Capítulo 1

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Olá bruxarada! Começando um novo projeto. Espero que gostem. Votem na estrelinha. Deixem seus comentários. As críticas de vocês sempre me fazem escrever melhor a próxima história. 

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Um carro velho, mas bem cuidado sobe a pequena estrada que liga New Forest à Bitter Creek. Uma cidadezinha que não está no mapa, praticamente fantasma. É uma cidade, que pode ser classificada, dormitório. Quase que cem por cento dos seus moradores trabalham em New Forest e só vão para a cidade decrépita no final do dia.

Uma revoada de corvos passa pelo para-brisa trazendo uma sensação de mal presságio. O velho carro para em um posto de gasolina para pedir informações e continua seu caminho até parar em frente a uma casa (?) caindo aos pedaços perto do limite da cidade na borda da floresta.

Assim que o automóvel estaciona em frente ao casebre em franca decomposição as portas da frente se abrem e saem; um homem de meia idade do lado do motorista e um jovem de dezoito anos do lado do passageiro, ambos com a boca aberta e olhos arregalados.

-- Que merda! – O jovem virou para o homem mais velho. – Tio, isso aqui vai desabar a qualquer momento. O que vamos fazer agora? – Uma preocupação se insinuava na voz do rapaz.

-- Calma, Thomas. Vamos conseguir dar a volta por cima. Liguei para a prefeitura antes da viagem e pedi que arrumassem alguém para deixar a casa habitável. Temos que entrar e verificar a extensão dos danos e organizar uma reforma. Afinal, esse é o único lugar para chamarmos de lar que temos disponível agora.

Um mês atrás um evento trágico mudou a vida de Sean McLean e seu sobrinho Thomas McLean. O carro onde estavam seu irmão e cunhada capotou na estrada e depois de duas semanas de cirurgias e esforços da equipe médica o casal não resistiu. Na única vez que seu irmão esteve consciente implorou a Sean que cuidasse de Tom. O dinheiro da herança foi gasto todo nas despesas hospitalares e enterro.

Sem muita saída Sean e Tom decidiram vender a casa da família e ir verificar uma propriedade herdada do outro lado do país. Pensaram que mudar de ares poderia aliviar a dor que sentiam no coração e recomeçar onde não tivessem tantas memórias. Porque lembranças machucam; as tristes e as felizes. E na maior parte das vezes as felizes doem mais.

Cedric era o irmão bem-sucedido. Tinha dinheiro, família e status social. Sean era o fracassado. Alcoólatra, sem grana, endividado e morava com o irmão na casa que tinha sido de seus pais. Vender a casa onde nasceu e cresceu e depois viu seu irmão casar e seu sobrinho crescer foi muito difícil. Mesmo tendo direito a uma parte da propriedade, sempre sentiu como se morasse de favor na casa do irmão.

-- Disseram que a chave da casa estaria na caixa de correio. – Sean apontou com a cabeça para Tom enquanto abria o porta-malas do carro. – Vai abrindo a casa e eu vou descarregando nossa bagagem.

-- Deseje-me sorte. Eu posso morrer com alguma coisa caindo na minha cabeça quando abrir a porta daquela coisa. – Tom tentava dar um ar de humor em suas palavras, mas a preocupação era real.

Chegando mais perto notou que a porta e as janelas tinham sido trocadas. A varanda da frente estava um terror. Literalmente caindo. Mesmo assim o batente da porta e as esquadrias das janelas pareciam novas. Tom abriu a porta no momento em que seu tio chegava com a primeira leva de bagagem.

-- Uou!! Não está tão ruim por dentro, hein!? – Colocando as malas no chão da entrada Sean pegou o envelope que Tom estendeu em sua direção. – O querido prefeito deu uma ajeitada na fiação, encanamento, colocou um banheiro e modernizou a cozinha. Temos uma pequena conta para pagar.

Um gemido saiu da garganta de Tom. Começar uma vida nova com dívida era de matar. Mas, pelo que o prefeito dizia na carta a casa estava intocada desde o século XVIII??!! O banheiro e a cozinha foram praticamente feitos do zero. Colocaram calefação na casa. Estavam no Oregon, pelo amor de Deus, sem aquecimento virariam picolé mesmo na primavera. Ainda segundo a carta só não foi feito a reforma do exterior da casa. E pelo jeito só fariam no ano seguinte, quando acabassem de pagar a dívida com a prefeitura de Bitter Creek.

A Bruxa de Bitter Creek [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora