Capítulo 17

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    Podemos notar que em livros, o protagonista sempre acaba ficando repetitivo em suas condutas, e quando finalmente as coisas parecem ter jeito, estarem tomando um norte, algo faz com que elas — as coisas — saiam do eixo.
   
    Eu acredito que todos nos somos protagonistas de nossas próprias vidas. Somos personagens, somos o que lemos, o que fazemos, somos tudo. Somos um pouco burros quando a questão é amor, eu poderia dizer.

 

    Diante dos meus olhos estava a mulher que eu mais amei em toda minha vida. Ela estava sorrindo. Era um sorriso diferente. Por um segundo era como se o tempo estivesse congelado.

      Eloah estava na minha frente, segurando o meu braço, me fitando com animação.
Eu não conseguia pronunciar uma única frase, minha boca estava colada.

    A mulher que esperei e passei noites em claro estava aqui, e eu não sabia o que fazer.

— Eu estava com saudades. — ela disse me puxando para um abraço.

Seu abraço era forte demais, poderia ser verdade que ela estivesse com saudades. Seus lábios roçaram meu pescoço, senti meu corpo estremecer. Consegui senti seu perfume, era diferente, não era o mesmo que ela usava quando esteve comigo. O aroma não me era de baunilha, agora era forte, inebriante.

— O que está fazendo aqui? — disse firme fazendo ela se afastar um pouco, eu precisava de ar.

Sua boca estava marcada por um batom vermelho vivo, ela usava um sobretudo marrom claro, trazia ao seu lado uma bolsa preta. Seu cabelo estava com cachos, ela sabia sabia que eu amava quando ela usava o cabelo desta forma.

— Eu voltei. — ela sussurrou e deu um pequeno sorriso.

Eu poderia sentir meu corpo doer, eu odiava a sensação de impotência e de estar sendo manipulado novamente.

— Isso eu pude constatar. — disse duro demais. Eu queria que minhas palavras causassem dor nela, como eu senti quando a mesma me deixou.

Ela pareceu recuar, eu nunca tinha falado de tal forma, mas era ela a única culpada. Era ela!

— Vamos subir — ela olhou para o elevador. —  , eu lhe devo repostas e sei disso. — me fitou.

Eu queria realmente respostas?
Eu queria realmente que doesse mais?
Ela queria terminar de me destruir, era essa a resposta.

— Me diga logo e vá embora. — disse, ela jogou a bolsa no sofá e caminhou até mim.

— Eu te amo, você não pode me tratar assim! — seus olhos estavam marejados.

Algo dentro de mim fez um estralo ou era minha mente que estava me enganando.

— Você me ama? — perguntei caminhando até a janela e dando um suspiro pesaroso. — Você sabe o quanto me machucou? O quanto destruiu o meu ser? — eu estava gritando e isso fez seus olhos saltarem.

— Eu peço perdão, eu não queria — interrompi  a ruiva.

— Você sabe o quanto eu estou acabado? Você não sabe. Então não ache que é fácil.

— Você prometeu me ouvir! — ela gritou , já com lágrimas descendo em seu rosto.

Algo me levou a nossa última noite juntos. Ela estava certa, eu havia prometido.
Mas o que isso importava?
Ela não merecia que eu ouvisse suas desculpas.

— Meu pai esteve doente, Dylan. — ela se sentou no sofá e colocou a mão sobre o rosto. — Eu não queria que você me visse naquele estado, e eu sabia que você precisava de espaço para terminar seu livro. — ela disse e eu caminhei até ela.

— Eu sinto muito. — senti minha garganta inchar, aquilo era demais para mim. — Mas isso não tira o fato de você ter me deixado, droga! — levei as mãos a cabeça.

Eu estava à ponto de um surto.

E a causadora dele tinha um par de olhos escuros que me convidavam para descobrir o que estava escondido por trás deles.

— Dylan, tente entender meu lado. — ela se levantou e tocou meu rosto. Fechei os olhos com força ao toque. — Você sabe o quanto eu te amo!

Suspirei lentamente.

— Não Eloah, eu não sei. — disse tirando suas mãos do meu rosto.

— Então me deixe te mostrar.

Antes que meu cérebro fosse capaz de elaborar uma resposta, eu senti seus lábios contra os meus.

Sua língua explorou cada canto da minha boca, minhas mãos desceram instintivamente até sua cintura. As mãos de Eloah vagaram do meu pescoço até meu cabelo.

Ela mordeu meu lábio inferior e eu arfei.

Ela sabia que eu estava cedendo e  se aproveitava da situação.

Meu Querido Amor - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora