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- O quê? - num sussurro, o moreno questionou, querendo acreditar que escutara de forma errada.

- Por favor, esquece o que eu te disse. - desesperada, Luísa pediu, levando as mãos ao rosto. - Eu nunca deveria ter dito nada. - abanou negativamente com a cabeça. - Tu agora vais embora. - o coração da rapariga apertou ao pensar na hipótese de não ver mais Rúben.

Ela batia-se mentalmente por se ter descaído.

Não era suposto o rapaz saber, a não ser logo após a sua morte. Era melhor assim.

- Eu tenho de sair daqui. - sussurrou para si mesma, abrindo a porta do carro.

Nem mesmo o ar fresco fora o suficiente para a rapariga deixar de de lado o sufoco que sentia.

Ela sentia-se a morrer. Literalmente.

- Luísa! - Rúben evocou, também, abandonando a viatura. - Luísa, espera! - a morena desistiu assim que o central iniciou uma corrida até ao seu encontro.

O rapaz era atleta de profissão, ela não teria hipóteses. Não valia a pena fugir.

- Por favor, Rúben. Fá-lo agora. Vai embora. - apontou para o BMW desportivo do futebolista, nunca procurando o seu olhar.

- Eu não vou a lado nenhum. - num tom sério e firme, o amadorense afirmou.

- Porquê? - quase inaudível, Luísa perguntou.

- Porquê o quê? - confuso, respondeu com outra pergunta.

- Não ouviste o que eu acabei de dizer? - um pouco irritada pela sua insistência, a rapariga questionou. - Eu vou morrer! Porque é que tu queres ficar com alguém que tem semanas de vida? Porque é que tu não fazes como os outros e vais embora? - frustrada, levou as mãos aos cabelos.

Ela estava habituada à solidão e a que todos lhe virassem as costas.

Por Rúben ser tão diferente, não estava acostumada a estar na presença de alguém que a fazia sentir compreendida, que a fazia sentir.. Viva.

- Porque eu não sou como os outros! Eu não vou a lado nenhum! - repetiu, aproximando-se da jovem. - E tu, não ouviste aquilo que eu te disse? - dando ênfase no pronome pessoal, ficou um pouco mais perto da face dela. - Eu adoro-te. - levou as duas mãos às bochechas molhadas de Luísa, pelo choro que ela não continha. - Eu não te vou deixar, Evans. Percebe isso. - beijou a testa da morena.

- Porque é que és tão diferente? Seria tudo mais fácil se fosses como todos eles. - Luísa resmungou, fazendo Rúben rir. - Eu deveria morrer sozinha. Pouparia-te-ia à dor. Porque eu sei o que ela é.. - baixou o olhar para o chão ao lembrar os seus progenitores e a avó paterna.

- Eu não te vou deixar morrer, Luísa. - convicto, Rúben falou.

A órfã esboçou um triste sorriso, deixando-se estar protegida nos braços do jogador das águias.

- Tu tens de o fazer, Rúben. É a única solução. - baixinho, ela disse.

- Não pode ser! - um pouco desesperado, o moreno refutou. - Como é que eu.. - levou aos mãos à cabeça, olhando para cima, numa tentativa de conter as lágrimas.

Adeus Amor Adeus | Rúben Dias Onde histórias criam vida. Descubra agora