Tá tudo bem!
Incontáveis
vezes em que eu queria
Gritar, esbravejar,
Soltar tudo
Mas sabe o que eu fazia?
Eu me
Encolhia
Sorria
E
Dizia
Tá tudo bem
A fina camada de autopreservação
Se esticava tanto
Ao redor
De
Mim
A cada pequeno centímetro
E pensava ser
A
Salvação
Ao contrário
Era
Destruição
É a porta onde você aceita tudo e todos
Não contesta
Não discorda
Não Tenta
Fecha os olhos trêmulos
Inundados por água
A espera
Daquela
Gota que
Nunca
Chega
Aí você espera espera espera
Mas ela não vem
Porquê de todos os jeitos
De todas as formas
A única
Que você escolheu
Era não ser você
E assim foram
Incontáveis
Vezes em que
De Tudo
Não sobrou nem o
Bem.
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A Cidade Tem Poesia
PoesíaCada pontinho de luz ou de escuridão nas ruas, tem uma história, e elas estão aqui em forma de verso. Ah! A cidade da garoa.