O casal evangélico - Final

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Cheguei na loja com um sorriso de orelha a orelha e assim que a vi, fui dar um beijo no rosto dela, mas a mesma virou. "Me desculpa." Disse um pouco sem graça.

"Você não fez nada agora, mas é que todos estão comentando sobre o buquê que você me deu, estão falando que nós estamos namorando. Meu Deus, eu não quero ficar mal falada." Bruna falou baixinho.

"Vou resolver isso." Disse.

Falei com cada um dos funcionários da loja e tratei de esclarecer que o buquê e o chocolate foi apenas uma forma que eu arrumei para pedir desculpas, após tê-la magoado. O burburinho não cessou, mas espero que isso ocorra em breve.

"Acho melhor não almoçarmos juntos por um tempo, vou almoçar agora." Bruna me disse quase sem olhar para o meu rosto. Assenti com a cabeça, mas estava completamente contrariado.

Essa situação me fez pensar em pedi-la em namoro, mas ainda acho que precisamos de mais um tempo para nos conhecermos melhor.

Assim que estava saindo da loja para almoçar, Marcos colocou a mão no meu ombro e disse: "Preciso conversar com você, com o Victor e com a Bruna agora na minha sala.".

"Pode ser depois? Eu estava indo almoçar agora." Perguntei. Já sabia sobre o que seria e não queria ter esse tipo de conversa de estômago vazio.

"Almoça mais tarde." Marcos disse. Assenti com a cabeça.

Os outros vendedores nos viram acompanhar o gerente e logo o burburinho se fez presente, do jeito que eles são vão até apostar sobre o motivo de termos sido chamados aqui. Espero que ninguém ganhe a aposta.

Bruna estava apavorada e o Victor curioso. "Sentem-se, por favor." Marcos apontou as cadeiras.

Sentei do lado esquerdo, Victor no meio e Bruna do lado direito. Percebi que foi ela quem pediu para o Victor para ele sentar no meio porque ela não queria sentar do meu lado.

"Vou direto ao ponto porque me parece que o senhor Rodolfo está com fome." Engoli em seco. Marcos deu uma pausa e olhou para cada um de nós e em seguida me encarou.

"Devido ao que ocorreu nesta loja no sábado, o processo avaliativo do senhor Rodolfo pode estar corrompido, o melhor a se fazer é passar a tutela para o senhor Victor Pires."

"Corrompido? Somos apenas amigos, sábado eu somente pedi desculpas por algo errado que eu fiz. Ela é uma excelente profissional." Disse.

"Ah! Pelo amor de Deus! Ninguém dá chocolate e flores para uma amiga." Marcos revirou os olhos em protesto. Engoli em seco.

"Já fiz o meu comunicado. Rodolfo Marins, o senhor já pode ir almoçar e os demais podem voltar ao trabalho." Assentimos com a cabeça e saímos da sala do gerente.

O dia se passou e a Bruna mal se dirigiu a mim. Quando ela estava prestes a sair da loja a chamei: "Bruna, você vai hoje para o culto da minha igreja?" Perguntei animado.

"Eu vou. me manda o endereço e o horário, por favor." Ela sorriu.

"Pode deixar. Até mais tarde."

"Até." A fiquei olhando andar até que uma cliente resolveu interromper o meu momento de contemplação.

"Boa tarde, tem outra cor deste sofá?" A cliente me perguntou, mas eu não a ouvi. Eu estava bem longe daqui, pensando no meu encontro com a Bruna. A cliente repetiu a pergunta.

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