Miguel passou com o carro por enormes portões de ferro, e quando vi o enorme castelo que tinha atrás daqueles grandes muros e atrás de um enorme jardim com muitas árvores e rosas, me surpreendi realmente. O lugar inteiro parecia ter saído de um filme antigo, não parecia velho ou assustador, mas aquele cenário de castelo tinha um ar de um conto de fadas onde a princesa é feliz "para sempre" com seu amado príncipe, que de alguma forma inexplicável ela se apaixonou a primeira vista, como se isso fosse possível. Na verdade, acho que se apaixonar a primeira vista é impossível e, toda essa história patética. Não, eu nunca me apaixonei realmente, sei que meus sentimentos nunca passaram de uma atração. Mas o que mais chamava a atenção naquela instituição que mais parecia um castelo, era uma enorme pedra vermelha na parte mais alta das torres dali, parecia um enorme Rubi, de fato um lugar curioso.
- Está muito distraída senhorinha O'Brien.
Olho para Miguel e vejo ele segurando a porta aberta para que eu saia do carro. O olhei sem graça.
- Obrigada.
- Alguém já irá aparecer para te apresentar tudo e lhe dizer mais sobre esse lugar tão... peculiar, por assim dizer.
Ele disse, tirou minha mala do carro e seguiu para fora dos muros com o carro, me deixando ali na frente de duas enormes portas de madeira com detalhes muito bem feitos. Mas depois de esperar uns dez minutos, comecei a achar que ninguém apareceria para me apresentar "minha nova morada". Então resolvi andar pelo imenso jardim dali, andei bem ao lado das paredes da instituição, perto das várias rosas em torno do mesmo. A rosa vermelha sendo a atração principal, as janelas estavam fechadas, algo estranho, qualquer um adoraria observar aquele jardim, observar o rubro daquelas lindas rosas.
Eu já havia andando alguns metros longe da entrada, quando escuro uma voz feminina chamar meu nome.
- Elizabeth O'Brien!
Olhei para trás e vi uma menina com uma trança de lado, com um fios soltos na frente, óculos preto quadrado, até mesmo escondiam suas poucas sardas, seu cabelo era num tom bem loiro, mas natural, suas roupas eram formadas, pelo que julgo ser o uniforme da escola, uma saia de pregas um pouco acima dos joelhos uma blusa de mangas, preto com alguns detalhes em vermelho e com o símbolo da escola, três espadas com o que parecia ser um dragão negro. Ela trazia com ela alguns papéis, parecia perdida e atrapalhada.
- Eu mesma.
- Me desculpe, eu me atrasei, não sabia aonde você estava, eu sou meio atrapalhada, me perdi, não sei nem onde eu estava... Me desculpe, as vezes falo demais.
Ela parecia sincera com suas palavras, mas também bem constrangida, afinal me mandam alguém que não é a melhor em falar com estranhos. Ela mal conseguia olhar nos meus olhos, se mantinha o tempo todo de cabeça baixa.
- Não tem problema, eu também não lhe ajudei ao sair do nosso ponto de encontro. - sorri gentilmente pra ela.
- Eu sou Stacy Cooper. - ela disse e finalmente fixou seus olhos nos meus sorrindo e me estendendo sua mão em um cumprimento. Pude ver então seus olhos azuis.
- Creio que meu nome você já saiba. - sorri mais abertamente dessa vez.
- De fato. - ela também riu.
Agora ela já aparentava estar mais tranquilha. Stacy é do tipo que confia bem fácil nas pessoas, uma pessoa meiga e muito transparente, tendo isso como qualidade e defeito. É bem fácil saber o que ela pensa ou como ela é no dia a dia, alguém sempre organizada e responsável, não fala com ninguém o olhando nos olhos, se acha inferior a todos, por isso nunca impõe o que pensa para os outros.
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Sensações
RastgeleApós passar por uma série de tormentos, que mudam drasticamente sua vida, Elizabeth, se vê mandada para um lugar totalmente desconhecido, junto a pessoas tão peculiares quanto o mundo que ira descobrir. Focada em ganhar o Torneio de Lúfia, para acab...