Boas Vidas ao Noah

250 53 144
                                    

P R Ó L O G O

- Estamos chegando, mãe? - olhei para Bárbara incrédulo.

- Não, Bárbara! - meu pai disse seco.

Iam dar nove horas de viagem e eu entediado. O pior de tudo era escutar Bárbara perguntar se já estamos chegando de minuto em minuto. Nessas horas, lá em casa, ela estaria aos beijos com seu namoradinho estranho.

Bárbara é minha irmã mais velha. Tem dezoito anos mas as vezes parece que tem oito e não suporta a ideia de ir para a faculdade. Até que somos unidos em alguns momentos como odiar a ideia de vir morar com a nossa avó, mas brigamos muito e isso irrita o meu pai que já é irritado por natureza.

Passamos por algumas árvores e logo a estrada de chão desapareceu, revelando ali uma estrada feita de pedras.

- Chegamos? - e novamente aquela voz enjoada ecoou no carro. - Estou cansada, quero sair desse carro.- revirei os olhos.

- Bárbara, todos estão cansados nesse carro, se você puder ficar quieta por alguns minutos, eu agradeço! - sorri fraco e virei de costas para ela encostando minha cabeça no vidro escutando a mesma resmungar.

Eu e minha família estamos nos mudando para Sunydalle, uma cidade que nunca ouvi falar antes. Vamos morar com a minha avó e segundo minha mãe, é um "lugar legal". Não sei como um lugar que não pega Internet, nem mesmo sinal de telefone é "legal".

Eu não sou tão bom em fazer amigos. Atualmente estou com dezesseis anos e estou no segundo ano do ensino médio. Meus pais já foram avisados que assim que eu terminar o terceiro ano, eu e Bárbara iremos embora. Eu irei fazer faculdade e ela continuar sua vida.

- Chegamos! -fui tirado dos meus pensamentos pela minha mãe.

Meu pai estacionou em frente a um casarão, com um pouco de dificuldade por conta das árvores que haviam na rua.

Percebi que as ruas eram compridas e largas. O chão era feito de pedra, como o chão da estrada. Os casarões ficavam alinhados um ao lado do outro.

- Qual a necessidade de tantas árvores assim no meio da rua? - perguntei assim que descemos do carro.

- Fique desacostumado com a poluição da cidade. Aqui é ar puro, por isso tantas árvores. - meu pai disse abrindo e tirando algumas malas do porta-malas.

-Pelo menos eles ficaram felizes. - Bárbara sussurrou para mim.

- Apenas eles.. - bufei.

- Não crianças, vamos mudar essas carinhas tristes! - minha mãe disse colocando sua mala no chão. -Não será tão ruim assim!

- Vamos tentar por ela.. -Bárbara sussurrou em meu ouvido e assenti sorrindo fraco, fazendo minha mãe sorri.

- Agora venham ajudar aqui! - minha mãe disse indo em direção ao porta-malas.

Caminhei até o porta-malas e peguei minha mochila com alguns gibis que coleciono e peguei minha mala de roupas, sobrando apenas as duas malas da Bárbara.

A Busca: O Livro Perdido Onde histórias criam vida. Descubra agora