A Bruxa de Bitter Creek [Completo]

Capítulo 6

Olá bruxarada!! Chegando com um capítulo tenso. Espero que todos sobrevivam até o final. Cliquem na estrelinha e comentem. Adoro ler os comentários. 

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Sete horas da manhã Thomas já estava vestido e tomando café. Tinha combinado de ir à primeira caminhada das férias promovida pela prefeitura junto com Nina. Ficaram de encontrarem-se na entrada do parque. Tio Sean iria leva-lo já que não era tão perto. Mal tinha dormido. Quando deitou a cabeça no travesseiro percebeu o tanto de coisas que caíram como uma bomba nuclear abalando todo o seu mundo. Sua vida não era mais o tédio pós-adolescência. Ele não era um cara comum, gay, solteiro... quem sabe procurando o amor em alguma esquina ou numa dose de tequila no sábado à noite.

Ele tinha vontade de gritar, chorar, bater nos seus pais. Meu Deus, ele tinha tido vontade de matar seu tio. E agora, com uma cara de quem brigou com o sono a noite toda, estava na cozinha tomando café. Ele e seu tio tinham só dito um "bom dia" sussurrado um para o outro e agora esse silêncio estava o oprimindo. Mas, ele não queria ser o primeiro a quebrar e iniciar uma conversa. Ele ainda estava com raiva e não queria magoar o tio Sean. Porra. Sabe-se lá o que guardar todo aquele segredo não fez com sua mente, com seu coração. Puta merda. Tio Sean tinha sido apaixonado pela sua mãe, a mulher de seu irmão. Se isso não era fodido ele não sabia o que seria mais.

Tudo bem. Saber que ele era a reencarnação de alguma personalidade do mundo bruxístico, sobrenatural, sei lá; também não estava na sua lista de coisas agradáveis para descobrir sobre si mesmo. Ele não lembrava de nada da sua vida passada. Da sua vida como Chris. Será que essas memórias viriam como outra bomba? Ele sabia que sim, no seu intestino ele sentiu que na hora que ele tivesse acesso a essas memórias iria ser um abalo sísmico de amplitude 8 ou 9 da escala de Richter. Com uma prece mental agradeceu a Redfox por ter roubado o diário. Com certeza, esse objeto traria algumas dessas lembranças a sua consciência. E ele não conseguiria lidar com mais isso. Não agora.

Com um suspiro, tio Sean encarou seu sobrinho sentado do lado oposto. – Tom, parece que não dormiu muito bem. Tem certeza que quer ir nessa caminhada? – Sean achou que a melhor tática seria não tocar no assunto da noite passada. Thomas tinha que colocar tudo em ordem na sua cabeça e analisar como lidar com toda essa coisa.

-- Nina está me esperando. E um pouco de ar puro e exercício podem ajudar. Sair um pouco daqui, da rotina. Vai ser bom. – Ele só queria não confrontar Swanson ou Redfox. E estar numa trilha com alguns quilômetros de distância entre eles seria muito bom.

-- Então, vamos lá garoto. Vou te levar até a entrada do parque. Passei por ela outro dia. quando estava explorando os arredores. – Com um sorriso e uma piscada eles sentiram que a paz estava estabelecida entre eles. E um acordo tácito para não tocar no assunto "paternidade". Não nessa vida.

Pegando sua mochila, uma garrafa de água e um pacote de biscoitos, Tom verificou se tinha bateria o suficiente para ler quando fizessem uma parada. Ou cochilar ouvindo sua playlist favorita. Também colocou uma toalha. Assim, deitaria mais confortavelmente. Com uma respiração profunda foi para fora de casa, em direção a garagem improvisada. Nina estava ali.

-- Ué? Não íamos nos encontrar no parque? – Um aperto de decepção já antecipava a fala de sua amiga.

-- Desculpa, Tom. Não posso ir hoje. Minha mãe tinha outros planos e eu não sabia. – Seu olhar não era de desgosto. Pelo visto os planos novos de sua mãe não eram de todo ruins. Mas, ele sentiria falta dela hoje. Queria tanto alguém para desabafar. Tentar ver os acontecimentos com um certo distanciamento. Era por isso que amigos eram tão importantes.

-- Tudo bem. Vou mesmo assim. Preciso dar um tempo. E uma caminhada pela natureza me fará bem. – Tom fez beicinho só para deixar sua amiga com peso na consciência.