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- Com cuidado. - Rúben pediu a Luísa, auxiliando a morena a sair do pequeno duche que, a casa de banho privada do quarto onde a doente oncológica se encontrava, continha.

- Tudo bem, seu chato. - deixou um beijo demorado na bochecha do jogador encarnado que, sorriu-lhe, logo puxando-a para um beijo carinhoso nos lábios.

- És linda. - num murmúrio, o desportista elogiou a rapariga que lhe sorriu tímida.

Nunca se habituara aos constantes elogios do lisboeta.

- Eu adoro-te. - no mesmo tom de voz, a luso-britânica confessou, para grande contentamento do internacional português.

- Eu adoro-te muito. - deixou um beijo na sua testa. - Mesmo. - passou para o nariz da rapariga, fazendo-a rir com as cócegas proporcionadas pelo carinho. - Muito. - por fim, deixou um último beijo nos lábios da morena.

Ela sorriu, completamente enamorada.

Pediu auxílio a Rúben para que vestisse uma roupa que ele lhe trouxera, devido ao soro que tinha de carregar para qualquer sitio que fosse e, receava que os fios que o ligavam ao seu corpo pudessem sair do lugar e causar, ainda mais, estragos.

- Obrigado. - agradeceu ao atleta, assim que ele a pousou na cama, cobrindo-a com os lençóis e um coberto quente que ele trouxera, de modo a que, a doente ficasse mais aconchegada, nomeadamente durante a noite.

- Não o faças. - Rúben pediu, deixando um beijo nos seus cabelos, ainda, molhados. - Como estás? - o rapaz interrogou, pegando a mão da morena para poder entrelaçar os dedos.

Ela sorriu com a sua preocupação e olhou-o, oferecendo-lhe um sorriso feliz.
Apesar das circunstâncias, era daquela forma que Luísa se sentia.

Estava pronta para partir.

Feliz.

- Não podia estar melhor, jogador. Estás do meu lado. - genuinamente proferiu.

Ele sorriu mas, não lhe fora dada a oportunidade de responder, pelo bater na porta que o casal escutara.

- Espero não estar a interferir em nada, casal. - alegremente, Ivan falou, ao entrar no quarto com os utensílios de plástico, como copos, pratos e talheres.

- Só a tua presença no quarto é incomodativa, Ivan, quem dirá do facto de pareceres um papagaio que nunca se cala. - Rúben fez troça do irmão que, por sua vez, não hesitou um levantar o dedo do meio.

O número seis das águias soltou uma gargalhada, nunca largando a mão de Luísa ou saindo da beira da rapariga, para grande conforto dela que, ansiava por estes últimos momentos com o apaixonado.

Aquilo que ela não lhe dissera fora, acerca das constantes dores que sentia desde a noite do dia antes e que se intensificaram quando Rúben já não estava com ela, pela manhã, em virtude do único treino que atleta encarnado tivera, antes da celebração da época natalícia e das festividades de entrada no ano que se avizinhava.

Apesar de tudo, Luísa não o queria preocupar com algo que, dada a sua condição de saúde era, completamente, normal.

Não passaria os seus últimos momentos com Rúben a falar sobre as dores que sentia.

Maior era a dor de o deixar, não a dor de ter de partir.

Adeus Amor Adeus | Rúben Dias Onde histórias criam vida. Descubra agora