12.

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Rúben acordou com o constante apitar das máquinas.

Num sobressalto, o jogador levantou-se, não evitando arregalar os olhos ao notar o que se estava a passar à sua volta.

- Luísa. - murmurou para si mesmo, engolindo em seco.

Correu até a morena, pegando a sua face.

- Luísa. - num tom de voz desesperado, o moreno falou. - Por favor, Luísa, não. - com a garganta apertada e os olhos marejados, o jogador encostou a sua testa à dela. - Luísa, acorda, meu amor. - abanou levemente o corpo da morena mas, sem qualquer resposta.

- LUÍSA! - entre lágrimas e soluços, o jovem defesa-central deixou cair a sua cabeça sobre o peito da rapariga, deixando-se chorar sobre o mesmo.

Apesar do cenário à sua frente, uma pequena parte de Rúben ansiava poder sentir as mãos da descendentes de britânicos nos seus cabelos, enquanto lhe sussurava ao ouvido que estava tudo bem.

Mas nada viera. Puro silêncio.

Não estava tudo bem. Longe disso.

Ele acabara de perder o amor da sua vida.

- Foda-se, Luísa, não podias ter feito isto! Eu precisava de dizer adeus, caralho! - ele retirou os cabelos da frente do rosto da morena para poder contemplar a serenidade que a caracterizava. - Por favor, Luísa, volta para mim. - num murmúrio, o moreno suplicou.

Angustiado, Rúben levantou-se, desatando a correr em direção ao corredor, este, completamente em silêncio e escuro devido ao horário cedo.

Deveriam ser cerca das 6h da manhã.

- Ajudem-me! - Rúben gritou, não se importando com o pânico que poderia causar.

Alguns segundos segundos, um pequeno grupo de enfermeiros apareceu na direção do rapaz, o semblante destes confuso.

- A Luísa.. - engoliu em seco, não conseguindo proferir nada mais.

Pelos olhares dos mais velhos, Rúben percebera que estes tinham entendido o que o jogador não tivera a coragem para dizer.

Ao invés, rapidamente, furou caminho entre os presentes, tentando alcançar novamente a amada.

- Vocês têm de fazer alguma coisa! - desesperado, gritou para o grupo de docentes hospitalares que, por sua vez, olhavam o número seis das águias com pena. - Por favor, têm de me ajudar! A Luísa tem de acordar! - escondeu o rosto entre as mãos.

Naquele momento, Rúben era uma tempestade indomável.

Ele era caos, por consequência, da paz que acabara de perder.

- Tem de se acalmar, menino. - uma das enfermeiras, tentou descansar Rúben, levando as suas mãos aos ombros do atleta encarnado.

- Acalmar? - sem qualquer esforço para controlar as emoções, o jovem defesa-central, estupefacto pelo pedido, inquiriu. - Eu acabei de perder a minha namorada e vem pedir-me calma? - um pouco revoltado pela insensibilidade dos profissionais, o internacional português afastou-se da docente que se aproximara dele.

Adeus Amor Adeus | Rúben Dias Onde histórias criam vida. Descubra agora