A minha está azulada, deleita com o frio cortante, duro feito gelo, pronto para quebrar em um milhão de pedacinhos assim que o calor invadir a graça da paixão, pensamentos desconexos. Sinto carne viva, vendo como somos amantes nas prateleiras mais empoeiradas da casa.
O dia que Chittaphon Leechaiyapornkul me fez Cadi, e eu respondi como seu reflexo, Lili.
As paredes continuavam riscadas na escuridão e a única chama de luz provinha dos teus olhos tristes e vermelhos enquanto fungava sem parar. Quis mergulhar em sua alma na vitalidade de garantir a tinta respirada para dentro de mim, janelas esfumaçadas e o aroma realista.
Fracasso. A incógnita adjacente se esguia até seus lábios carnudos e uma perversidade concreta morre no meio do sorriso. Um chamado de socorro? Sua voz era distante como uma ilha deserta.
ㅡ As luzes estão queimadas ㅡ tirei o óculos de sol, parando rapidamente de ler a passagem da biografia da princesa Daiana. Decidi largá-la do outro lado da cama e aproximei meu rosto do seu. ㅡ Foi você?
ㅡ Quebrei, Cadi ㅡ debruçou com os braços, debochado. Éramos estranhos. Éramos o tudo e o nada. ㅡ É melhor assim. O coração enxerga melhor do que os olhos.
Sorri soprado e passei a língua nos lábios. Ten havia de me explicar tantas coisas e sentia que, independentemente por onde começasse, as frases espalhadas pelo quarto fundiriam sua imagem numa adoração e admiração insana; louca de pedra, disposta a engolir fumaça por amor.
ㅡ Por que você me chama assim? Esse não é o meu nome ㅡ reclamo, embora nunca tenha me apresentado.
ㅡ É sim, Cadi ㅡ respondeu como se fosse óbvio, agarrando minha cintura para que me aconchegasse em seu colo. Nossos narizes se tocaram rapidamente e faíscas cortaram minha pele. E eu era ótima em fingir que não doía. ㅡ Sua presença é a junção perfeita, exata e equacional de Carpe Diem. Se errei, peço que faça doer.
Meu coração explode e eu choro sangue, pronta para catar todos os pedaços espalhados pelo chão. Eu faria qualquer coisa se pudesse. Faz tanto tempo.
ㅡ Carpe Diem?
ㅡ Aproveite o dia ㅡ fungou novamente. ㅡ Ou seja, não estrague as paredes do seu quarto, não deixe que controlem você, ame, grite, viva e, principalmente, nunca explique o que te faz feliz, porque satisfação se mede aos milímetros.
ㅡ E agora? ㅡ sussurrei, abafando o riso. ㅡ Eu vejo seus olhos contando outra história. E se eu fosse você, atenderia Lili ao reflexo.
ㅡ Por quê? ㅡ provocou, afagando minha nuca.
Antes que respondesse, Lili me beijou fervoroso, cheio de luxúria. Não poupei esforços, muito menos medi limites. O meu céu se esconde no cutâneo das lâminas sujas, e eu me aproveito do significado. Quando sua língua passeia rebelde pela minha boca, agarro seus cabelos na base da nuca e me entrego ao ordinário.
ㅡ Porque encurta Nombrilisme...
ㅡ Shh... ㅡ tentou me parar, descendo os lábios macios e quentes para beijar meu pescoço.
ㅡ ...que significa egocentrismo. ㅡ Ofegante, deixei que Lili me lesse como Cadi, me reconhecendo na escuridão. ㅡ Mas, baseado no que vejo aqui, um egoísmo que encarece de tristeza.
ㅡ Não precisa falar nadinha ㅡ fita meus olhos na escuridão e eu tenho medo que ele saiba quem sou.
ㅡ Eu não devo satisfação, das menos milimétricas.
Olhos vermelhos que se apagam. Lili beija Cadi na escuridão de si mesmo e eu sinto um familiar ímpeto de existência.
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ㅡ se cadi fosse tu, atenderia lili ao reflexo. nct | ten
FanfictionVocê sempre esteve a um universo de distância, chorando estrelas queimando bochechas. [♡]› shortfic | ten | completo ©borbulhos, 2019. TODOS DIREITOS RESERVADOS.