quatro

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Saímos do hospital quando surgiam os primeiros raios de sol do dia, exatamente as 5:42 da manhã. A médica de plantão deu como diagnóstico uma pequena luxação no tornozelo, nada que uma boa imobilização – que ela fez prontamente com faixas – e duas semanas de repouso não curassem.

- Ok irmãzinha, vamos pra casa.

- Oh...sobre isso. Nós decidimos não voltar pra fazenda, ainda estamos naquele apartamento da rua 13. – respondi relutante. Wynonna sempre batia nessa tecla de voltar pra casa e retomar o que é nosso.

- Waverly...você prometeu que pensaria no assunto. – ela disse enquanto ligava a picape.

- Mas eu pensei. E logo decidi que não.

- Isso não vai ficar assim, você sabe, né? Iremos voltar pra casa, eu e você. – já estava demorando...

- Olha Wynonna, mesmo que eu concordasse com isso, aquela casa velha está caindo aos pedaços. Ninguém voltou lá nem mesmo pra retirar os móveis... - tentei mais uma vez convencer minha irmã cabeça dura.

Estacionamos na porta de casa e ela abriu a porta do carro pra mim, sai do veículo e me apoiei nas muletas que havia conseguido no hospital.

- Ótimo, iríamos mesmo precisar de móveis e pelo que sei não temos nenhum IKEA nessa cidade maravilhosa. – Falou brincalhona e eu a repreendi com o olhar. – Qual é Waverly...nós duas damos conta de uma pequena reforma, e você tem que concordar que seria uma experiência um tanto quanto interessante morar comigo em uma fazenda.

- Depois discutimos isso, ok? Só preciso de um banho e dormir um pouco. Tenho que ir no Shorty's explicar toda essa situação. Meu chefe não vai ficar nenhum pouco feliz.

- Eu posso te cobrir essas duas semanas, sem problemas. – Ela disse enquanto se jogava na minha cama.

- Você rodeada de bebidas por 14 dias? – respondi sorrindo. – Obrigada, mas eu passo. Tenho certeza que o Doc vai pensar em alguma coisa.

- Ei! Mais respeito por favor.

Peguei minha toalha e fui tomar um banho, o dia foi cheio e eu estava exausta. Enquanto tirava minhas roupas deixei algo cair no chão. O cartão que Nicole havia me dado. Salvei os seus números em meu celular e joguei o cartão fora, não queria Wynonna me fazendo perguntas. Até porque não tinha nada o que perguntar já que eu estava saindo com Champ e ela com certeza não havia vindo sozinha pra cidade. O que, parando pra pensar, torna bem estranho ela ter me dado seu número pessoal.

Tirei esses pensamentos da cabeça e tomei meu longo e quente banho. Assim que voltei pro quarto ela já dormia profundamente, a cobri e deitei ao seu lado logo pegando no sono também.

Acordei pouco tempo depois sozinha na cama. Decidi descer e procurar por minha irmã. Recuperar o sono perdido teria que esperar mais um pouco.

- Bom dia tia. Que cheiro bom de caĎ. Рfalei dando de cara com a tia Gus na cozinha.

- Bom dia meu amor. Sente-se, eu te sirvo um pouco. – pegou uma xícara enchendo do líquido preto e quente. – toma. E então, como está o tornozelo? Melhor? – perguntou como se já soubesse o que tinha acontecido.

- Sim, melhor. Mas como você sabia?

- Wynonna. Nos encontramos uns minutos atrás e ela me atualizou.

- Você nem parece surpresa com a chegada repentina dela. – questionei confusa dando um grande gole no meu café, sentindo o calor preencher meu corpo.

- Oh...isso. Fui eu que a chamei de volta, na verdade. – a fitei com uma grande interrogação no rosto. – Eu não te contei porque não tinha certeza se ela viria mesmo.

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