Fui a casa da Julie, bem o nome dela é Junilzete, nome horrivelmente horrível, falar ele era suicídio , eu podia estar na China , se eu falasse “Junilzete” ela ouviria, mesmo que ela estivesse aqui no Brasil, assustador né? É, eu sei, ela odeia o nome e ninguém alem da sua família e colegas de turma o conhecia.
O clima na casa dela estava diferente dos outros dias, seu pai, doutor da medicina moderna explicava pela 10º vez a Amanda (irmã mais velha de Julie) porque eles tinha que se mudar, ela ouvia e debatia com raiva por não poder fazer seu pai mudar de ideia. Dona marta (mãe de Julie) veio correndo ao meu encontro e me abraçou de forma delicada.
-Del , eu sei que assim como nos, você também esta sofrendo – falou Dona Marta olhando no fundo dos meus olhos, parecia querer ver minha alma.
-Sim dona Marta, ficar sem Julie é muito doloroso. Posso? – apontei para as escadas que davam acesso ao segundo piso onde ficava o quarto de Julie. Subi as escadas e bati na primeira porta.
-Quem é? Vai embora Amanda não estou a fim de ouvir como sua perfeita vida aqui vai ser mudada.
-Calma amiga sou eu -antes mesmo de dizer mais alguma coisa, a porta abriu e Julie me abraçou como se não fosse me soltar nunca mais. Ficamos assim mais algum tempo, então nos soltamos e entramos para o seu quarto, que naquele momento mais parecia uma lixeira.
-Menina do céu, Boneca das jovens adolescentes, guiai essa jovem que transformou seu quarto ultra chique nessa lixeira gigante –Julie me encarou e mostrou a língua – Já esta fazendo as malas?- apontei para sua cama.
-É a gente parte amanha – abracei Julie que demorou em lagrimas.
Amanha???Como assim amanha? Minha irmã-gémea de outra barriga e que nasceu alguns meses antes de mim, ia embora no dia seguinte.
Passei a tarde toda com ela, ajudei a fazer as malas e me certifiquei que ela levara tudo. Julie me deu uma blusa azul que eu adorava e um cordão com a letra J . Fomos ajudar o resto da família com as malas e terminado tudo jantamos um prato tipicamente brasileiro: arroz, feijão, linguiça e banana fria . Aquilo não era o cardápio normal da casa, mas já era tarde então dona Marta fez o que achava mais rápido. Eles partiriam bem cedo, então despedi-me de todos, e mais uma vez Julie e eu choramos juntas, foi pior que antes porque agora sabíamos que seria o ultimo abraço e o ultimo momento.
A unica pessoa que sempre esteve comigo desde a terceira serie ia embora. Ela é insubstituível, porque aquela peça simplesmente me completa e me realiza, amo ela de forma que nunca pensei amar, minha cabeçona.
A amizade é uma forma de amor muito bonita, onde duas almas se sincronizam e juntas formam algo perfeito.

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Entre tapas e beijos
AléatoireDel, uma jovem adolescente de 17 anos, que nunca tinha beijado, nem namorado, muito menos amado alguém, tinha uma vida não muita agitada e a compartilhava apenas com sua irmã-gemea de mãe diferente, Julie. Del sofria de bullying na escola porque est...