Vizinhos

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São 00h, já vasculhei todos os canais da TV, virei páginas e páginas da internet e nada de conseguir esvaziar a mente, só queria dormir em paz... Tudo bem, peguei meu celular e mandei uma mensagem a Sanji.

Roronoa Zoro: Oe, ero-cook.

             Sobrancelhudo: Que que foi, Marimo?

             Roronoa Zoro: Vou encontrar com vocês, onde estão?

Sobrancelhudo: De jeito nenhum, Nami e Robin estão comigo, não vou deixar você estragar essa noite maravilhosa.

Roronoa Zoro: Vai me dizer ou vou ter que te espancar?

Sobrancelhudo: Estamos na Blue Moon, vem logo seu merda antes que eu vá embora daqui.

Visto uma camisa branca, uma calça qualquer, tênis pretos. Perfume... Robin vai estar lá, não é? Será que... Ah que seja, só vou para beber. Maldito Law pra me dizer aquelas coisas, maldita cabeça que pensa no Luffy. Chego na Blue Moon e Sanji está fumando do lado de fora.
— Chegou até rápido, pensei que ia se perder.
— Cala a boca e vamos entrar logo.
Assim que entrei senti um aumento grande na temperatura, o lugar estava lotado, luzes coloridas por toda a parte, a música altíssima. Fui direto ao bar, meu amigo Jonny trabalha como barman lá então sabia que eu sempre gostava do mais forte e me deu um drink de absinto. Sanji estava conversando com algumas mulheres com aquele seu papo idiota e Nami estava dançando com Robin, tenho que admitir ela é uma mulher linda, eu senti seus olhos em mim desde que cheguei mas ainda não trocamos nenhuma palavra.
Meu telefone vibra.

Número desconhecido (ND): Zoro?

Apesar do número não estar salvo nos meus contatos, eu ainda sabia o número de cór.

ND: Eu sei que você viu a mensagem

Roronoa Zoro: O que houve?

ND: Pensei que ia passar a noite em casa, não te esperava encontrar aqui.

Passei meus olhos pelo interior da boate até que encontrei um cara alto, com uma camisa preta e calça da mesma cor olhando para mim com uma cara de cachorro sem dono, mas eu sou um fodido mesmo ein.

Ele se aproxima de mim.

— Ainda me sinto mal por hoje de manhã, deixa eu te pagar uma bebida. — Law ainda estava com a cara destruída, pelo menos seu rosto tinha desinchado.
— Não precisa. — Levantei-me e deixei Law no bar, eu disse que o ajudaria quando precisasse, mas me aproximar dele novamente está fora de cogitação.

Minha cabeça volta a doer e eu pensava em ir para casa, mas no meio do salão dedos longos e delicados seguram no meu braço e me puxam para perto. Era Robin, o perfume doce, labios vermelhos e os olhos que enlouqueceriam qualquer homem, admito que já me enlouqueceram.
Mas naquela noite minha cabeça estava pensando em um par de olhos negros, fico meio sem reação e ela aproxima a boca da minha, eu sei como ela queria que essa noite terminasse mas não ia acabar assim, eu estava confuso de mais, ter ido ali não foi uma boa ideia, Nami foi minha salvação naquela noite, eu não iria dispensar Robin por que não queria que ficassemos em um clima estranho depois, mas também não queria passar a noite com ela, a bruxa me viu naquela situação e interviu chamando Robin para o bar, lá elas começaram a conversar com dois homens e aparentemente fiquei livre, mas ainda sentia aquele mar azul me fitando.
Resolvi ir para casa sem dar satisfações, Sanji não ligaria, Robin iria encontrar alguém melhor e Nami com certeza iria me cobrar aquilo. Chamei um táxi e me joguei no banco, só queria chegar em casa e tomar um bom banho.
Eram quase 2am quando cheguei em casa, me jogo embaixo do chuveiro e sinto meu corpo relaxar, agora eu conseguiria dormir, foram emoções de mais em pouco tempo.
Fui na varanda e olhei para a que estava em minha frente, Luffy e os irmãos morariam ali, eu ficava irritado por que eu não tenho motivo para me importar com isso, mas também me conforta e acalma saber que vou poder vê-lo, ele e os irmãos parecem ser legais. Além do hospital eu tenho uma vida social não é? Não a problemas em ser amigos dos meus vizinhos que por coincidência um já foi meu paciente.
Deitei e dormi rápido, meu corpo estava pesado, eu podia dormir durante todos os dias que ia ficar em casa.
9am acordo e vou passar um café, meu celular estava cheio de mensagens de Nami querendo saber onde eu tinha me metido, provavelmente mandou quando estava bêbada, só Deus sabe o que teria acontecido se eu tivesse ficado ali aquela noite. A movimentação no corredor  do andar é intensa, não é para menos, as vozes que estão ecoando ali são bem conhecidas.

— Mas que lugar incrível! Eu não imaginava que aqui fosse tão grande!
— Espera só pra ver lá dentro Luffy. — A voz do loiro surge.
— Ei Luffy, advinha de quem vamos ser vizinhos? — Dessa vez é o de sardas.
— Não sei, de quem?
— Do médico que cuidou de você?
— Sério? Hahahahah bem que ele disse que nós íamos nos encontrar aqui fora.

Ele lembrou daquilo? Devo ir falar com eles ou não? Acho melhor esperar um pouco, talvez eu me esbarre com eles no prédio. É melhor assim.
Os barulhos cessaram, acho que entraram no apartamento, liguei a TV pra ver o noticiário local. Ensolarado. As cortinas da minha varanda ainda estavam fechadas, é melhor deixar o sol entrar já que esse lugar passa a maior parte do tempo fechado, assim que abri as cortinas me arrependi.
Na varanda a minha frente me deparo com o moreninho apenas com uma bermuda vermelha apontando para a frente e a outra mão na barriga, rindo de alguma coisa que os irmãos tinham feito, ele estava tão descontraído e feliz. Ele olha para o lado e me vê, mais que rapidamente fechei a cortina e voltei minha atenção para a tv.
Minha campainha toca, só podia ser Nami, mas aquela bruxa tem a chave pra que me fazer abrir a porta? Para a minha surpresa não era ela. Era Luffy. Agora o posso ver mais de perto sem aquela roupa deprimente do hospital, cor saudável, o tópico sorriso no rosto e um olhar divertido mas também curioso sobre mim.

— Doutor! Eu nunca imaginei que nós pudéssemos ser vizinhos!
— É... — Falo meio sem graça coçando a nuca.
— Ace e Sabo disseram que eu tinha que ser amigável com os vizinhos, principalmente com você que salvou minha vida! Tome.

Ele me entregou uma travessa com o que devia ser uma torta de maçã, ela estava pela metade — Foi Sabo que fez, e tá uma delicia pode apostar!
Soltei uma risada leve fazendo ele rir também.

— Obrigado Luffy, vamos nos ver bastante agora.
— Com certeza. — Acenei com a cabeça e ia fechar a porta, mas o movimento é impedido pelo pé dele.
— Eu ainda não sei seu nome...
— Roronoa, Roronoa Zoro.
— Certo Zoro, até mais.

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