Ele me bateu novamente, mamãe.
Hoje cedo eu havia aproveitado que Louis tinha saído e fui levar Max para passear pelos quarteirões de nosso bairro. O cachorrinho estava calmo e feliz andando pela calçada e brincando com algumas borboletas que haviam por ali.
Mas ficou mais animado ainda quando viu, de longe, Doutor Payne, veterinário particular de Max. Ele nos parou na calçada e começamos a conversar, conversa vai e conversa vem, carinhos no animalzinho e papos sobre a alimentação dele.
Até que Louis passou na rua com seu carro, freando bruscamente e descendo do mesmo, com uma cara furiosa, querendo arrancar as minhas tripas e comer com macarrão e molho branco. Ele chegou e falou algumas mentiras para o Doutor, em seguida me puxou para entrar no carro fedendo a bebida.
Eu nem ao menos me despedi do veterinário, ele não deixou.
O caminho até em casa foi um silêncio absoluto, até Max estava quieto, com medo do meu marido abrir a porta e o jogar para fora com o carro em alta velocidade.
Quando chegamos em casa, ele perdeu completamente a cabeça, começou a gritar na minha cara e cuspia palavras feias, me empurrou fortemente contra a parede, fazendo a minha testa sangrar intensamente. Quando ele notou que eu não iria o responder, deu uma joelhada no meu estômago, me fazendo cair com falta de ar, ele subiu em cima de meu corpo frágil e começou a desferir socos em meu rosto, me deixando totalmente inconsciente.
Quando eu estava prestes a apagar por conta dos socos, Max veio tentar me salvar de meu próprio marido.
Mas ele socou até mesmo o cachorro, mamãe.
Louis deu um soco em Max tão violentamente, que o cão foi jogado contra a parede e começou a chorar, deitado, sem poder mover as patas ou respirar como um cachorro normal.
Depois de tudo isso, eu apaguei.
Mas ele vai mudar, mãe.
Eu sei que ele vai.
H.S
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