Entre anjos e reis( Em Atualização)

capitulo 8:acaso

No dia seguinte, encontrei Carlos na sala de arquivos. Ele estava lendo sobre alguns casos antigos para ver se encontrava alguma conexão.

- sobre o que está lendo? Desculpe se pareceu invasivo...

- é sobre o caso Haneko. Aqui diz que a menina foi sequestrada e mantida em cativeiro por sete dias...

- interessante... Digo, é bem trágico. Se não se importa tenho algumas evidências sobre o caso Soshiro. - respondi me sentando a mesa onde estava. Como se adivinhasse puxei a pasta da bolsa.

- o que encontrou?

- vamos recapitular o caso: Soshiro Sagashita foi morto no dia 10 de abril às quatro da tarde. Seu assassino ainda não foi encontrado mas, eu descobri que sua família é envolvida com a máfia japonesa. Seu pai, Tarukane, é o dono do Golden Temaki, restaurante que possui várias irregularidades.

Carlos franziu a testa e leu os papéis da pasta e começou a tentar organizar uma linha de raciocínio.

- continue...

- bem, alguns dias atrás ele mandou um bilhete pro meu tio pedindo para que espionasse Naoki. O velho me disse que eles querem algo que pertence a ele, uma herança de sua mãe... Que era irmã de Tarukane.

- então eles querem isso?

- sim, uma bagatela de mais ou menos vinte milhões de reais. Ele o considera indigno dessa herança por não compactuar com a máfia e talvez esteja tramando algo. Além disso, uma mão do supremo virá daqui a quinze dias a meia noite no parque Belo Monte.

- calma, isso é bastante informação pro meu cérebro. Sobre essa tal mão, deve ser alguém enviado pelo chefe dele, seja lá quem for. Bem, vamos organizar essa linha de raciocínio num painel pra ficar tudo mais fácil.

Ele começou a escrever em papéis e imprimir fotos dos rostos dos suspeitos. Em seguida fixou tudo em pinos seguindo uma ordem cronológica dos fatos e suas conexões.

- e quanto aquela caixa que você trouxe da casa de Shin? Onde ela está?

- tá em casa. Não ia trazer uma bomba militar pra cá, não é? E pelo que eu vi suspeito que estejamos lidando com um expert em explosivos.

- expert em explosivos... - escreveu falando baixinho e colocou logo abaixo da foto dele.
- esse caso é de nível BOPE. Estamos nos envolvendo com pessoas perigosas demais...

- mas você está dentro?

Hesitou por alguns segundos mas balançou a cabeça afirmando. Voltou a analisar o painel e colocou supremo acima de Tarukane.

- tem alguma idéia de quem seja esse cara?

- nenhuma. O cara é praticamente um fantasma, não achei nada sobre ele.

- entendi. Eu vou dar uma olhada nos arquivos e vou ver se acho alguma coisa... Valeu, Fábio!

- valeu, Carlos! Então eu vou lá...

Acenou e sorriu de boca fechada. Porém ao sair estava distraído e acabei esbarrando numa garota.

- olha por onde anda garoto! - esbravejou.

- você está bem?

- tô. Eu não me lembro de ter te visto por aqui, como é o seu nome?

- Fábio Salvatoni, e você?

- Mirella Santiago, é um prazer te conhecer, apesar das condições desagradáveis... - baixou o olhar.

Fiquei muito constrangido com tudo aquilo. Peguei um papel que não havia recolhido do chão.

- você viu o doutor Óscar? Preciso perguntar algo a ele. - engatou o assunto de forma brusca.

- você já olhou na sala da Capitã Medeiros. Ele geralmente fica batendo um papo com ela.

- vou olhar lá... A gente se vê mais tarde, Fábio.

Não pude deixar de perceber que ela era uma gatinha. Seus olhos castanhos invadiram minha cabeça embora não quisesse.

- eu vi tudo daqui ein. Essa é a irmã que Mônica me falou. Ela faz parte da polícia científica e se quer saber estará aqui nas segundas, quintas e sextas. - sorriu malicioso.

- não enche cara... Não rolou nada. Mas você acha que eu deva... Sei lá, tentar a sorte?

- vai fundo cara... Você tem que esquecer a Safira de uma vez. Ela já tá casada.

- talvez você tenha razão... Devo tentar outras possibilidades. Muito obrigado pelo conselho, amigo.

- disponha, se precisar de mais conselhos amorosos pense em mim, se bem que minha vida amorosa ainda tá meio conturbada mas enfim... Tenho que voltar pros arquivos.