Capítulo 1

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(Eloah na mídia)

"Hoje fazem exatos três meses. O número 3 nunca foi o meu preferido. Porque, foi às 3 horas da madruga que você me deu um último abraço, e disse me amar. Não consigo entender porque você fez isso comigo. Por que me destruiu? Por que Eloah? Se você quer saber, eu ainda te amo, mais o meu rancor por você aumenta a cada dia. Eu estou afundando. Não consigo fazer nada que preste. Meu livro está uma merda! E o pior de tudo isso, é chegar em casa e não ver você. Por que foi tão egoísta?
Eu me entreguei a você, de corpo e alma. E agora falando desse jeito pareço até uma garotinha que sofreu com um amor não correspondido. Pensando bem, posso até fazer parte desse grupo de pessoas que foram abandonadas.
O que não consigo compreender, é por qual motivo me deixou ir tão longe. Íamos formalizar nosso noivado no dia seguinte. Se a intenção era me surpreender, conseguiu alcançar o objetivo.

Toppsom, Dylan".

Me levanto da cadeira, deixo a caneta sobre o papel. Escrever não iria adiantar nada. Escrever não estava sendo meu forte há vários meses.
Desde a partida de Eloah, nada era como antes, a única coisa que minha mente conseguia pensar era o motivo pelo qual ela me deixou.
Depois de pegar um trânsito infernal, vou para a minha sala. Já estava sendo um tanto desesperador, todos os dias a dona da editora me perguntar sobre o livro e eu dizer “está ótimo”. Para um escritor, eu estava me saindo um ótimo mentiroso.
Inventar histórias e finais felizes era fácil. O difícil era encarar a vida real, onde finais felizes sequer existem.
Minha maior vontade era matar a porcaria da July, e acabar esse livro.

– Atrapalho ? — Karen, abre a porta sem bater. Dei um pulo , mas me contive. Balancei a cabeça tentando afastar qualquer expressão de apreensão ou pânico do meu rosto.

Naquele momento, um frio percorreu minha espinha. Karen, a dona da editora, com certeza teria vindo até minha sala para ler meus rascunhos. Qual seria a minha desculpa desta vez?

– Claro que não.  — falo dando um sorriso forçado. Coloquei as mãos sobre a mesa e levantei uma das sombrancelhas. — O que houve? Algum problema? — perguntei sem rodeios.

– Acredito que não. Parece tenso Dylan, está me escondendo algo ? – ela lança um olhar investigatório. Karen era uma pessoa boa para perceber tudo ao seu redor.
Para uma senhora de meia idade , ela conseguia fazer eu me encolher de medo. Talvez, um dos motivos seja que ela é a dona disso tudo.

– Não, não. Eu só estranhei, já que a senhora sempre me liga quando precisa de algo. —  falo  desviando o olhar para a parede.

– Realmente, você me conhece muito bem. – ela sorri. E eu me mexi na cadeira. Então existia um propósito nisso tudo. – Sabe, Dylan, eu confio muito em você, sei do seu potencial.  — ela começou seu discurso. Eu odiava quando as pessoas não iam direto ao ponto.

– Vamos ao ponto em questão, por favor, Karen. – corto a enrolação. Ela deu uma risada, como se esperasse que eu reagiria daquela forma.

– Você  vai ter que me perdoar, sei que odeia outras pessoas te atrapalhando no processo criativo. – ela faz uma pausa. Estava procurando as palavras certas.

No silêncio daquela sala minúscula, eu podia escutar ela falar que iria me colocar para trabalhar com os novatos.

– Contratamos uma estagiária, ela vai te ajudar. Gostei muito do currículo dela. — ela disse rápido demais, demorei alguns segundos para entender.

– Quer me dizer que vou ter que aguentar uma pessoa inexperiente? — falei com a voz cheia de sarcasmo.

– Não é bem assim Dyla ! Ela faz faculdade de letras, poderá te ajudar muito. — argumentou.

– Eu dispenso.  – falo indiferente.

– Infelizmente, essa decisão já foi tomada, não há nada que possa fazer. – ela se levanta. – Espero que se comporte. – sai da sala.

Eu preferiria ficar com os novatos, do que ter que ouvir a opinião de uma garota que nem saiu das fraldas.

Se essa moça acredita em milagres, vou sugerir que ela comece a rezar para ser transferida.

(...)

Coloco minha bolsa sobre a mesa ao lado da porta. Aquela casa era enorme para só uma pessoa viver.
Me senti um estranho no primeiro mês, após a partida de Eloah, mas minha mãe me convenceu que eu deveria continuar aqui.
Coloquei um macarrão instantâneo no micro-ondas, o que seria meu jantar naquela noite. Sempre fui um péssimo  cozinheiro, quem se dedicava sempre a culinária e até  mesmo por conta de seu trabalho era ela.
Um bip  do celular foi suficiente  para me tirar só transe que encontrava-me.

Espero que amanhã  você  se comporte” – Karen.

Era Karen. Só poderia ser ela me mandando mensagens que ela sabia qual seria a resposta, mais sútil do mundo. As pessoas tinham o dom de me subestimar. Posso  dizer que a última  coisa que queria pensar era na porcaria da estagiária.
Joguei meu celular para o lado e fui jantar.
Mais uma vez eu iria dormir  na sala, já  que o quarto ainda estava impregnado com seu perfume inebriante.

🌕

Nota :
Pessoal, eu sei que é bem chatinho receber mensagem da autora no capítulo logo de cara, mas estou... Este livro vai ter os capítulos um pouco curtos, vou tentar de todas as formas aumentar mais pra frente.
Peço que vocês compartilhem o link do livro com amigos e conhecidos sz
Espero que estejam gostando!

bjs

Meu Querido Amor - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora