no smoking ➵ fack

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Era 6 de setembro quando a turma decidiu que iriam assistir A Freira no cinema, em conjunto.

Dois terços da sala quis ir, o resto preferiu ficar em casa já que o dia marcado caíria num domingo. E uma dessas pessoas era Finn, mesmo sendo repreendido por Wyatt por estar tão fechado e insociavel naqueles dias. Sempre que este lhe dava um esporro, Finn acabava fazendo o que era pedido, já que Wyatt era o ser mais irritante e teimoso que tinha conhecido a sua vida inteira; era seu melhor amigo desde seus oito anos.

Não sabia se tal baixinho-que-tinha-uma-paixão iria também, e nem mesmo quis perguntar se ia ou não, mas pensou na possibilidade de, ir em um cinema, assistir um filme de terror, ajudaria a apagar Jack de sua mente. Seriam com toda a certeza - que Finn tinha -, um casal impossível, a família do mais velho tinha uma religião que abominava relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Irônico. Pensava em como Jack iria reagir quando dissesse - se é que vai dizer - o que pensava sobre o mesmo, ria para si mesmo a cada reação que imaginava; tinha quase centenas de pensamentos sádicos em relação a isso, não podia negar.

Era dia 9 de setembro e grande parte das pessoas já estavam reunidas na porta do cinema, esperando a bilheteria abrir para conseguirem seus ingressos. Ao lado de Finn tinha um Wyatt perdido em pensamentos, olhando para um ponto aleatório no pôster colado na porta do cinema. Finn fez um post-it mental de usar isso contra ele quando Wyatt resolvesse o xingar por ter um "mini-deficit-de-atenção" no meio da aula.

Quando entraram no cinema, escolheram seus lugares e esperavam os trailers começarem, o pessoal estava nas primeiras fileiras, mesmo que o barulho lá na frente seja ensurdecedor quando os filmes passavam. Finn optou por se sentar na penúltima fileira, já que a última estava cheia de pessoas desconhecidas criticando os trailers que já começaram a passar.
O filme era famoso, mas nem por isso o cinema estava lotado.

- Posso me sentar aqui? - Uma voz sussurrada ao lado de Finn fez ele virar o olhar rapidamente em direção a pessoa. Deu de cara com um Jack abaixado ao lado dele, apoiado no banco, tentando não ficar na frente do telão para os demais na fileira de trás. O olhar dele parecia mais penetrante, e logo percebeu que era por causa de uma sombra estranha embaixo do olho.

- Claro. - Deu de ombros, realmente não sabia o motivo do outro estar lhe perguntando isso sendo que poderia apenas escolher o assento sem se importar com opiniões alheias.

Apenas quando o telão ficou numa cor clara Finn conseguiu entender o porquê dos olhos alheios estarem daquele jeito: Jack usava um lápis de olho preto, um pouco escondido atrás dos óculos. Mordeu os lábios e voltou sua atenção para a cena do telão; Finn não entendeu muito ela por causa de sua falta de concentração. Era realmente difícil focar apenas no que assistia quando se tinha alguém que se esta afeiçoado sentado ao lado.

A cada susto que o filme dava algumas pessoas ofegavam. Jack, ao invés disso, ria das reações que o maior tinha, e a cada riso Finn o mandava um olhar julgador, que era completamente ignorado pelo pequeno.

- De que tanto ri? - Finn perguntou baixo.

- Você é fofo concentrado. - Jack precisou de muita coragem para dizer aquilo, mas na visão de Finn aquilo fora dito de um jeito frio e ao mesmo tempo calmo.

Ficaram se entreolhando por longos segundos, o mais velho teve a sensação de que Jack olhava diretamente para seus lábios, mas poderia ser apenas sua imaginação por causa do escuro do cinema; tal pensamento se tornou verdadeiro, já que o menor voltou a assistir o filme sem tomar nenhum susto até o final deste. Parecia que já tinha o visto milhares de vezes, e Finn não duvidava, já que Jack às vezes tinha atitudes bem estranhas.

O mais velho, por outro lado, sorria sempre que se lembrava daquela frase dita a um tempo atrás - não que ele percebesse os sorrisos.

Na hora da saída, as pessoas só falavam em como o filme foi horrível, foram feitas tantas piadas que dava para ver que alguém ali iria embora chorando de rir. Era quase meia-noite e mesmo assim alguns adolescentes ficaram parados na porta do cinema conversando, era praticamente nove pessoas, mas nove pessoas incrívelmente barulhentas.

Finn estava não tão longe do grupo, e ao mesmo tempo não tão perto. Não tinha muita paciência para pessoas escandalosas; já tinha que aguentar Wyatt e era a única pessoa com aquela personalidade que conseguia aturar.

Não muito a frente, viu aquela figura que tanto amava com os olhos vidrados no celular, enquanto apoiava as costas na pilastra quadrada, escondido numa parte mal-iluminada; não estava muito bem agasalhado para um frio daquele mas não parecia se importar muito. Em seus lábios, como era de se esperar, tinha um cigarro aceso; Jack parecia estar com raiva, a fumaça saía da boca dele com impaciência. Finn ficou curioso, mas não se atreveu a se aproximar, ficou quieto, apenas escutando os colegas brigarem e brincarem até irem embora. Exatamente a meia noite.

Finn começou a pensar bastante que Jack combinava com aquela escuridão.

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ultimo capítulo pronto das minhas notas, se preparem pra eu demorar meses pra atualizar.

(revisado enquanto estava com sono/mal revisado.)