capitulo 9:familia

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Carlos narrando

Quando terminei o meu turno sai do batalhão. Estava com algumas pastas da investigação e registros que iria olhar em casa.

Porém quando virei a esquina alguém colocou uma bolsa na minha cabeça. Tentei me soltar mas após alguns segundos o oxigênio acabou e eu desmaiei.

- acorda desgraçado! - disse alguém me dando um tapa no rosto.

- isso é forma de dar um bom dia pra alguém? - debochei.

Estava com os pulsos amarrados, assim como meus pés na cadeira.

- então a princesa acordou. Dê olá pra seu amiguinho...

Olhei pra direita e vi Fábio amarrado com um pano na boca.

- nos solte agora seu bastardo! - retruquei com toda minha fúria.

- sabia que ia mudar de idéia mas as surpresas ainda não acabaram...

Ele tirou um pano branco de cima de uma terceira pessoa. Era Naoki, que ainda estava desmaiado.

- é tão emocionante... Me deu vontade de chorar. Ver três policiais honestos que estão prestes a morrer...

- onde estamos? Porque nos trouxe pra cá?

- simples: vocês são uma ameaça pra mim. Meu espião disse que possuem informações comprometedoras sobre minha família e meus negócios... sabe o que fazemos com pessoas como você lá em Okinawa?

- se você quer me matar, me mata logo!

- e que graça teria? Quero ver os seus gritos de dor...

Foi até a lareira e pegou um ferro de marcar cavalos que estava esquentando. Tinha a forma de T e estava vermelho de tão quente.

Ordenou que um capanga soltasse meu braço esquerdo e o esticasse. Em seguida encostou o metal, fazendo-me gritar e xingar de todos os palavrões que eu conhecia.

- você é um boca suja. - deu um tapa com as costas da mão.

Naoki acordou e tentou se soltar mas sem sucesso.

- solte já eles, seu negócio é comigo!

- olhem só quem acordou... Meu sobrinho Orochi. Seu traidor! A pior punição tá reservada pra você... Vou matar seus dois amigos na sua frente.

Olhei meu antebraço e ele estava em carne viva. A dor era tanta que quase me urinei. Só conseguia pensar nas formas que mataria aquele velho quando o tivesse em minhas mãos.

- por favor, solte eles! Eu entlego a helança de mamãe se é isso que você quer... Agola cumpla sua palavla!

- excelente, temos um homem sensato entre nós! É o seguinte: você assina esse termo onde transfere o dinheiro pra mim e eu mato apenas você. Se seus amigos quiserem eu perdoo eles e eles ficam trabalhando pra mim.

Cuspi no chão quando ouvi a última frase. O capanga me deu um soco no rosto. Outro bandido tirou o trapo da roupa de Fábio. Era o tio Luigi. Ao todo tinham quatro meliantes naquela sala.

- Luigi, traga minha pistola! Temos um convidado especial hoje.

Não conseguia engolir que ele tava envolvido nisso. Um senhor tão simpático, legal e sorridente ser um assassino e ainda por cima prestes a matar o próprio sobrinho. Era imperdoável.

Tirou a arma de uma caixinha de madeira. Estava coberta por um pano branco e suas balas estavam em uma pequena gaveta onde ficava o cabo dela. Colocou com delicadeza às seis balas.

Ouviram-se os tiros.

Tarukane caiu no chão e em seguida os outros dois bandidos presentes foram baleados. Em seguida soltou nós três.

- é o seguinte: eu estava espionando a máfia a pedido de Naoki. Todas as vezes que ele passava pela loja atrás de um terno era pra buscar o bilhete que eu deixava.

- tenho um terno que você vai gostar... - lembrei. Ele colocava um papelzinho do bolso sempre.

- o resto da história eu vou explicar a vocês em casa...

- NÃO! - gritou Shin entrando na sala ao ver o corpo do pai no chão.

Saímos de lá enquanto o jovem se abraçava ao cadáver ensanguentado. Suas mãos tremiam ao ver o líquido vermelho jorrar do ferimento.

Por mais que odiasse esse desgraçado com todas as minhas forças senti empatia por Shin nessa hora. Teria a mesma sensação de impotência e desesperança que ele está sentindo agora e só rezo para que o tempo o ajude a esquecer isso, embora seja algo que nunca vai acontecer.

Entre anjos e reis( Em Atualização)Onde histórias criam vida. Descubra agora