Capítulo 5

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Boa leitura!
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Eu me surpreendi quando vi quem seria a acompanhante da paquera do meu amigo, era ela. Tantos anos sem vê-la, a única coisa que gostaria agora é abraça-la e nunca mais soltar, procurei tanto pela mesma e quando descobri que ela tinha se mudado para o Estados Unidos, eu não fiz outra coisa além de me esforçar e conseguir uma bolsa para estudar aqui. Mesmo não conseguindo entrar na mesma faculdade que ela, eu ainda tenho o privilégio de encontrá-la em lugares tão simples, isso só prova que devemos ficar juntos não importa o que aconteça.

— Eu e Ellery vamos nos afastar agora... Vocês estão bem com isso?— perguntou Jacob, nós assentimos meio apreensivos.

Eles se afastaram e eu quis muito correr para abraçá-lo e agradecer por ter me arrastado para esse encontro, mas somente continuei a andar lado a lado com a garota.

— Eu estou começando a achar que você é um stalker.— disse Lana, desfazendo o silêncio. Ah, Lana, como eu queria te contar tudo.

Você não tem provas disso!—falei me divertindo com a situação.

— Claro que tenho! Você perguntou meu nome no ônibus, então começou a me stalkear mas redes sociais, aí viu que por coincidência a garota que ia sair com seu amigo era eu e assim fez ele querer um encontro duplo só pra me ver.


Eu comecei a rir de sua imaginação, esse era o plano mais ridículo que já ouvi, ela me encarou confusa e eu tentei parar de rir.

— Não acredito que você descobriu tudo!— sorrio irônico, ela revirou os olhos.— Pra sua informação, eu fui arrastado pra esse encontro, Jacob estava com muita vergonha e pediu que eu viesse ajudá-lo.

— Seu amigo não parece nada tímido.

— Acredite, ele é... Deve ter gostado muito de sua amiga pra estar falando com ela agora.

Novamente ficamos em silêncio, eu não conseguia tirar os olhos dela e não lembrar da nossa promessa, um sentimento de amor tinha começado a partir dali.

(...)

Estávamos sentados sob uma árvore, o sol castigava a pele de qualquer um que não ficasse nas sombras, Lana virou seu olhar em minha direção me fazendo sorrir para ela.

Você me promete uma coisa, Noah?— perguntou quebrando nosso silêncio.

Faço tudo o que você quiser.

Me promete que vamos ficar juntos, não importa o que aconteça?

Fiquei surpreso com sua fala, é claro que eu quero ficar pra sempre ao lado dela, sorri para a garota que esperava a minha resposta.

Eu prometo, Laninha!— digo, ela abriu seu lindo sorriso e se aproximou se encostando no meu ombro.

(...)

— Noah? Noah, tá me ouvindo?

— O quê?— perguntei, eu não estava prestando atenção alguma.

— Eu perguntei se você queria um picolé, mas parece que estava no mundo da lua.

— Ah, sim, eu quero.

Nos aproximamos de um carrinho de sorvete, ela pegou de morango e eu de chocolate, sentamos num banco ali por perto, eu observava as pessoas que passavam por nós enquanto chupava o picolé.

— Você também estava a procura de uma pessoa para se relacionar?— perguntei para a garota.

— Não! Assim como você, estou aqui porque fui obrigada.

Ainda bem!

— Por que quis saber o meu nome aquele dia?— ela perguntou, direcionando seu olhar pra mim, fiquei um pouco receoso de respondê-la.

— É que... Você me lembrava alguém do passado, por isso fiquei curioso.

— Ah, claro. Ocidentais sempre falam que asiáticos são todos iguais, às vezes me dá nos nervos as perguntas que fazem pra mim!

— Eu não quis dizer que você é igual, só que me lembrou uma velha amiga.— tentei parecer o mais convincente possível.

— Como ela era?

— Ela era... Bem inteligente e alegre, nada abalava o seu humor, essa era uma das coisas que eu mais gostava nela.

— O que aconteceu? Você fala dela como se fosse passado.

Nesse momento eu quis contar toda a verdade, mas o risco que isso poderia trazer para ela me fez pensar duas vezes antes de respondê-la.

— Nós não somos mais amigos, na verdade, eu não sei mais nada sobre ela.— digo, com uma vaga tristeza na voz, ela abaixou o olhar e voltou sua atenção ao picolé.

Eu e Lana descobrimos gostos muito parecidos, ela é ainda mais incrível do que eu me lembrava, a cada olhar daquela garota fazia meu coração vibrar de emoção, sua risada é tão deliciosa de se ouvir e seu sorriso é a minha perdição. Nós trocamos os números de celular, aquela imagem de "garoto stalker" que ela impôs sobre mim parece ter mudado, vimos que Jacob e Ellery se aproximavam, ele parecia estar bem feliz.

— Acho que já está na hora de irmos, não acha?— perguntou a amiga de Lana, ela assentiu e se despediu de mim e depois de Jacob.

Meu amigo sentou-se ao meu lado sorridente, eu o cutuquei algumas vezes fazendo-o soltar risadas.

— Como foi lá, Romeu?— perguntei para o mesmo.

— Ela é simplesmente incrível! Não sei se vou conseguir dormir depois dessa noite.

— Que bom que gostou dela, porque é recíproco.

— Você acha?

— Claro! Sua amiga me disse que ela estava esperando por esse encontro faz tempo.— digo, tirando um sorriso sincero do mesmo.

Nós ficamos em silêncio por um tempo, eu ainda não acreditava que tinha reencontrado Lana, achei que ia ser mais difícil porém foi mais fácil do que imaginei.

— O que rolou com você e a Lana?— perguntou Jacob.

— Nada demais, nós só trocamos os números de celulares e conversamos um pouco.

— Ah, garotão!— ele bateu no meu braço, eu ri de sua ação.—Ela é bem bonita também, isso eu tenho que admitir.

Nisso ele tinha razão, se eu já achava ela a garota mais bonita do mundo aos 14 anos, agora essa sua versão estava melhor ainda. Nós decidimos voltar para o nosso apartamento, dividimos um para ajudar nas contas, Jacob ligou seu carro e começou a dirigir na estrada acinzentada.

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