Taekook And BDSM

*21*

Jungkook

Assim que dei as costas para Taehyung e cruzei aquela porta, senti meu mundo inteiro desabar. E pior foi quando ele não veio atrás de mim, eu esperava que ele viesse, me dissesse que tinha sentimentos por mim e que pedisse para eu ficar, mas não. Ele só me observou saindo de seu apartamento com a expressão confusa e triste, como se isso doesse, mas ele não pudesse fazer nada simplesmente por não sentir o mesmo que eu.

Quinze minutos dentro do táxi fora o tempo em que eu consegui reprimir as lágrimas que estavam loucas para serem soltas. E só quando desci do veículo e paguei o senhor simpático, vê-lo seguir seu caminho foi que eu comecei a chorar como se tivesse perdido um ente querido.
Nos corredores da Universidade estava tudo normal e agitado como sempre, mesmo no fim de semana.
Eu andava de cabeça baixa e mordia os lábios até sentir gosto de sangue escorregar por minha goela, isso tudo para não deixar escapar um soluço ou um ruído de choro.
Era quase impossível, mas eu conseguia esconder a dor que eu estava sentindo ao perder o primeiro homem que fui capaz de declarar meu amor depois do meu pai, e aí está... meu pai. Aquela sensação de perda veio com tudo em meu peito, eu perdi meu pai para a morte e perdi Taehyung por que não fui suficiente pra ele. Existe diferença, mas pra mim é como se fosse a mesma coisa, afinal, todos que eu amo se vão.

Sem conseguir me controlar, chorei alto quando cheguei no corredor que levava ao meu dormitório, queria muito que Jin não estivesse lá, assim eu poderia chorar e gritar o quanto eu quisesse até dormir. Mas obviamente eu não tive essa sorte, hoje não era um dia de sorte pra mim.
Não só Seokjin, mas Jimin também estava no quarto. Riam de alguma coisa cujo eu não sabia e nem queria saber o que era, assim que seus olhos bateram em mim, eles alargaram mais o sorriso, no entanto, como em um filme em câmera lenta, desmancharam o sorriso, o semblante passando para expressões de preocupação.

- hey... Ta tudo bem?

Jin se levantou num pulo e veio até mim, como uma criança magoada, meus lábios tremeram na mesma intensidade em que as lágrimas molhavam meu rosto, a pergunta veio como uma faca na minha alma. Jin me puxou para um abraço forte e reconfortante, o qual eu aceitei de imediato e chorei descontroladamente em seu pescoço.

- t-terminamos - Jimin assustado, também se levantou e correu em nossa direção, nos abraçando também. - acab-bou, Jinie...

- mas o que aconteceu, amor? Ele te machucou? - Seokjin massageou minhas costas, me apertando mais.

Ah se ele soubesse onde ele havia me machucado, vai mais além do físico, e não tem remédio que cure.

- não - me separei dos dois e fui até a cama me sentar. - não, ele não faria isso só... Não deu certo - disse, esgotado. Limpei meu rosto com as costas das mãos, fungando para espantar o choro que ainda estava preso.

- quer conversar sobre isso? - Jimin sentou ao meu lado e olhou com cuidado para mim, como se até um olhar maldoso pudesse me quebrar. Talvez fosse mesmo. - sabe que pode contar com a gente.

Eu sorri em agradecimento, olhando pra ele e depois para Jin. Eu só precisava de um tempo.

- não, eu estou bem - acho que nem eu acreditei nessa. - eu vou ficar bem...

Os dois pareciam tão perdidos quanto eu, me ver quebrado nunca agradou aos meus amigos, eles faziam de tudo para que meus lábios estivessem carregando um sorriso enorme e sincero, mas dessa vez eles não conseguiriam me tirar do fundo do poço.