SÉRIE CROSSFIRE - Livro 5 (Gideon PDV): Todo Nosso

Capítulo 8 - Cautela sem Precedentes

#Gideonterapia está de volta em sua quarta edição!!! Espero que gostem! Boa leitura e nos vemos lá em baixo :)

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Existe um tempo para ousadia e um tempo para cautela, e o homem sábio sabe o momento de cada um deles. – Sociedade dos Poetas Mortos

Narrador

Os dois irmãos ainda se viam em um impasse no restaurante. De um lado, estava Gideon, receoso e temeroso por ter seu passado revelado. Do outro, estava Ireland, que se mostrava triste e frustrada por parecer ser a única a não saber a verdade. Foram oito anos com esse grande elefante na sala; oito anos de mudanças de assunto e distrações. Ninguém estava disposto a discutir a questão, de jogar luz sobre a verdade.

Ireland sabia que a situação de Gideon com sua mãe era o motivo principal para a separação de sua família. A pista que Elizabeth deixou escapar durante a discussão das duas só fez com que a sede pela verdade aumentasse significativamente. Ela sabia, portanto, que tudo tinha a ver com um suposto erro médico. Mas de que tipo de médico? E a que erro ela estava se referindo?

"Eu vou enlouquecer se você não me contar a verdade", ela encarou o irmão mais velho com olhos marejados. "Todo mundo parece saber o que houve, menos eu. Vocês vivem pisando em ovos quando esse assunto vem à tona e eu estou por perto. Eu sei disso. Eu sinto isso".

"Ireland, não é nada demais", Gideon tentou amenizar

"Se não fosse nada demais vocês não teriam esse medo todo de me falar. Gideon, eu sou sua irmã. Sabe que pode confiar em mim".

Ele lhe deu um sorriso aguado. "Eu sei".

"Então me diz" Ireland suplicou. "O que afastou você da mamãe? O que aconteceu com vocês?"

Gideon parou e a encarou por tanto tempo que, por um breve instante, a jovem achou que tinha finalmente conseguido atingir as defesas do empresário e que seria questão de paciência, para que ele pudesse finalmente se abrir.

Mas não foi isso o que aconteceu.

"Eu... Eu...", ele balançou a cabeça negativamente, lançando-lhe um olhar desolado. "Não posso. Me desculpe, mas não posso. Não consigo fazer isso".

Ireland cerrou fortemente as pálpebras por um breve instante, sentindo a ardência nos cantos dos olhos aumentar. Em seguida soltou a respiração que estava segurando e olhou para o irmão com uma seriedade jamais vista.

"Não se preocupe com Elizabeth. A questão está resolvida. Ninguém vai ficar sabendo da existência da Katherine", a jovem disse, sem emoção nenhuma na voz.

"Ireland...", Gideon tentou tocar a mão feminina, mas a modelo a afastou, deixando-o atônito e magoado.

"Vamos apenas comer e sair logo daqui. Eu cancelaria meu pedido, mas já deve estar pronto e desperdiçar a comida seria um pecado".

Um clima pesado se instalou entre os irmãos. A comida chegou, e ambos tentaram disfarçar a situação perante o garçom. Quando este se foi, os dois começaram a comer sem fome alguma, apenas para ter o que fazer, para não dar o que falar. Gideon tentava puxar conversa, mas Ireland permanecia monossilábica e não fazia questão de alimentar qualquer interação.

Durante a refeição, ela mandou uma mensagem para Vincent, o motorista particular do pai, pedindo para buscá-la.

Quando terminaram, Gideon pagou a conta como de costume, mas ficou surpreso ao saber que a irmã não iria com ele.

"Angus pode levá-la. Não é incômodo nenhum", Gideon franziu o cenho, contrariado.

"Obrigada, mas eu prefiro ir com Vincent. Ele está me esperando nos fundos do restaurante", a modelo se levantou rapidamente, recolhendo sua bolsa, sendo seguida de perto pelo irmão.