: vingança! É apenas isso. E se você me der licença eu tenho que ir. Até um outro dia Chan! — digo rapidamente saindo do local em passos largos. Chanyeol é um ótimo amigo, quando ele não tem um segredo seu para espalhar para todo mundo, é claro.

— Para onde vai com tanta pressa, Taehyung? — ignoro a pergunta de Jungkook, continuando meu caminho para qualquer lugar que fosse longe da vista de qualquer pessoa. — Hey! — segurou em meu pulso me fazendo parar para encara-lo. — Não tem educação não, detetive Kim? — olhou-me arqueando uma sombrancelha.

— Tenho que falar com Seokjin! Com licença. — digo friamente, soltando meu pulso de seu aperto e saindo em passos rápidos, deixando um Jungkook confuso para trás.

Esse garoto é como fogo! E eu tenho a sensação de que se eu decidir brincar com ele eu posso acabar me queimando...

Supernatural Case • Kth + JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora