The Curses of Schwarzwald - Cursed Beauty (ksj) (CONCLUÍDA)

Capítulo 17

Depois de duas horas o príncipe centauro volta.

- Tome - ele me joga uma roupa. - Vista isso, as roupas que está usando são... ridículas.

Não posso discordar que não fico bem com as roupas do Jin.

- Queria saber de onde vocês tiram essas roupas pra eu vestir...

Será que eles roubam quando a pessoa coloca no varal ou eles já esperam que futuramente sequestrem alguém, e assim estarão preparados? 

- Não pode ficar horrorosa desse jeito, teremos um ritual importante essa noite.

- Horrorosa? Horrorosa é a sua avó - digo irritada cruzando os braços.

- O quê? - ele pergunta mais irritado do que eu. - Sabe quem foi minha avó? Foi a rainha de toda...

Paro de prestar atenção e encaro o vestido.

- Você está prestando atenção? - ele sacode os braços.

- Claro - digo tentando esconder o sarcasmo. - Ela era uma rainha, o que a torna linda.

- Exatamente - ele melhora sua postura como se isso o fizesse superior.

- E o que você quer dizer com ritual à noite?

- Você vai descobrir quando ficar de noite. Vista-se logo - ele fala e cruza os braços.

- Desamarre minhas mãos e saia daqui - assusto-me com meu tom de ordem.

- Sair? - pergunta. - Não vou deixá-la sozinha.

- Não vou trocar de roupa na sua frente.

- Por que não? É uma coisa normal.

- Não, não é.

- As mulheres aqui andam sem roupa.

- Mas eu não sou daqui, nem meio cavalo e, principalmente, não ando sem roupas.

Ele revira os olhos, desamarra minhas mãos e sai.

Não vou trocar de roupa agora, pelo menos esse idiota me desamarrou. Deito na cama e encaro o teto.

O Jin ficou com ciúmes, volto à conversa com ele e sorrio. Não sei por que isso me deixou tão feliz, mas gostei muito de saber que ele ficou com ciúmes, pelo menos não sou a única.

O que eu estou dizendo? Eu não tenho ciúmes do Jin, apenas não acho certo que ele engane mulheres fingindo que não é casado.

Ou eu estou fazendo a maior idiotice da minha vida e me apaixonando por aquele galinha machista. Não, isso não aconteceria, não me apaixonaria por uma pessoa como ele, ainda mais por alguém que não gosta de mim.

Mas, de qualquer jeito, eu não vou deixar barato que ele disse que não se importa que eu beije outros, se ainda estiver viva até a maldição fazer efeito, ele vai ver.

...

Não quero mais dormir, mas não tenho o que fazer. Só queria sair e subir em algumas árvores por aí. É a coisa que mais me relaxa.

Olho em volta, posso tentar passar por debaixo da tenda, ainda estou com as roupas do Jin de qualquer jeito, não faz mal sujar.

Arrasto-me por debaixo de uma das laterais e saio correndo. Vejo uma macieira, não gosto muito de maçãs, mas não há tempo para escolher outra árvore.

Começo a subir, mas alguém puxa minha perna fazendo com que caia. Bato a cabeça no chão e começo a ouvir um zumbido forte no meu ouvido.

- O que pensa que está fazendo? - o centauro mais velho de mais cedo pergunta. Ele ainda está irritado pelo visto.

Vejo as coisas girando, levo a mão a cabeça para ver se está sangrando, não há sangue mas o local está latejando, e isso não deve ser uma boa coisa.

- Responda - ele pisa em mim com uma de suas patas

- Eu...

- O que está acontecendo? - Ailhön pergunta e o outro se afasta um pouco.

- Ela estava fugindo - o mais velho fala.

- Eu disse que não ia conseguir - o mais novo ri.

- Eu... - não consigo formular uma frase.

- Por que está no chão?

Aponto para a árvore, para o centauro e para o chão.

- Não entendi - ele fala. - Mas você não pode sair, já te disse isso. Além disso, tem que se trocar, daqui a pouco começaremos. Vamos, idiota, levante.

Ele me chuta mas vejo as coisas ficando pretas. Me forço para tentar manter os olhos abertos.

- O que fez com ela? - Ailhön pergunta.

- Só a derrubei da árvore, talvez a maldição a esteja deixando fraca.

- Temos que andar logo.

Ailhön me carrega para a tenda e chama mulheres - que realmente estão peladas - para me trocar e depois um médico, este resolve o problema da minha cabeça.

- A maldição provavelmente a está deixando fraca, tome cuidado - ele diz antes de sair.

- Está pronta? - Ailhön aparece após alguns segundos.

- Acho que sim.

- Vamos.

Há vários centauros em volta de um grande prato de barro que pega fogo, ele me guia até este.

- Vocês estão prontos? - um centauro, um pouco mais velho, pergunta.

- Provavelmente não - digo e um murmuro é ouvido pelos outros presentes.

- Claro que sim - Ailhön fala autoritário e todos se calam.

- Prontos para o quê? - pergunto.

- Unirem-se perante o mundo sobrenatural, na presença de duas testemunhas, a fim de eternizar o amor sentido pelos dois.

- Eu não vou casar com você - falo irritada, saindo de perto dele.

- Não tem outra opção, é casar ou morrer - ele me ameaça.

- Prefiro morrer a casar com um idiota como você - até o Jin é melhor.

- Então...

Não o espero terminar, já estou correndo. Corro como a condenada que sou, não tenho fôlego e sou desastrada, mas vou tentar fugir.

Sei que um cavalo corre muito mais rápido que um ser humano, mas continuo correndo, os ouço chegar perto, mas continuo correndo, continuo correndo, até cair num buraco. Então assisto assombrada a terra se fechando sobre mim.

Começo a chorar, assustada com o que está acontecendo. Dá para ouvi-los correndo acima de mim, como se o buraco nunca tivesse existido. Está escuro demais para enxergar o que me assusta ainda mais.

Tenho que sair daqui. Sigo para um dos lados, mas encontro uma espécie de parede, vou morrer enterrada viva?

Respiro fundo, tentando ficar um pouco mais calma. E, tocando nas coisas ao meu redor, encontro uma direção na qual consigo seguir.

Começo andando devagar, mas acabo correndo, não quero ficar nem mais um segundo aqui. Tropeço em algumas raízes, mas, depois de algum tempo, finalmente vejo um resquício do sol, uns quinhentos metros à frente. Estou cansada, mas forço-me a correr mais até chegar na luz que me deixa cega por alguns segundos.

Vou cair novamente, mas alguém me segura.

- Não chore, está tudo bem - ele diz limpando meu rosto.

- Jin... - é o que consigo dizer antes de desmaiar.