Capítulo 5

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- Não se preocupe, irei esclarecer suas dúvidas. - Disse ele e logo me enviou um sorriso, tanto de preocupação quanto de simpátia.

Um arrepio.

- Eu tenho isso?

- Se você conseguiu entrar aqui, é porque tem uma forte energia Elizabeth.

Pronto. Aquelas simples palavras foram o suficiente para que eu começasse a rever tudo na minha vida. Então minhas sensações nunca foram algo comum ou normal... e minha mãe sabia. Se ela já fez parte disso, então ela sabia. Mas por que ela nunca disse nada?

- Você está bem Elizabeth? 

- Não. Na verdade não. Minha mãe... por que minha mãe nunca me disse nada?

- Talvez ela achasse que você não tinha uma Energia forte para se expandir e te dar algum poder. Mas se ela estudou aqui tem que ter algum poder incomum como todos os Rubros.

A calma em sua voz começou a me irritar profundamente. Minha mãe mentiu pra mim, teria mentido para o meu pai também, já a vovó deve saber de tudo certamente. Eu não deveria ter vindo, talvez viver com a mentira fosse melhor. Não consigo mais aguentar isso, ficar longe de meu pai, me mudar para longe dele, perder meu primo, perder meu primo. Isso é o que mais se repete em minha cabeça. Quando dei por mim estava chorando de novo. Mas logo limpei meu rosto com as costas das mãos.

- Quem decide quem vai ser de cada instituição? - tentei parecer indiferente, mas ele mantinha a expressão preocupada, mais ainda agora que eu havia derramado lágrimas em sua presença.

- Você está bem?

- Apenas responda.

- Tá bom, tá bom. Respondendo sua pergunta, toda vez que um aluno novo chega é feita uma reunião de todos os conselhos para ver em qual instituição ele se encaixa. É provável que amanhã mesmo sejam feitas suas provas para que isso seja decidido.

- Ok. Espero que não demore. - tenho certeza que minha voz saiu trêmula.

- Vamos para seu quarto temporário, mas que tenho certeza que se tornará fixo. - Ele me lançou um sorriso encantador, um sorriso que fez seus olhos se fecharem um pouco, me perdi nisso por breves segundos.

- As vezes seu sorriso é encantador.

- Enquanto você, sempre é sincera e direta.
 
                              *          *         *
                     
  - Este é seu quarto.

Entrei e me surpreendi com o tamanho para somente uma pessoa, havia o básico de um quarto, e nas paredes o que predominava eram os tons de vermelho, desde um tom fraco a um intenso, bem interessante, nem mesmo parecia ter tantos anos assim. Mas ainda havia um espaço absurdo para somente uma pessoa e pude notar uma porta ali que indicava ser o banheiro.

- Por quê é tão grande se esse quarto é para uma pessoa? - perguntei sem olha- lo.

- Você, assim como os outros vão precisar de um espaço maior. Quando não estamos em aula e as salas de treino são fechadas, nós treinamos, aqui todos querem ser os melhores, é algo crucial para algumas famílias. Foi reformado a dois anos, para acomodar mais pessoas então aproveitaram para melhorar os quartos já existentes. O seu está na ala dos novos quartos.

- Se é tão importante treinar, por que fecham as salas?

- Pela nossa saúde. Alguns chegam a extrema exaustão e não se aguentam em pé por dias.

- Então não foi inteligente criar quartos tão grandes. - o olhei de soslaio e percebi que ele me olhava também.

- Bem pensado. Mas o filho da atual diretora persistiu muito para que os quartos fossem assim, para se sentirem melhor longe de casa. Um bom plano, não acha? - sua voz expressava um tom zombeteiro.

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