Capítulo 3

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Olá bruxarada!! Vamos a mais uma parte dessa história intrigante.  Como será a palestra do prof. Redfox? 😏

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Ele tinha dormido mal. O dia todo ficou olhando cada vez que a porta principal abria para dar passagem para alguém. Perto das cinco horas da tarde a sala de vídeo começou a lotar para a palestra. Tom pegou um folheto no balcão por curiosidade. Ainda não sabia se ficaria para a palestra e noite da pizza. Mas, o homem alto com traços indígenas não saía de sua cabeça. E por uma obra da perversão suas fantasias misturavam o prefeito bonitão. Deuses... ele estava doente com ele mesmo. Antes de terminar o colégio só tinha dado meia dúzia de beijos e trocado um boquete no chuveiro da quadra de educação física. Experiência zero em artes sexuais. E agora fantasiava com dois homens mais velhos. E os sonhos foram tão reais que ele acordou todo melado. E ... feliz? E cansado. Puta que o pariu. Como ele foi deixar isso acontecer? Não que ele fosse um santo ou religioso ou contra relações sexuais livres. Ele só se achava o nerd, baixinho e sem atrativos. E ele não gostava de sonhar fora dos limites de sua realidade.

E ele sentia-se frustrado. Confuso com esses desejos.

-- Thomas, ajuda a levar o projetor pra sala de vídeo? Tá aéreo hoje. O que aconteceu? Tá apaixonado? – Nina estava ajudando a deixar tudo pronto. Afinal, era seu assunto favorito. A palestra seria sobre A Bruxa de Bitter Creek. Ela bem podia ser a assistente do professor Redfox nessa matéria. Beirava a obsessão.

Sentiu seu rosto esquentar e sabia que estava todo vermelho com a observação da amiga sobre seu estado de espírito. – Não é nada disso, Nina. Eu estou na cidade a menos de uma semana como eu me apaixonaria por alguém? Quem?

Nina deu de ombros. – Sei lá. Não fico grudada em você vinte e quatro horas. E essas coisas acontecem. Certo? Às vezes tropeçamos em alguém e ... PUM... a paixão acontece. Minha mãe disse que foi assim com ela.

-- Não penso que isso vá acontecer comigo de alguma forma nos próximos milênios. – Ele pegou o projetor das mãos dela enquanto a menina pegava o notebook da biblioteca. Estavam na salinha do almoxarifado. Onde guardavam materiais de reposição de escritório e outras coisas. Ficava fechada e a chave era guardada pela senhora Brock.

A risada contagiante de Nina fez ele sorrir – Você é tão exagerado, Tom!! Imagina. Milênios. Sabe... eu queria perguntar uma coisa pra você.

Thomas sentiu que a amiga ficava nervosa... com vergonha de certa maneira. – Fala, Nina. Desembucha.

Ela apoiou o note na mesa que foi colocada mais cedo na sala de vídeo. – Eu queria ver a casa da Bruxa por dentro. – Ela ficou vermelha até a raiz dos cabelos.

-- Você sabe que ela foi toda reformada por dentro, né? Não é uma cabana do século XVIII de qualquer maneira. Mas, claro que você pode ir lá. Podemos lanchar amanhã. Largo o trabalho aqui às duas da tarde nos sábados.

Ela ficou saltitante com um sorriso de orelha a orelha. – Não faz mal. Deve ter algum traço de energia antiga, né? Algo que possamos investigar. Posso levar minha tábua ouija.

-- Pelos deuses, Nina. Minha vasta vivência em assistir muitos filmes de terror diz... Nada de tábua ouija. – Os dois caíram na gargalhada.

-- Vejo que o garoto novo já fez amizade com a minha quase assistente.

Aquela voz rouca e sensual apertou todos os botões certos de Thomas. Ele estava paralisado e suando nas mãos em segundos. Nina o salvou sem querer.

-- Oi professor. Estamos arrumando a sala para sua aula. – Ela sorriu pulando como uma criança. – Qual aspecto da história de Christina vai abordar hoje?

A Bruxa de Bitter Creek [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora