O Highlander e a Devassa

Capítulo 1 - Ruptura Interrompida -

Juliette,

Ela caminhava sorrateiramente na calada da noite, pelo corredor escuro da residência Wheston; torcendo muito para não esbarrar em nenhum móvel ou qualquer vaso que pudesse fazer barulho e atrair atenção indesejada para si.

Ela havia se retirado algum tempo atrás com sua irmã que a havia acompanhado e depois se recolhido para seus próprios aposentos, sem nunca imaginar que Juliette tinha planos para colocar em prática ainda naquela noite.

Todos os hóspedes e residentes da mansão dormiam profundamente, ela havia esperado por horas para que não fosse surpreendida por alguém com hábitos mais noturnos.

A senhorita Smith mais jovem podia ver claramente que um bom futuro estava reservado para Nicole, acreditava de todo coração que as coisas dariam certo para ela e seu marquês. Mas o destino não podia ser assim tão gentil para ambas as irmãs, esse tipo de coisa não acontecia na vida real e se tinha algo de que ela se orgulhava imensamente, era de ser uma jovem realista.

Se aproximou pé ante pé da porta do quarto que sabia ter sido reservado para ele.

Três batidas discretas na porta e ele prontamente a abriu.

— Senhorita Juliette? O que faz aqui a esta hora? Desacompanhada ainda por cima...

— Ande, deixe-me entrar, precisamos conversar.

Olhando para ambos os lados do corredor, ele lhe deu passagem e fechou a porta atrás dela antes que fossem pegos.

— Agora me diga, porque em nome de Deus está arriscando sua reputação vindo até aqui no meio da noite?

Ela sorriu, estava determinada e não seria o medo bobo de ser pega que a deteria.

— Vim lhe fazer uma proposta. Uma proposta um pouco ousada, devo preveni-lo.

Gregor MacRae, agora conde de Stanford na Inglaterra, além futuro líder do clã MacRae na Escócia, se afastou de costas até o aparador. Algo lhe dizia que precisaria de um bom whisky, scotch, claro.

— Bom, levando em conta que se alguém a pegar aqui posso ser obrigado a fazer algo que não quero mesmo e que a senhorita parece ter idéias definidas e tórridas em mente... Aceita uma dose?

Ela ponderou.

— Ainda não. Se aceitar meu acordo posso beber para o selarmos.

— Então diga logo, menina. O que tem em mente?

— Bom, por tudo que se sabe, o senhor é um libertino, um homem que aprecia a companhia de várias mulheres... Não digo ao mesmo tempo, claro.

Ele sorriu. Ela era tão inocente.

Fez um gesto para que ela prosseguisse.

— Está de certa maneira preso a essa casa até depois das festas e acredito que seu interesse em Nicole não seja real, certo?

— Claro que não! Apenas parte do nosso plano, ou melhor, do plano da condessa Caroline.

— Pois bem, então deve estar muitíssimo entediado e sem companhia feminina.

— Óbvio - ele respondeu ainda com um sorriso maroto estampando os lábios.

Juliette se aproximou um pouco dele, perigosamente.

—  Meu impasse é outro, lorde Gregor. Estou pronta para os prazeres carnais...

Ele teve um acesso de tosse. Por essa não esperava, uma sinceridade absurda para uma dama e suas palavras eram tão surreais que se converteram em algo inacreditável.