Capítulo 2

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— Amelly do que você está falando?

— Sua prima ainda trabalha na torre de vigilância?

— Sim, mas me explica o que está acontecendo...

— Soldado, eu ordeno que você me leve para torre de vigilância imediatamente!

Isaac fica por alguns segundos imóvel, mas ao ver que algumas pessoas estavam nos observando aceita a minha ordem e lidera o caminho para torre de vigilância.

A torre de vigilância era um ponto da nossa Cidadela em que ficavam todas as câmeras. Como uma das iniciativas do meu pai para manipular o povo ele decidiu quê a torre de vigilância seria cuidada pelos cidadãos ao invés de utilizar uma inteligência artificial que era o normal.

Para o povo as pessoas que trabalhavam lá eram chamadas de "os olhos dos deuses" porque eles sabiam de tudo que acontecia na cidadela dos deuses e também do lado de fora. Eles eram uma das formas que Cheester se mantinha atualizado além dos seus espiões.

Por conta disso se alguém poderia teria as respostas para o que estava acontecendo seria a Raquel que era a líder da equipe de vigilância.

Entramos sem dificuldade na torre e vamos até a sala dela que se encontrava no topo da Torre.

— Oi Raquel, nunca me canso de dizer que esse uniforme branco cai muito bem em você!

— Olá, Amelly já faz muito tempo! — Ela vem ao meu encontro e me abraça. — Primo só não vou lhe abraçar porque você sempre está por aqui.

— Justo. — Ele sorri.

— Então o que lhe traz aqui Amelly?

— Preciso saber onde estão os lideres das famílias.

— Ativar protocolo 356-C, código de acesso 27DG56. — A sala toda se fecha. — Pronto assim essa conversar não sairá daqui. Parece que a Dott bloqueou o acesso da torre a uma série de câmeras e estou tentando recuperar, porém por enquanto não estou conseguindo. E tenho certeza que isso foi coisa do b****** do Cheester.

— Droga!

— Amy... — Isaac pega minha mão. — O que está acontecendo? Por favor, me explica para eu poder te ajudar.

— Esse é o problema Issac, eu ainda não sei exatamente o que é. Pensei que encontraria as respostas aqui. — Eu acho que meu pai tem estudado sobre as consequências da viagem no tempo, e não é por acaso que juntou todas as famílias que são aliadas no dia que sua máquina do tempo gigante está praticamente pronta. Tem algo muito errado acontecendo aqui.

— Amelly eu acho que tenho algo que pode te ajudar...

— Prima, o que foi que você descobriu? — Questiona Issac em um misto de desconfiança e curiosidade.

— Nos últimos meses o clã Polares tem investigado relatos de pessoas desaparecendo sem deixar qualquer rastro. Uma hora elas estavam lá, no outro já não estavam mais.

— Meu Deus...

O clã de Polaris era composto por justiceiros. Eles protegiam o povo, mas não respondiam aos meus pais. Grande maioria os via como extremistas, porém outros eram agradecidos por sua existência e por serem focados em proteger o povo e não seus deuses.

— Pelos deuses! Como você sabe disso? Ainda está andando com Declan, não é!?

— Sim. — Ela responde sem jeito. — Mas essa não é a pior parte Isaac. Os boatos não são mentira, um membro da nossa equipe sumiu alguns meses atrás bem diante dos nossos olhos. — Escorre uma lágrima dos olhos dela, vou abraça-la, porém ela pede para eu esperar. — E como os deuses, seus pais Amelly, não estavam aqui para nos ajudar e o Cheester quis abafar o ocorrido. Eu e a minha equipe deixamos o clã de Polaris se infiltrar na Cidadela para conseguir respostas dos deuses.

Agora mais do que nunca me sinto determinada a intervir na situação porque se o Clã de Polaris confrontasse os meus pais e todas as outras famílias. Haveria derramamento de sangue e no final não chegaríamos a lugar nenhum.

Precisava descobrir exatamente o que estava acontecendo para poder resolver isso de forma pacífica.

Com isso em mente explico para os dois que preciso ir e mesmo eles resistindo no fim acabei conseguindo convencê-los. Depois de analisar as câmeras que foram desligadas. Vou em direção ao local onde meus pais e os líderes das famílias se reuniram e me sinto um tanto envergonhada por não ter me dado conta antes do lugar onde eles foram.

Havia uma sala que não constava na planta só eu e meus pais sabíamos de sua existência, esta sala foi criada para duas coisas: uma delas era para caso houvesse uma rebelião e a outra era para o caso de uma invasão.

De um jeito ou de outro a sala tinha sido designada para um único objetivo: nos proteger.

Ao passar pelo corredor da sala tomo um susto ao ver a Dott em seu corpo mecânico parada no modo de descanso. Vejo que as luzes da sala estão ligadas e a porta está entreaberta. Vou me aproximando devagar e paro para tentar escutar pela brecha o que estava sendo discutido.

— Realmente, chega a ser patético o fato de que vivemos em um universo que Kirill e Dylan Karter estão certos. — Escuto a voz de Atila um magnata, dono da constelação de Éter que é conhecida por seus bares e corridas extremamente perigosas. — Odeio esses Guardiões fanáticos!

— Entendo que seja frustrante, mas respeite os dois. Mesmo que estejamos em caminhos opostos Dylan Karter é meu amigo. — Diz meu pai. — Nem ele, nem sua esposa Teresa e seu filho merecem o destino que os aguarda. Entretanto isso é sobrevivência, não há tempo para ética.

— De fato são tempos difíceis. É um desperdício deixar toda essa mão de obra tão barata para trás. Isso sim me deixa triste, todavia esse planeta vai desaparecer em dez horas e como você disse não há tempo para sentimentalismo. — Essa era Rube, uma das mulheres mais influentes do universo e parte do conselho do universal.

Coloco as mãos sobre a boca ao ouvir que o planeta seria apagado. Luto para não entrar em estado de choque.

Isso não é possível. Planetas não podem apenas sumir.

Todavia vejo pela brecha da porta minha mãe me encarando e fazendo sinal para que ficasse em silêncio. Me viro rapidamente para ir embora, porém dou de cara com Dott que me segura. Vejo que minha mãe se levanta e pede licença enquanto vem na minha direção, continuo tentando me soltar, mas não tinha força para me livrar de Dott.

— Mãe, mãe, mãe. — Falo quando ela para diante de mim. — Manda ela me soltar.

— Calma filha. — Ela faz som de silêncio e faz sinal para Dott que me injeta alguma coisa. — Vai ficar tudo bem...

— O que ela injetou em mim? Não... Eu... preciso... avisar...

Vejo tudo ficando cada vez mais embaçado e apago.

Os Deuses de CeresOnde histórias criam vida. Descubra agora