CAPÍTULO 2 - AQUELE DO APTO DE DUDA

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– Bem-vinda ao novo lar. – ela disse assim que abriu a porta. – Não é muito grande, mas é suficiente para nós duas. – concluiu rindo, entrando.

– É ótimo. – olhei o apartamento em volta.

A sala tinha a decoração com a cara de Duda. Era tudo branco gelo, exceto por uma parede laranja. Quadros retrô coloridos estavam pendurados em algumas paredes, estes davam alegria ao ambiente. Tinha uma luminária enorme no meio da sala, que lembrava uma bola de plumas. No meio, uma mesinha com alguns porta-retratos, e em um deles podia se ver uma antiga foto nossa abraçadas com fantasias de cigana, provavelmente, em algum carnaval de Olinda.

– Vem conhecer seu quarto. – Eduarda me puxou pelo corredor até lá.

Havia uma cama de solteiro, uma escrivaninha, um guarda-roupa e uma janela com vista para a rua. Para mim, estava perfeito. Era duas vezes menor do que o meu quarto no Brasil, e eu teria que dividir o banheiro com Duda. Mas ela já havia me prevenido que as casas na Inglaterra, especialmente em Londres, eram minúsculas.

– Eu adorei.

– Fique à vontade, ele é todo seu! – ela sorriu fazendo um gesto para que eu entrasse.

Eduarda tinha preparado uma deliciosa macarronada para nós duas. Eu estava precisando mesmo de ingerir alguma coisa comestível depois de todas aquelas comidas de avião.

– Não vejo a hora de te apresentar aos meus amigos. Todo mundo está ansioso para te conhecer. – Duda falou durante o jantar.

Depois de uma longa conversa sobre as discussões do grupo da família no whatsapp, lavamos os pratos, e eu decidi me instalar por completo.

Abri a janela e o vento frio me fez refletir o quão longe eu estava de tudo aquilo que me era familiar. Era como abrir um caderno em branco, dali pra frente, tudo seria novo.

Em Recife, o céu era sempre limpo, enquanto aqui a cor acinzentada tomava conta por completo, e só esse detalhe já me mostrava o quanto as coisas haviam mudado.

Fui buscar uma xícara de chá para espantar a sensação do clima que, provavelmente, ainda demoraria para me adaptar, e vi Duda estudando em seu quarto.

Eduarda já estava prestes a acabar o curso de Relações Internacionais. Ela tinha adiantado várias cadeiras ao mesmo tempo. Por algum motivo, para mim ainda desconhecido, Duda tinha pressa em acabar a faculdade.

– Chá vira um vício quando você mora em Londres – Duda me tirou do devaneio sobre ela mesma.

Depois de tomar banho e vestir meu blusão para dormir, me deitei na cama, esperando que iria apagar em resposta ao meu cansaço da viagem. Mas não foi o que aconteceu. Passei um bom tempo alternando meu foco visual entre a parede branca, que pretendia desde então preencher com fotografias, e a janela. Tudo aquilo parecia um sonho, e estava com muito medo de se tornar um pesadelo. 


Oi meninxs, estamos tentando fazer uma versão física do livro e já temos o roteiro para o segundo, para ficar por dentro de tudo, por favor nos sigam no nosso insta: @meuquaseseriadobritânico, seguimos todxs de volta! MUITO OBRIGADA! 

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